sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Ser simplesmente o produto do meio onde se é criado"!...


SABER VIVER COM O ERRO


«O avançado holandês do Sporting, Bas Dost, justificou a derrota frente ao Dortmund pelo erro do árbitro (ao anular o golo a Coates) e pelo cabeceamento que ele próprio errou, na cara do guarda-redes, quando o resultado estava em 1-2. Parece-me excessiva a ‘raiva’ que deixa transparecer. Não é preciso ser-se profissional de futebol para saber o óbvio: trata-se de um jogo de erros e há que saber viver com eles e ultrapassá-los.

Repare-se: se não fossem os erros de William ao abordar como um ‘júnior’ os lances que deram os golos aos alemães, provavelmente não marcariam; mas se Bartra não cometesse outro erro brutal ao atrasar a bola à queima para Burki, os leões também não chegavam ao golo. Em Alvalade só houve golos porque houve erros. Nem sempre é assim, mas também o é. Os jogadores devem percebê-lo, aprender e seguir em frente.

Esta foi, curiosamente, uma semana muito marcada pelo erro. E um dos que mais sofreu com isso até foi o perfeccionista Pep Guardiola. Começou no sábado, quando deixou de ser líder isolado em Inglaterra, por força do empate caseiro frente ao Everton. Não ganhou esse jogo porque De Bruyne e Agüero falharam um penálti. E continuou a ser vítima do erro na quarta-feira, quando o guarda-redes Claudio Bravo teve uma ‘paragem cerebral’, acabando expulso com o resultado em 1-0 para o Barcelona. Depois regressou a Manchester com quatro no saco, uma humilhação, diga-se. Mas Guardiola já passou por muito, sabe os custos que neste jogo têm os erros (como aquele golo mal anulado que lhe tirou, frente ao Inter de Mourinho, a final da Champions). Não o ouvi ‘estrebuchar’ pela má sorte. Ele já aprendeu: ou se sabe viver com estas incidências ou deve procurar-se outra vida.

Meu caro Bas Dost, não vale a pena exagerar. Esqueça isso e olhe para o jogo com o Tondela. Porque nem o Sporting foi vítima do ‘enésimo’ erro de arbitragem (pelo menos esta época), nem você deve dar excessiva importância ao cabeceamento falhado. Olhe, se o seu colega Bryan Ruiz não soubesse relativizar as coisas, tinha desistido do futebol no final da época passada. Pergunte-lhe como ele ultrapassou aquele remate falhado frente ao Benfica. E aprenda.»
(José Ribeiro, Opinião, in Record)

No final de leitura desta providencial crónica de José Ribeiro, deixei que a minha mente construísse o cenário da "fonte miraculosa" de onde lhe veio o saber que hoje exibe de forma altruista perante Bas Dost. Não me foi difícil. Há muito que assistirá, incomodado porventura, no próprio local de trabalho, à "celebração do erro". E terá aprendido, naturalmente.

“Porque sem ser esperto, nem ser bruto, nem bem nem mal educado... 

Será simplesmente o produto do meio onde foi criado"!...

Leoninamente,
Até à próxima

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