Rei forte, rei fraco
«Ver a exibição de Chiquinho ontem deu o mote para este texto. Uma celebração do nosso maior poeta, que, na sua eterna obra, ‘Os Lusíadas’, aponta o mal que um rei fraco faz às suas gentes. Falemos então de reis fortes e fracos.
No Benfica, a estrela de Schmidt continua a brilhar, intensa. Tanto que até Chiquinho se transfigura, capaz de fazer esquecer a saída de Enzo. Schmidt, o rei forte, mexe apenas o necessário para que tudo possa continuar na mesma. Aqui se aventou a hipótese de João Mário ter de passar para o centro, para colmatar a baixa do craque argentino. Mas o técnico pegou em Chiquinho e instruiu-o nos mesmos movimentos que desenhava para Enzo. Claro que Chiquinho nunca terá a capacidade de Enzo. Precisa de melhorar a intensidade nas bolas divididas. Mas, ontem, o português garantiu que Schmidt pode contar com ele. Excelentes passes, sempre bem posicionado. Talvez Chiquinho se esteja a tornar num jogador capaz de ganhar os mais elevados duelos. É a calma, a estabilidade do líder, esse rei forte, a tornar melhores todos os que estão à sua volta.
Falemos de um rei que volveu fraco, depois de ter sido forte. Na passada semana, aqui se alertou para posicionamentos contranatura, promovidos por Rúben Amorim, na equipa do Sporting. Agora, frente ao FC Porto, o técnico sublinhou a sua actual excentricidade. Depois de erros de casting para o onze titular, substituições efémeras e colocação de pedras nos lugares trocados, a grande dúvida não é se Amorim acredita nos jogadores e em si mesmo, como afirma. Será necessário verificar é se os seus comandados ainda acreditam no líder. Os jogadores não são cobaias, sempre à disposição do cientista para mais um teste falhado.
Rúben Amorim, frente ao FC Porto, e no desastre comunicacional subsequente, lembrou a célebre estrofe de Camões: ‘um fraco rei faz fraca a forte gente’.
Em cada projecto que monta, todo o treinador tem o seu prazo de validade. Amorim parece ter atingido o seu no Sporting.
Com a equipa em crise, ressurgem as fracturas entre adeptos sportinguistas. Se Amorim continuar a caminhar para a abismo, inexoravelmente, levará com ele Frederico Varandas. Para já, são os jornalistas a sofrer a fúria dos energúmenos, que o futebol português não logra expurgar das bancadas. Logo depois, até os adeptos mais moderados se virarão para a tribuna presidencial, a cobrar pelas derrotas.
Aguarda-se com expectativa pelo Sporting que surgirá hoje em Alvalade. Uma vitória não resolverá a crise, mas desanuvia as nuvens negras que o experimentalismo de Amorim tem adensado.»
Está na moda o "bota-abaixo de Amorim"! E então, vindo de onde vem, nem é suposto esperar mais, mas...
Alguém se andará a pôr a jeito!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
No género demagógico isso sempre pegou. À falta de melhor lá se vai lembrando Camões enquanto as gentes bebem umas minis na actualidade, ou lá o que vieram bebendo desde 1500 e troca o passo. Dá sempre jeito partir-se do princípio de que há uma gente q presta para alguma coisa...
ResponderEliminarSendo o primeiro a meter-me nesse grupo de gente q é bem capaz de não prestar para nada, enfio lá também o plantel do Sporting. E esse Otávio, evidentemente.