«Foi Nassim Nicholas Taleb que, com o seu "Cisne Negro", teorizou sobre os grandes acontecimentos inesperados, imprevisíveis, quase inverosímeis e as suas consequências. Se Ruben Amorim e a sua esquadra surpreendem, o verdadeiro e enorme facto inexplicável, inconcebível, é o Benfica não estar a provar as avassaladoras palavras de Jorge Jesus aquando da sua apresentação.
A Supertaça mostrou à saciedade que o FC Porto ainda não está como o aço, mas sentimo-lo mais sólido, com raça e adrenalina de quem quer vencer e Pinto da Costa afirmou que Sérgio Conceição era "a alma mater" desta vitória. No Benfica, para lá de ninguém saber quem é a "alma mater", olha-se para aquele grupo de onze rapazes e só sobressai uma equipa vazia, sem força vital. Para lá da dinâmica que não existe, a garra também emigrou para qualquer parte distante.
Por isso, soam neste momento ridículas e anedóticas as tonitruantes declarações de "vamos jogar o triplo" e "vamos arrasar". A Jorge Jesus, como num velho filme mudo de Buster Keaton, "Our Hospitality", esmagaram-no com todas as formas de acolhimento gentil e generoso. No caso de um treinador, isso passa por lhe dar um investimento milionário para reforço de um plantel, no entanto esqueceram-se de um 6 e de um 8.
Ou melhor, Jesus, numa fase de autoconfiança cega após as substantivas conquistas brasileiras, pensou que faria de Weigl um novo Javi Garcia ou Matic e a Taraabt lapidaria como o fez com Enzo Pérez. Ora, é caricato persistir na aposta no alemão e no marroquino que são dois logros ambulantes. Hoje, é claro e notório o erro crasso de análise, mas também é estranho que ninguém tenha tido a presciência de perceber que sem uma dupla de indiscutível qualidade no centro nevrálgico do terreno - como Palhinha/João Mário e Sérgio Oliveira/Uribe nos rivais - onde se regem os equilíbrios e balanços de uma equipa, é impossível construir um modelo de jogo vencedor e esmagador.
É por isso que comentadores e adeptos não conseguem compreender como um treinador de excepcional competência técnica está à beira do abismo, pois já vive num pesadelo desde a tragédia grega com o PAOK de Salónica. Se houvesse público nas bancadas, a música de Natal que ouviria Jorge Jesus seria um afinado coro de assobios contestatários. É que ninguém esperava esta temporada avistar um cisne negro por aquelas bandas.
PS: Aí vem mais um "boxing-day" em Inglaterra para comprovar a capacidade de gerar espectáculo na melhor Liga do mundo. Que os muitos golos que se avizinham sejam um agradável digestivo no dia após o Natal mais estranho das nossas vidas. Festas felizes para toda a redacção, colaboradores e leitores do Record.»
Neste "Natal mais estranho das nossas vidas", entre outras alegrias maiores, valha-nos também a compensação enviada pelos deuses, esse não tão inesperado quanto muitos possam pensar, "cisne negro da Luz", à imagem do "ridículo e anedótico" Jorge Jesus que...
Já conhecemos de ginjeira!!!...
Leoninamente,
Até á próxima
Tenho para mim (vale o que vale) o JJ como um dos maiores"embustes" do futebol português, muito ele produto da central goebbelesiana subajamente conhecida. A sua vinda para o Sporting entusiasmou-me, é um facto, até porque vinha substituir esse produto de marketing mal amanhado, Marco "trocas" Silva de seu nome, mas depressa me apercebi que era um erro de casting.
ResponderEliminarPor isso, este texto de Rui Calafate é um bálsamo, por ser o único com coragem de pôr o dedo na ferida!
Espero que tenha tido um Natal com saúde e paz, algo que nós sportinguistas vamos precisar no início do novo ano, tal como o Álamo antevê no post anterior.
O “ segredo” de JJ...
ResponderEliminarÉ em primeiro lugar... “ colinho”...
Em segundo lugar...equipas construídas “ a peso de ouro”...
Que mesmo assim”sem o colinho”...têm dificuldade em “ passear-se”...
O resto...”é conversa fiada...”
Bem metida, caro Sr. Maxi!
Eliminar