A Liga da farda
«Nas últimas semanas, densificaram-se as lutas dos agentes da autoridade na defesa das condições de exercício de funções que consideram justas e cuja motivação e proporcionalidade deixo ao critério de cada um dos leitores.
Neste contexto, e com um acentuado factor surpresa, no passado dia 3 de Fevereiro, a baixa inesperada de diversos operacionais da Polícia de Segurança Pública inviabilizou a realização do encontro entre o Futebol Clube de Famalicão e o até então líder incontestado do campeonato.
Se qualquer calendário é, por definição, um sistema de divisão do tempo, na realidade contemporânea do futebol profissional, a gestão inteligente deste recurso finito constitui uma variável maior na construção do sucesso de qualquer organização desportiva.
Ao elaborado sistema de gestão que envolve dimensões logísticas, fisiológicas, nutricionais e motivacionais, o ecossistema económico em torno desta indústria acrescenta – a cada dia - novas obrigações contratuais inerentes às transmissões digitais, televisivas e radiofónicas, compromissos publicitários e o assegurar das condições de segurança para a realização deste tipo de eventos.
Não sendo alheio à desconfiança de muitos, que no universo Sporting lamentam que este tenha sido o único jogo da 20.ª jornada adiado, por um motivo que é transversal e actual na sociedade portuguesa, considero ponderado subscrever as palavras do presidente, Frederico Varandas, que refutou qualquer tese conspirativa.
Se a perda virtual da liderança, através de um artifício externo à competição e alheio aos seus protagonistas, poderá nem ser determinante, por infortúnio que seja o prejuízo do Sporting é evidente.
Se são muitas as modalidades que consagram a figura do desconto de tempo, como forma de quebrar o élan de um adversário, o futebol não é – evidentemente – uma delas. A perturbação é inegável.
Todavia, reina no Sporting um espírito combativo, focado e de entrega total. Independentemente do jogo em atraso vir a ser recuperado em Março, Abril ou Maio é indispensável que não nos rendamos às pobres teses "do contra tudo e contra todos", mas, ao invés, tornemos esta peripécia numa força adicional.
O mote está dado, entre competições nacionais e internacionais, venha de lá qualquer data conforme aos regulamentos. Se entrarmos nesse jogo, na liderança, com um jogo a menos, o campeonato será – muito merecidamente – nosso.
No Sporting, a força faz-se de suor e não de lágrimas. Seguimos.»
Ora bem. Seguimos, sim senhor!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário