Um adeus inglês
«O sócio 1100 que sou indigna-se de cada vez que um jogador de valia sai, por melhor que seja a venda.
Embora queira ser racional, prevalece um sentimento misto de revolta e nostalgia, acompanhado momentaneamente das premonições mais negras sobre o futuro desempenho da equipa.
Só que quem manda e tem de decidir não pode nunca pensar como adepto. O Sporting necessita garantir a sua sustentabilidade financeira, colmatar os défices crónicos de tesouraria e só as vendas de jogadores asseguram esse desiderato. É doloroso, mas é a realidade e não há como abstrair.
Relativamente ao Matheus, o que verdadeiramente mudou foi a vontade dele, porque, tanto quanto se sabe, a proposta do Wolves já morava em Alvalade há tempos. Foi pena, porquanto o Tabata poderia ter ficado e os timings da saída também poderiam ser outros, mas manda quem pode, como diz o povo.
Agora é tempo de a equipa se reinventar no imediato e encontrar, logo que possível, substitutos à altura. O FC Porto teve de vender o melhor jogador e ganhou o campeonato, o Sporting vendeu o Bruno Fernandes e idem, idem; não faltam exemplos de superação dessas adversidades e o Rúben Amorim é conhecido por fazer muito com pouco.
Ser treinador de futebol em Portugal é como o mito do Rochedo de Sísifo. Levam um ano a empurrar o rochedo para o cume e no final lá vai ele encosta abaixo e logo a sina recomeça. Duas coisas mais.
A primeira é evitar os fatalismos em que os sportinguistas são tão pródigos, nomeadamente que o campeonato está comprometido, como já vi escrito em muito lado.
A segunda consiste em que as pessoas que dirigem e treinam o clube são credoras, pelo que têm dado ao Sporting, de um voto de confiança e não é por se vender Matheus Nunes que o desmerecem.
O sócio 1100 tem de ultrapassar rapidamente os seus estados de alma e perceber que há valores mais altos que se sobrepõem ao seu egoísmo passional, de querer ter tudo para ganhar. Resignado pois, mas confiante sempre.»
Resignados e confiantes, pois claro!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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