«Contrariando todos os princípios do jogo, os prémios e distinções individuais ganharam uma dimensão perniciosa no futebol. A sociedade criou a necessidade de hierarquizar, de definir uma ordem para tudo, de simplificar as avaliações através de um número; aplicado ao futebol, o que vemos é uma discussão excessiva sobre Bolas de Ouro, sobre dados individuais, de golos marcados a assistências, chegando ao ponto de os colocar em contratos de jogadores, muitas vezes esquecendo o mais importante, que é a conquista dos objectivos da equipa.
Sebastián Coates foi eleito o melhor jogador da Liga portuguesa na temporada passada. Como não liderou nenhum ranking de golos e assistências, a distinção que recebeu acaba por ser a distinção da unidade base do futebol: toda a equipa, neste caso a do Sporting, inequivocamente a melhor em 2020/21. E o caso de Coates acaba por ser uma demonstração bem irónica da forma como o contexto muda tudo. Desde que chegou a Portugal, em Janeiro de 2016, o uruguaio já pareceu o pior central do Mundo, acumulando autogolos e penáltis cometidos, e agora parece o melhor... avançado. Mais um duro golpe para quem tem uma visão simplista de um fenómeno tão complexo como é o futebol.»
No último postal que por aqui publiquei, a capa do jornal Record de hoje sugeriu-me a questão que por aqui deixei como título. Mal desconfiava eu, porque ainda não tivera a oportunidade de ler esta crónica de Sérgio Krithinas, que a resposta que buscava já havia sido dada quase três horas antes...
O futebol é um fenómeno demasiado complexo!...
Leoninamente,
Até à próxima
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