Os portugueses desde sempre tiveram uma inclinação natural para a música: há séculos que são uns "grandes músicos"! Tenho até uma leve impressão de em miúdo, lá pelos fins da década de 50 do século passado, ter visto na nossa novel televisão, ainda a dar os primeiros passos, retransmissões de espectáculos muito aclamados no Olympia de Paris, dos ranchos folclóricos Tamar da Nazaré, de Santa Marta de Portuzelo e até, vejam lá, alguns anos mais tarde, da Linda de Susa e mai-la sua mala de cartão. Não consigo conceber até, que em tempos mais recentes, uma das maiores criações musicais universais dos "grandes músicos" portugueses, a "música pimba", ainda hoje não tenha o reconhecimento internacional que, incontornavelmente lhe deveria ser reconhecido. "It's an injustice"!...
Mas onde essa nossa prodigiosa faceta musical brilha mais e deixa o mundo embasbacado é na utilização dos "aerofones"! No "sopro" seremos talvez imbatíveis, a par do particular à-vontade com que lidamos com a percussão, nomeadamente no bombo e na caixa!...
E dentro do "sopro" seremos verdadeiramente incomparáveis, diria mesmo ímpares, nos mais básicos de todos, nos pífaros, sejam eles de barro, de lata ou de bambu, a que na minha terra sempre ouvi chamar de "cana da Índia", mas seja bambu, que não quero desfazer em ninguém...
Mas eis-me chegado ao ponto a que desejava chegar: os adeptos de futebol viram chegar de há uns tempos a esta parte aos seus clubes, uma verdadeira avalanche de "pífaros", cada qual a pedir meças como executante aos maiores talentos mundiais de tais instrumentos: uns viram sobre eles recair, injustamente, anátemas tão indignos e baixos como "papagaios", pouco condizentes com o seu talento musical e, sem perceberem népia de música, "tocam de ouvido" apenas aquilo que lhes dita a narcísica vaidade, e outros rapidamente se converteram às denominadas "cartilhas", já que terão deixado nas barrigas das mães o talento necessário à composição própria e apenas conseguem reproduzir as linhas melódicas que lhes aparecem nas pautas!...
O meu querido Sporting não foi capaz de resistir à invasão e deixou-se inundar de "pífaros": uns de barro e outros algo mais elaborados, de "cana da Índia"! E vão passando todo o seu tempo, uns e outros, a "tocar ao desafio"...
Ainda ontem apareceu por aí um "pifaro de barro, papagaio", condenado pela justiça e ao que se sabe em muitos maus lençóis, a dizer do Presidente do Clube o que Maomé não foi capaz de dizer do toucinho. E logo outro "pífaro de bambu, encartilhado", incapaz de aguentar o instrumento na gaveta, lhe veio responder na mesma linha melódica, sem que um e outro tenham a inteligência suficiente para perceberem que...
Os sportinguistas estão fartos e já quase não suportam "pífaros"!...
Leoninamente,
Até à próxima
Delicioso o teu comentario
ResponderEliminarPelo menos deu prazer ao "cozinheiro"! De qualquer modo, obrigado.
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