Variáveis expectativas
«Os clássicos ensinam-nos que havia um troiano que ficou de pé atrás quando viu o cavalo imaginado por Ulisses que viria conquistar a cidade. Laocoonte, dizia para os seus: "Desconfia dos gregos mesmo quando oferecem presentes". No futebol há uma lição que deve constar dos apontamentos de todos os timoneiros: "Desconfiar sempre dos brindes oferecidos pelo FC Porto".
Até ao minuto 24 da Supertaça antevia-se resenha final fácil. "O FC Porto tem um plantel fraco, a equipa foi um naufrágio, com o Pinto da Costa é que era, a época vai ser muito complicada que isto de ser dizimado em menos de trinta minutos é uma tragédia". Só que uma ‘rosca’ do defesa mais caro de sempre do Sporting, Debast, abriu alas a uma característica essencial do dragão: alma indomável, que leva a um ímpeto de competitividade, mesmo que com evidentes parcos recursos. Assim, com aquele volte-face que aziou o fim-de-semana dos leões, os homens de Vítor Bruno superaram as expectativas, conquistando o primeiro título da época.
Do outro lado, até ao minuto 24, peito feito, malditas expectativas elevadas, apesar de se ver um Gyökeres longe do apogeu. Se tivesse havido vitória expressiva, o Sporting partia com a exuberância de um rolo compressor para a revalidação do título. Contudo, tudo ruiu pela base. Sim, pela base, erros preocupantes do central belga e de um guarda-redes já olhado de soslaio pelas bancadas, quando se começa a perceber que defender penáltis no Rakow da Polónia não é sinónimo de estaleca para ser ‘keeper’ de clube grande.
Dúvidas à parte, para lá do tempo infinito para fechar Ioannidis levando a que o Sporting parta para duras campanhas apenas com dois miúdos promissores como alternativa ao sueco; bem como aquilo que está à vista de todos e que escrevi por aqui há semanas, do défice de liderança em campo a partir do momento em que os mais experientes (Coates, Neto, Paulinho, Adan) saíram, há duas certezas que evitam a corrosão do coração verde e branco. Rúben Amorim continua a ser o melhor treinador português da actualidade e os jogadores que conquistaram o título na temporada transacta não passaram a ser péssimos. Logo, se há lição positiva de uma derrota dura, é que a mesma serviu para baixar as malditas expectativas. Que comece a Liga onde os três grandes partem com variáveis expectativas.
PS: João Neves por 60 milhões no PSG é uma boa venda do Benfica. Não sei é se Renato Sanches ou João Félix são boas entradas. Duvido.»
É em momentos como aquele que os Sportinguistas vão passando, que mais importante será o uso do "factor racional"!...
Ora vamos então pelas certezas!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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