terça-feira, 24 de outubro de 2017

E quem vier atrás que feche a porta!...



PODENCE ENCHE AS MEDIDAS

Avançado é uma ‘criação’ de Jesus e vai ter mais oportunidades depois da travessia do deserto

«"O Podence teve influência porque baralhou o Chaves em todo o sector atrás da sua linha média". Jorge Jesus não poupou elogios à exibição do extremo que ele próprio converteu num ‘segundo avançado’. Ora, ‘este’ Daniel Podence é, de facto, uma criação do treinador dos leões.

Depois da travessia do deserto a que foi votado por uma lesão impeditiva, Podence está de volta à primeira linha das opções de Jesus. Sabe-se, aliás, que há um plano em marcha através do qual o camisola 56 haverá de multiplicar o seu número de jogos a titular.

Refém da estratégia

Podence pode até voltar a ser suplente no próximo jogo, que tal não significará mais do que um sacrifício em prol da estratégia. Jesus vai lançá-lo de início muito mais vezes, fazendo depender esta intenção do rival e do palco do jogo.

Em casa de um Rio Ave habituado a fazer a vida negra aos leões, Jesus optará por reforçar o meio-campo, devolvendo Battaglia à dupla com William e avançando Bruno Fernandes ao apoio de Bas Dost. Neste cenário, Podence será arma secreta, a partir do banco. No futuro, repetirá a titularidade sempre que Jesus entender que o jogo pede o que lhe pediu o duelo com o Chaves: um desequlibrador nato num desafio em que as obrigações defensivas não forcem os leões à necessidade de mostrar músculo aos adversários.

Grito pela liberdade

"Um pássaro preso nunca aprenderá a voar". Podence usou da sabedoria popular para manifestar o lamento por não ser primeira opção de Jesus. A frase, partilhada nas redes sociais ilustrando uma imagem sua de cara cerrada, votado ao banco, causou tanto frissom que o próprio sentiu-se na obrigação de a retirar. Como o que acontece na internet... fica na internet, ficou pública a insatisfação. Jesus, que haveria de garantir depois do jogo com o Chaves que avisara Podence que iria ser titular logo no início da semana, cumpriu a promessa mas impôs condição: que o avançado provasse ser merecedor. No final,segredaria satisfação ao ouvido de um jovem cuja evolução o enche de orgulho.

Vencimento vai disparar

Tem contrato para mais três épocas além da presente, mas deve estender a ligação por mais uma ou duas, mediante acordo entre jogador e SAD. Podence tem uma proposta de renovação em mãos, onde mais do que o tempo de contrato importa definir o salário que vai auferir. Esse é, de facto, o cerne da questão e o último obstáculo a ultrapassar. O extremo vai ter o salário revisto em alta, devendo este passar a ser três vezes superior. Ainda não há entendimento total, mas o acordo pode estar para breve.

Elogios de Bas Dost

Seis jogos depois, Bas Dost chutou para golo a sua pior série sem marcar no Sporting. Este holandês fez três de uma assentada e na hora dos festejos não esqueceu... Podence. "Já estava na hora de fazer alguns golos! O segundo foi o melhor: bola profunda do Podence, que jogou muito bem. Esteve muito tempo lesionado, voltou e está a mostrar que é um excelente jogador. Espero que continue bem, porque é muito importante para nós", elogiou.

Evolução num minuto

‘SAVIOLA’. Jesus encantou-se por Podence assim que chegou. Chamava-lhe Saviola, pelas parecenças com o craque argentino que treinou no Benfica. E adaptou-o à posição.

DE VOLTA. A crise de Janeiro levou à remodelação do plantel. Podence voltou dias depois de conquistar a Taça CTT nas barbas do rival Benfica. E passou a ser aposta frequente de Jesus.

LUGAR CERTO. Fez 13 jogos na Liga, pelos leões, até ao final da época. Convenceu Jesus e ganhou lugar no plantel.

DE VOLTA À RIBALTA. Estava a ser aposta quando fracturou a mão esquerda. Perdeu mês e meio de competição e só voltou a ser titular no domingo.»
(António Adão Farias, in Record, hoje)

Por vicissitudes por demais conhecidas de todos os sportinguistas o jornal Record abandonou há muito a linha editorial e os processos que fizeram dele o "nosso jornal desportivo". Eles lá saberão as razões que os levam a "deitar pela borda fora" quase quatro milhões de adeptos do Sporting. E a questão há-de ficar sempre nas mãos deles - e nos seus pobres neuróneos, se algum dia se lembrarem de os aproveitar! -, à espera de uma inflexão, ou não. É lá com eles!

