segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E o melhor há-de vir...



Na pacatez dos álamos desnudados que me rodeiam a casa, já longe das bancadas tingidas de verde do Calhabé e dos cânticos inflamados que não mereciam a quase derrota de ontem, refugiei-me, como sempre, na música... À vezes são os livros, hoje precisei de um bálsamo melodioso  e harmónico e de palavras ritmadas e com significado, que me refrescassem a alma!...
Já tinha deixado antes, que a fantástica musicalidade de "Com medo de voar"  me entrasse na alma. Mas hoje, carente e sensível depois de uma tarde/noite de desilusão, "olhei" com mais atenção para as palavras que um grupo de jovens "inventou" e publicou. São os "Classificados", Serafim Borges (voz, guitarra e teclas), Sérgio Silva (bateria), Pedro Ferreira (baixo) e Bruno Macedo (guitarra eléctrica), cuja história pode aperceber aqui e o motivo musical que me recuperou da depressão, por aqui.
E não resisto a deixar-vos a mensagem profunda e poética que fizeram vir à luz do dia:







Com medo de voar
Às vezes, é tarde demais para seguir em frente
Às vezes, é cedo demais para voltar atrás
E o tempo também é inverso à nossa vontade
E às tantas o que nos atrai já não é verdade
Porque é fácil não estar no lugar marcado
E é tão fácil seguir o caminho errado

Às vezes eu não salto, com medo de voar
Às vezes eu não sonho, com medo de acordar.
Às vezes eu não canto, com medo de me ouvir
Às vezes eu entendo, que é apenas um momento
E o melhor há-de vir…


A arte não tem cor!... E o belo não tem bandeira!...
Sei pouco ou nada da cor e da bandeira dos autores!... Mas sinto as palavras e a música que escreveram e nos ofereceram. E como destinatário da sua mensagem e nada me importando com a cor ou bandeira de origem, cabe-me o direito de a pintar com a cor que o meu coração me ordenar e de empunhar a bandeira do amor que nele vive. Porque o medo de voar, acordar e ouvir, que tantas vezes me inibe de saltar, sonhar e cantar, também me permite entender as vicissitudes do momento e sentir que o melhor há-de vir...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. Álamo amigo,

    A tristeza dá-te para a poesia já vi.
    Belo post que exigiria de mim um pouco mais de tempo que escasseia.

    Espero mesmo que o melhor esteja para vir para ti, para mim e para o resto do mundo.

    Beijos com sabor a limão, baunilha e canela

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  2. Sou um sentimentalão minha amiga!...
    Quanto a ti, se o que consigo ler nas entre-linhas for verdade, não andarás muito longe. Mas, no reverso da medalha, há quem diga que os "poetas", sendo certo que sofrem mais, também estarão sempre mais perto da felicidade... Não há bela sem senão!... Por mim, não me importo com este "casamento": se para ter umas migalhas de felicidade eu tiver que sofrer por inteiro o pão da dor, prefiro esta injusta troca que vegetar dormente e sem sentido por aí! Talvez por isso seja do Sporting, português, agnóstico e um convicto desalinhado político...
    Um beijo de retribuição ao limão, baunilha e canela que me enviaste e o desejo de que sejas muito feliz com os teus nesta quadra tão bonita.
    Ah, já me esquecia. Muito obrigado por seres minha amiga.

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