Adán, Coates, Palhinha e... Paulinho!!!...

Rita Pedroso

Fransérgio e o 'esforçado' Paulinho: «Digam-me um avançado que jogue como ele em Portugal»

Antigo médio do Sp. Braga defende que jogador leonino trabalha para os golos dos outros

«GPS. Tão simples... e tão orientador: o Sistema de Posicionamento Global que começou a ser utilizado para fins militares na década de 70, é hoje, mais em jeito de 'top', como um braço direito do general Rúben Amorim. As tropas trabalham – bem ou mal - e aquele aparelho "não mente". Fransérgio defende que tanto não mente, que pode ser os olhos de quem não vê que Paulinho não pára.

O antigo capitão do Sp. Braga foi um dos primeiros jogadores a ressalvar a importância deste equipamento. "Tem uma importância enorme. O GPS não esconde nada, não há como mentir àquele aparelho. Ele diz-nos se treinámos bem ou não. Todos os clubes, hoje, fazem medição do esforço quando acabam o treino. Perguntam-nos, de 0 a 10, como correu o treino. E não vale a pena dizermos nove... se depois o GPS diz que não corremos o suficiente e nos ficámos pelo sete. O GPS também é importante para a recuperação, dá ao preparador físico o feedback de que precisa", começou por sublinhar, em conversa com Record.

Fransérgio confessa também que passou a entender-se melhor com o referido Sistema quando Amorim se cruzou na sua vida: "Quando em Junho referi isso, fi-lo porque com ele fazíamos treinos equivalentes a um jogo. Na média, correríamos oito ou nove quilómetros, no máximo doze ou treze. E com o Amorim fazíamos isso num treino. Fazíamos um jogo num treino. Daí a importância do GPS, temos como ver se estamos a treinar bem. Por isso é que também acho que o Paulinho referiu isso. O Amorim também dá muita ênfase a esse material que poucos usam e muito importante a nível físico. Posso chegar, depois de um jogo ou treino, com a sensação de que estou todo 'partido' mas o GPS vai dizer que, afinal, até posso dar um pouco mais no dia seguinte."

E entrega é coisa que não faltará ao avançado dos leões tantas vezes crucificado pela escassez de golos, considera o médio – que vê no GPS um elemento tradutor de tudo o que se faz para lá de marcar. "Se puxarmos um pouco atrás, quando ele ainda estava no Sp. Braga, também não fazia assim tantos golos. Mas ele é o primeiro a pressionar, a fazer pressão sobre o adversário. Eu, pessoalmente, gosto quando vejo o meu avançado fazer isso, a pressionar. Acham que um avançado tem de fazer só golo, porque o lateral ou o médio não vai fazer, mas nessas saídas, a pressionar o central, o adversário acaba por errar e fica com a equipa aberta: depois, outro jogador, que não o Paulinho, que iniciou o trabalho, faz o golo. O Pote faz, por exemplo... Isto para dizer que o Paulinho trabalha muito para a equipa. Todos querem um avançado que marque golos, mas se tenho um que trabalha para equipa estou mais próximo de roubar a bola e fazer golo", concretiza o agora jogador do Bordéus.

"A melhor defesa é o ataque e o melhor avançado para defender é o Paulinho"

São palavras de alguém que sofreu na pele... as consequências de se perder um jogador de tamanho gabarito. "Quando o Paulinho saiu do Sp. Braga, tivemos dificuldades em marcar golos. Perdemos referência. Ele ajuda muito. Já o vi sair da frente para ir junto aos médios ajudar. Digam-me um avançado que faça isso em Portugal, que jogue como ele joga! O Amorim não abre mão do Paulinho, mas quem não quer um jogador assim?", atira em jeito de pergunta. E também responde com factos: "Depois de o Sp. Braga perder o Paulinho, em Janeiro, acabou o campeonato com a média de golos lá em baixo. Tínhamos um ataque que fazia muitos golos e defendíamos muito bem. Como se costuma dizer, a melhor defesa é o ataque. E o melhor avançado para defender é o Paulinho. O Amorim foi esperto em ter ido buscá-lo."

Agora façam-se figas para que a "máquina" não adormeça. "Todo o jogador tem as suas fases. Não é uma máquina, também se cansa, o defender e defender também vai cansar. Na hora de finalizar pode não estar tão bem, mas por outro lado está a ajudar a equipa. Os adeptos esperam sempre o golo, mas o golo não é tudo", acrescenta Fransérgio.

O GPS… AO MILÍMETRO

O QUE É O COLETE GPS?

- É um colete inteligente, com um GPS de quatro centímetros, colocado entre as omoplatas dos profissionais de alta competição. Permite aos fisiologistas, preparadores físicos e treinadores medir a prestação dos atletas quer nos treinos quer nos jogos, neste caso aplicando a tecnologia ao futebol.

E QUE VARIÁVEIS MEDE?

- Mede a distância percorrida, o esforço dos atletas (cardiofrenquencímetro), sprints, tempos de recuperação, permite criar mapas de movimentações e monitorizar o posicionamento em campo. Também ajuda a prevenir lesões, alertando para sobrecargas musculares.

QUE MAIS DETALHES TEM ESTA FERRAMENTA?

- Autorizados pela FIFA a partir de 2013, os coletes GPS não causam qualquer tipo de desconforto nos atletas – é como se não os sentissem –, pressupõem um investimento entre 50 a 60 mil euros (por plantel) e nos dias de hoje são praticamente indispensáveis, inclusive nas ligas não profissionais.»

(Rita Pedroso, in Record, hoje às 18:40)

Rita Pedroso, jornalista em agradável e sustentada ascensão no jornal Record, terá decidido em boa hora, avançar para um tema de plena actualidade, o GPS, a que recorrem cada vez mais equipas de elevado nível de profissionalização, responsabilidades e desafios, para abordar a delicada situação de um ponta de lança que poderá não marcar os golos que os adeptos do seu clube desejariam, mas que "rebenta" com quase todos os dados coligidos pelo citado GPS, em demonstração clara das múltiplas vertentes que desenvolve no seu trabalho - sejam elas as específicas da sua posição, sejam outras substancialmente diferentes, nomeadamente as de carácter defensivo, tanto em treinos quanto nos jogos, ao ponto de ser considerado pelo seu treinador como... imprescindível!...

Rita Pedroso, para alicerçar o seu excelente trabalho, terá procurado e tido a sorte de ter encontrado, um providencial "advogado de defesa" do mal amado Paulinho, ultimamente e de forma paulatina, injusta e perigosa, a ser transformado em "patinho feio" dos adeptos do Sporting: Fransérgio, o talentoso médio-centro recentemente transferido para o FC Bordeaux, e que além dos 4,5 M€ da transferência terá deixado muitas saudades em Braga.

Creio bem que muito gratos ao excelente e oportuno trabalho da jornalista, deverão estar, para além de Paulinho, os adeptos do Sporting! Talvez a partir de agora, comecem a entender melhor as razões que desde sempre levaram Rúben Amorim, primeiro, a forçar a sua vinda para Alvalade e, depois, a defendê-lo sempre com unhas e dentes em toda e qualquer circunstância!...

Se os título alcançados e o bom momento do Sporting se devem à sua importante e decisiva "espinha dorsal", será bom que ninguém se esqueça de quem, hoje por hoje, a compõe...

Adán, Coates, Palhinha e... Paulinho!!!...

Leoninamente,

Até à próxima

Adenda 1: Recomendo a vossa melhor atenção para outro interessante trabalho de Rita Pedroso, publicado pelo jornal Record às 19:03: 

«Amorim: "O melhor de Portugal? Para mim, já é há um ano"»

Adenda 2: Recomendo vivamente também, um outro novo artigo de Rita Pedroso, publicado também no jornal Record, às 22:19, ainda sob o tema:

«Paulinho pode ser como um "fantasma"...»

Adenda 3: Tremenda a capacidade de trabalho de Rita Pedroso. Parece o "nosso" Paulinho!...

SL para todos e obrigado pela paciência...