CÃES DE GUERRA
«Não sei se Nelson Évora tinha, ou tem, mais um ano de compromisso com o Benfica, não sei se o Sporting fez bem ou mal em contratá-lo, não sei se Telma Monteiro irá deixar também os encarnados, como não sei se essas deserções, a confirmarem-se, terão algo a ver com o regresso de Fernando Tavares à liderança das modalidades do clube da Luz. E não sei porque não me interessa. Eles, sim, conhecem bem as linhas com que se cosem.
O que sei, eu que me considero equidistante de Sporting e Benfica – apreciando ambos porque não vejo o desporto como um palco de ódios – é que me desgostou a forma, exageradamente eufórica, como Nelson Évora se apresentou, no sábado, em Alvalade. Acho que não havia necessidade que um campeão olímpico, já mais perto do que longe do final da carreira, se prestasse a ser acha de fogueira da suja hostilidade que opõe leões e águias. Uma hostilidade que desprestigia os agentes desportivos e entristece os adeptos civilizados – a esmagadora maioria – mas que constitui um maná para os cães de guerra especializados em vomitar mentiras, promover vaidades e atiçar frustrações.
«Não sei se Nelson Évora tinha, ou tem, mais um ano de compromisso com o Benfica, não sei se o Sporting fez bem ou mal em contratá-lo, não sei se Telma Monteiro irá deixar também os encarnados, como não sei se essas deserções, a confirmarem-se, terão algo a ver com o regresso de Fernando Tavares à liderança das modalidades do clube da Luz. E não sei porque não me interessa. Eles, sim, conhecem bem as linhas com que se cosem.
O que sei, eu que me considero equidistante de Sporting e Benfica – apreciando ambos porque não vejo o desporto como um palco de ódios – é que me desgostou a forma, exageradamente eufórica, como Nelson Évora se apresentou, no sábado, em Alvalade. Acho que não havia necessidade que um campeão olímpico, já mais perto do que longe do final da carreira, se prestasse a ser acha de fogueira da suja hostilidade que opõe leões e águias. Uma hostilidade que desprestigia os agentes desportivos e entristece os adeptos civilizados – a esmagadora maioria – mas que constitui um maná para os cães de guerra especializados em vomitar mentiras, promover vaidades e atiçar frustrações.
Por outro lado, não entendo o modo frio como tantos atletas, em especial futebolistas no ocaso dos percursos profissionais, trocam os clubes com os quais se identificam – e com os quais os identifica o grande público – por um prato de lentilhas. Ganham alguma coisa, no imediato, para uns últimos aforros? Talvez, mas é bem pior o que deitam fora: os corações daqueles que os admiravam. E em termos de futuro, então, isso transforma-se – e não faltam exemplos – num completo desastre.»
(Alexandre Pais, Canto Curto, in Record)
NOVA VIDA PARA ÉVORA
«O fim da ligação de Nelson Évora com o seu técnico de sempre, João Ganço, foi uma surpresa, ao fim de 25 anos.
Nelson precisava de um novo estímulo e trocou Ganço pelo cubano Ivan Pedroso. Vai mudar-se para Espanha para encetar uma nova etapa. Mas algo vai ser diferente até Tóquio: justificar com resultados estas opções e a mudança do Benfica para o Sporting.
Para quem tem a qualidade de Nelson, esta é a pressão saudável. Fê-lo de plena consciência, sabendo que tem 32 anos e aspiração para chegar aos Jogos de Tóquio em boa forma.
Facilmente ajudará o Sporting a ser campeão nacional e a lutar pelo título europeu. Radicado em Espanha e longe dos olhares dos técnicos e dos colegas da Selecção, Nelson começa uma nova vida.
Se fizer bons resultados internacionais e conquistar medalhas terá a nação inteira a bater-lhe palmas e a polémica transferência será amenizada. E não nos podemos esquecer de uma coisa: o mundo do atletismo vive de números.»
«O fim da ligação de Nelson Évora com o seu técnico de sempre, João Ganço, foi uma surpresa, ao fim de 25 anos.
