MIÚDOS
«Fui crítico da Selecção que ganhou o Europeu. Era uma equipa triste, sorumbática, pastosa, que jogava para o resultado e não arriscava nada. Sobrou-lhe em sorte o que lhe faltou em alegria. A final contra a França foi o espelho desta verdade, com o golo da vitória marcado por um jogador improvável e quando não estava em campo a grande esperança portuguesa (Ronaldo). No Europeu, até o que corria mal acabava bem!
No início do Mundial, quando a sorte abandonou a nossa Selecção, ela perdeu. Foi contra a Suíça. Mas os jogos contra Andorra e as Ilhas Faroé já mostraram outro Portugal. Um Portugal renovado e exuberante. Bem sei que os adversários eram fracos. Mas não foi só isso. Foi sobretudo a injecção de sangue novo. As entradas de João Cancelo, Gelson Martins e André Silva deram outra alegria ao futebol da Selecção. Os três juntos, aliam a juventude à arte e à objectividade. Cancelo é uma gazela, Gelson é um saltimbanco e Silva é uma gazua.
Contra as Ilhas Faroé, todos os portugueses jogaram tão bem que Ronaldo foi o pior. Marcou um belo golo mas de resto perdeu bolas, falhou passes, desperdiçou livres. Agora, a questão está na evolução dos jovens génios. Se ficarem em Portugal, continuarão a jogar e evoluir. Mas se forem para o estrangeiro arriscam-se a ir para o banco e perderem-se. Onde teria chegado Bruma se não tivesse partido prematuramente? E o que acontecerá a Renato Sanches? Se tivesse ficado no Benfica, estaria a jogar sempre, assim está a assistir aos jogos sentado. Esta questão é crucial para o futebol português. E este momento é decisivo.»
(José António Saraiva, Futebol à Portuguesa, in Record)
Porque será que José António Saraiva se esqueceu de mencionar na sua crónica o caso emblemático de João Mário Eduardo?! Será pela delicada e inconfessável razão de que andará por aí muito boa gente a colher a fruta das árvores ainda demasiado verde? Ou será por ganância?! Ou incompetência?! Ou será para esconder a fragilidade da gestão e dos números?!...
A fruta verde faz os dentes botos!...
Leoninamente,
Até à próxima
Quanto a Bruma, está a fazer o seu caminho e julgo que ainda irá confirmar a sua estrela.
ResponderEliminarNunca o saberemos, é certo, mas atrevo-me a dizer que Bruma dificilmente chegará onde poderia chegar, não fossem estes anos ao Deus dará.
EliminarMuito oportuna a sua chamada de atenção ao exemplo que é o caso de JME, amigo Álamo.
ResponderEliminarCom uma diferença: ao que chama "colher a fruta demasiado verde", eu chamo ... "necessidade". Penso em alguns novos ricos que ostentam grandes casas, quintas com belos pomares, carros topo de gama de alta cilindrada e que, na realidade, lá vão sobrevivendo à custa de dívidas pelas mercearias, o uso de umas calças e uns sapatos já puídos, com as dívidas nos bancos a acumularem-se e, até, lançando mão de alguns expedientes "habilidosos". É a vida!
Também não concordo muito com a ideia de que poderá ter sido para "esconder a fragilidade da gestão e dos números" pois, pelo que vou ouvindo e lendo por aí na CS, a especializada e a "outra", essa fragilidade só existe no Sporting- nos outros grandes, não, aquilo vai de vento em popa. Nuns, pelos lucros mirabolantes que apresentam; noutros, porque não vendem bens, ainda que os paguem acima do preço marcado! (mas esta é de comerciante, carago!)
SL
Só que "a cegueira" do dinheiro fácil "atrasou" (se não impediu mesmo...), que já estivesse a "brilhar" de uma outra maneira...
ResponderEliminarOs empresários na maior parte das vezes, apenas se preocupam com a percentagem "a que têm direito" e nada mais...
Vamos a ver o que lhe reserva o futuro...
Desejo-lhe sorte...
SL