Mas contrariando a tese de muitos sportinguistas que por aqui passam, o jornal Record continua a ser o "meu jornal". Não o compro diariamente como fiz ao longo de várias décadas. Enquanto continuar igual ao que hoje mostra, não o comprarei nunca! Mas sou assinante Premium há muito tempo e continuarei a sê-lo. Só não sei até quando. E as razões que sustentam esta minha decisão devem-se ao respeito e elevada conta que tenho por uma boa mão cheia de jornalistas que por lá, com dignidade e competência, contra tudo e contra todos, tentam levar a "água ao seu moinho".

António Adão Farias é um desses jornalistas e o artigo que hoje escreveu e lhe terão permitido publicar - a "nomenklatura escarlatíssima" terá baixado episodicamente a guarda! -, além de me trazer uma imensa saudade do "velho Record", permite-me justificar a razão fundamental da minha assinatura anual Premium: "sacar mais um pedacito" do jornalismo que desde sempre me amarrou ao Record e oferecê-lo por aqui aos que tanto me criticam por continuar a fazer do Record o meu jornal e que optam por não comprar, nem ler.

Nunca fui nem nunca serei fundamentalista em coisa nenhuma para além do meu sempiterno Sporting! Não considero por isso como um sacrifício, esta minha missão de oferecer por aqui aos sportinguistas, óbvia e devidamente filtrado, o que vai aparecendo de aproveitável no jornal. Faço-o porque quero, porque entendo que é positivo para o Sporting e porque em termos económicos, felizmente, o posso fazer!...

E quem vier atrás que feche a porta!...

Leoninamente,
Até à próxima

5 comentários:

  1. Sonhei que havia um jogador super no SCP,com a magia de Podence e o pé esquerdo do Alan Ruiz,esse jogador tem Iuri Medeiros escrito na camisola,mas onde anda ele??
    SL

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    1. Iuri parece ter o tipo de personalidade que só permite a maturidade lá para os 25-26 anos -irá o Sporting ter paciência para esperar?

      O que Iuri mostrou fora do Sporting, foi real, por isso está lá.

      Mas valerá a pena o risco e o custo da espera?

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    2. Respondendo ao amigo Balakov e tomando em consideração a opinião de outro amigo, Liondamaia, com a qual em grande parte concordarei, permitam-me que admita que Iuri andará com a "cabecinha na Lua"! E quando assim acontece, como em tantos outros casos que nos passaram defronte dos olhos, de que destacarei, Carlos Martins, André Martins e André Santos, o talento poderá não ser suficiente, nem para fazer o Sporting correr os riscos dos custos e da espera, nem para lhes salvar a carreira!...

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  2. Penso que o principal problema de Iuri, tal como o foi o de Xico Geraldes ou o de Paulo Oliveira, é o de choque de personalidade com o treinador e quando assim é, normalmente o elo mais parte e nestes casos foram os jogadores os elos mais fracos.

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    1. O que o caro Leão da Estrela sugere no seu comentário, ninguém de bom senso contestará. De facto há exemplos suficientes no futebol - nem só com JJ, mas com quase todos os treinadores, com as óbvias excepções dos "anjos sonsos" de Rui Vitória e Marco Silva! -, que nos mostram que poderá e deverá ser considerada essa possibilidade. Pessoalmente habituei-me a reservar a minha opinião para depois de passar algum tempo e, já debaixo da asa de outros treinadores, formar a minha opinião sobre o jogador, pelo que posso assegurar com convicção que nunca vi triunfar, a sério, nenhum dos jogadores proscritos. Claro que a imprensa tenta atirar areia para os olhos do público incensando mais tarde e particularmente por essa Europa fora, Bernardos Silvas, Andrés Silvas, Andrés Gomes, Joões Cancelos, Gonçalos Guedes, Renatos Sanches e quejandos e puxando para o rol dos flops, os Joões Mários, Slimanis e Adriens Silvas, todos ligados aos condutores comuns que estamos fartos de conhecer. Mas se nos debruçarmos sobre o verdadeiro "sucesso" que as mudanças determinaram, acabamos por assistir às "vias sacras" que quase todos acabam por percorrer com sucesso bastante questionável.
      Voltando à casa da partida, JJ possuirá uma personalidade a que nunca baterei palmas. Mas quando vejo um jogador a não triunfar nas suas mãos, questiono-me sempre sobre se uma parte razoável da culpa não estará no próprio jogador que, de forma no mínimo pouco inteligente julga que poderá mudar o treinador, afrontando-o, em vez de tentar adaptar-se às suas ideias e evoluir pelo caminho que lhe é sugerido...

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