Nelson precisava de um novo estímulo e trocou Ganço pelo cubano Ivan Pedroso. Vai mudar-se para Espanha para encetar uma nova etapa. Mas algo vai ser diferente até Tóquio: justificar com resultados estas opções e a mudança do Benfica para o Sporting.
Para quem tem a qualidade de Nelson, esta é a pressão saudável. Fê-lo de plena consciência, sabendo que tem 32 anos e aspiração para chegar aos Jogos de Tóquio em boa forma.
Facilmente ajudará o Sporting a ser campeão nacional e a lutar pelo título europeu. Radicado em Espanha e longe dos olhares dos técnicos e dos colegas da Selecção, Nelson começa uma nova vida.
Se fizer bons resultados internacionais e conquistar medalhas terá a nação inteira a bater-lhe palmas e a polémica transferência será amenizada. E não nos podemos esquecer de uma coisa: o mundo do atletismo vive de números.»
Como em tudo na vida, a questão das transferências de atletas entre os dois vizinhos da 2ª Circular, acaba por ser tão fracturante entre os adeptos dos dois clubes, quanto entre os cronistas e comentadores de um mesmo jornal, mesmo que cada um reclame ou não a sua independência. Nenhum leitor estará à espera que qualquer deles confesse o que sustenta objectivamente cada uma das crónicas que entrega na redacção para publicação. Os leitores lêem as crónicas com a profundidade ou ligeireza que entendem, reflectem sobre aquilo que cada cronista escreveu e constroem a sua opinião. O resto serão "peaners", como diria um conceituado técnico de futebol da nossa praça e quem acabar por ser "comido de cabolada", como diria outro conceituado técnico da bola, que cuide da sua vida e não se meta noutra.
Mas que no meu modesto entendimento, acho mais natural e completamente despida de objectivos pouco claros, a crónica de Norberto Santos, o Alexandre Pais que me perdoe mas, tentando ir um pouco mais para além do remate do primeiro: o mundo inteiro vive de números!
Onde já vai a idade da inocência!...
Mas que no meu modesto entendimento, acho mais natural e completamente despida de objectivos pouco claros, a crónica de Norberto Santos, o Alexandre Pais que me perdoe mas, tentando ir um pouco mais para além do remate do primeiro: o mundo inteiro vive de números!
Onde já vai a idade da inocência!...
Leoninamente,
Até à próxima
Há uma coisa chamada gratidão... uns conhecem, outros não.
ResponderEliminarO resto é... peannurs.
Presume-se que o "anónimo das 02:20" seja um cidadão responsável e que ganhe a sua vida à custa do seu trabalho, em vez de continuar a viver à custa dos pais. E presume-se também que seja uma pessoa que cultive a gratidão. Finalmente presume-se que se uma outra entidade patronal qualquer lhe propusesse trabalho remunerado pelo dobro do que está a ganhar, o anónimo recusaria por... gratidão! Nestas circunstâncias, Nelson Évora(32 anos), Marco Fortes(34), Rui Silva(39) e outros que já o fizeram ou estarão em vias de o fazer, serão ingratos e pouco inteligentes!...
EliminarFalar de cor e sem possuir o mínimo de conhecimento das circunstâncias que levaram cada um a procurar dar um outro rumo às suas vidas, revelando "gratidão eterna", o que revelará também e principalmente, este "espírito altruista e magnânimo" escondido sob a capa do anonimato???!!!...
Hipocrisia e dor de cotovelo: uma relação inquebrável!
EliminarGratidão diz o rapazolas ...
Pois para o Alexandre Pais nem sei se o "hei-de" pôr a fazer béu- béu se ão-ão...mas uma coisa não necessito fazer é mudar-lhe a cor da coleira pois realmente só o encarnado lhe fica mesmo a oreceito...
ResponderEliminarNão me entusiasmou por aí além esta mudança do Nelson Évora,embora o passe a apoiar como atleta nosso, mas nem de longe nem de perto aceito, essa conversa do Paes...
SL