SEM DESCULPAS MAS SEM DRAMAS
«Jesus fez o diagnóstico ao momento do Sporting e mais do que uma vez recorreu à expressão "não há desculpas" no sentido de deixar claro que não sacode as responsabilidades que ele e os jogadores têm nos resultados negativos dos últimos jogos. Os árbitros, o antijogo dos adversários, o azar, o desgaste, a rotatividade, os erros individuais não foram valorizados, o que é um bom ponto de partida para encarar (e resolver) os problemas.
O problema imediato chama-se Nacional e na Madeira, onde o Sporting obrigatoriamente terá de vencer, não apenas para ‘afugentar’ os seus fantasmas mas sobretudo para se manter a uma distância recuperável que alimente o sonho do título. O Sporting precisa de tempo. Jesus precisa de tempo. O treinador arrancou para a nova época com o desejo de decalcar a matriz que estava consolidada, mas o que davam João Mário, Teo e Slimani à equipa e ao jogo não é o mesmo que dão os reforços desta temporada. Acresce que, segundo o próprio Jesus, esses jogadores estão numa fase de ‘pré-época’, necessitando de ganhar rotinas para construírem a ‘nova máquina’.
Tempo, todavia, é bem que começa a escassear. Em face dos últimos resultados, a margem de manobra do Sporting é muito curta e a tolerância baixou ao nível zero. Mas não é hora para entrar em desespero, nem fazer dramas. Antes, é preciso ter ponderação e reclamar, em vez de um leão mandrião, um leão devorador. Depois, a seu tempo, certamente voltará o leão sedutor...»
Embora nada me garanta que o senhor director do jornal Record não venha a apresentar confrangedora recidiva na próxima crónica, vejo-me obrigado a reconhecer, finalmente, o restabelecimento de algum equilíbrio na focagem dos temas seleccionados: 16 linhas verdes contra 3 vermelhas, já amenizará a quase exclusividade que nos últimos tempos tem vindo a patentear. Claro que apenas trouxe para aqui as linhas verdes. Quero lá saber do que entendeu dizer nas três linhas vermelhas! Estou saturado de tanto escarlate! Por mais voltas que o senhor director procure dar aos seus textos, será sempre um atentado à inteligência dos leitores, fazer render em exclusividade, o pargo vermelho, com tanto outro peixe de valor sobre a banca!...
A crónica vale sobretudo pelo último parágrafo, com o qual concordo em absoluto: para já, "é preciso reclamar, em vez de um leão mandrião, um leão devorador"!
"O leão sedutor certamente voltará depois"!...
Leoninamente,
Até à próxima
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