«“Não era suposto haver tantos buracos na defesa”. A frase é de Rúben Amorim na flash do Sp. Braga-Sporting, um misto de “frustração” e “surpresa” – vincou mais tarde na conferência – pelo desacerto defensivo da sua equipa a abrir a Liga. Mas ao mesmo tempo, o técnico dos leões também assumiu que identificou logo aquilo que precisa de trabalhar, apesar de não nomear todos os erros cometidos na Pedreira.
Fez, por isso, Record ir ao detalhe, comparando a postura dos verdes e brancos no Minho com a média de parâmetros de todo o seu campeonato 2021/22, determinantes para acabarem como segunda equipa mais sólida da prova (encaixou 23 golos, mais um que o FC Porto), após o ouro em 2020/21 (ficaram-se nos 20).
Com a ajuda da infografia acima, percebemos então que os principais pecados dos sportinguistas em Braga, onde não agarram três vantagens, passaram principalmente pela exposição que deram à baliza de Adán, com 15 disparos permitidos aos arsenalistas, o dobro daquilo que registaram nas 34 jornadas do campeonato transacto (perto de 8) – o Sporting só sofreu mais disparos em dois jogos, outra vez diante do Sp. Braga e também na Pedreira (16, na 2.ª ronda), mas vencendo por 2-1, e na visita ao Dragão (21, na jornada 22), onde empatou a 2 golos. Justificações? O passe. Além de a percentagem total ter ficado, no Minho, mais de 5 pontos percentuais abaixo da média da última época, as dificuldades ficam vincadas pelas (muitas) ligações falhadas pelos futebolistas visitantes no seu meio-campo, trinta e duas, mais 12 do que a média de 2021/22 – ligeiramente acima dos 20.
Menos recuperações...
...mais recurso à falta. A desconcentração está igualmente espelhada pelo menor número de recuperações registados diante da formação de Artur Jorge em relação ao hábito recente, registo que pode ajudar a justificar um aumento do número de faltas (17 no total) em relação às que foram feitas, novamente em média, no último campeonato (13,85).
“Não estou preocupado. Saio deste jogo e sei exactamente o que vou fazer”, atirou Rúben, apontando já aos próximos treinos.
Defesa aos saltos onde só Coates não... se moveu
Rúben Amorim lembrou, no final do jogo, que o seu leão tem no controlo dos jogos uma das principais valências, algo que não se verificou em Braga: além dos números que já lhe apresentámos na peça principal, também lhe mostramos o quão turbulenta foi a linha recuada no Minho, onde só Coates... não se moveu. Inácio começou como central do lado direito e acabou à esquerda; substituiu Matheus Reis, que acabou na ala, no lugar de Nuno Santos, e do outro lado Porro deu lugar a Trincão, que após o 3-2 saiu para entrar Esgaio. E claro, Inácio foi para a esquerda porque St. Juste, reforço para a nova época, se estreou em jogos oficiais, lançado a meia hora do fim dos 90 minutos. Amorim queria estabilidade e agiu na tentativa de a obter.»
Por Bruno Fernandes
Capa do Record de hoje
Um excelente, oportuno e inusitado trabalho - que entra de rompante quase no modo científico! - do jornalista de Record, Bruno Fernandes, que nos ajuda a melhor compreender a péssima prestação dos leões na Pedreira, nesse famigerado jogo da nossa decepção!...
Tudo tem uma explicação. E será desafiante apreciar aquilo que vai fazer esta mesma gente, no próximo sábado em Alvalade, ante o Rio Ave! E não direi depois, porque não quero correr o risco de me desviar do rumo definido e bem, por Rúben Amorim: "vamos jogo a jogo, que o campeonato é longo"! É que convirá não esquecer que não poderá haver segunda vez...
Duas vezes é p'ró segundo andar!...
Leoninamente,
Até à próxima
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