«Ainda não passou uma semana desde que Rúben Amorim assumiu não estar preparado para perder Matheus Nunes e já o médio rumou a Inglaterra para ser jogador do Wolves. O cenário, que o técnico tentou evitar ao máximo, vai obrigá-lo a adaptar-se – como também já sublinhou que faria face à provável saída –, no caso com a chegada de uma peça para o meio-campo, algo que lhe foi prometido ontem pelo presidente Frederico Varandas e pelo director-desportivo Hugo Viana, apurou Record.
A abrir a tarde, depois do treino, os dirigentes dos leões aproveitaram a presença habitual em Alcochete, no arranque da semana de trabalho, para reunir com o treinador. Apesar de numa primeira fase Amorim ter transmitido à cúpula do futebol que estava pronto a ir à luta com os futebolistas que tinha à disposição, sem entradas, ouviu de Varandas e de Viana que o encaixe imediato de 45 milhões de euros com a venda do internacional português iria dar folga à SAD para ir ao mercado, reservando neste sentido cerca de 10 milhões para dar uma opção de qualidade para enfrentar 2022/23 e mitigar a perda de um atleta que Rúben considerava imprescindível.
Com todas as cartas em cima da mesa, foi então tempo de colocar mãos à obra, delineando uma estratégia para aplicar com celeridade, numa altura em que faltam menos de duas semanas para se dar por concluído o defeso de 2022 nos principais mercados europeus. O treinador dos verdes e brancos, fiel às suas ideias e estilo de agir quando contrata um futebolista, comunicou nesta reunião que jogador encaixaria dentro da sua estratégia tendo em conta a possibilidade financeira do Sporting, que até há bem pouco tempo – disse Amorim – não tinha “mais um cêntimo” para gastar em reforços... se não acontecesse uma saída.
Director-desportivo em campo
Com Varandas sempre ao corrente da situação, é tempo de Hugo Viana agir no mercado, sabendo as condições que tem em mãos em termos financeiros e aquilo que o treinador que ajudou a trazer para Alvalade, em 2020, pretende para a substituição de Matheus. Percebendo que a saída do médio era um cenário possível e que ganhou força a partir do final da última temporada, a estrutura foi trabalhando em diversos cenários, mas sempre na expectativa, se os ingleses levariam ou não o seu jogador; levando, têm de actuar com os alvos que ainda estão disponíveis, sabendo que o scouting ajudou a criar uma base de segurança para actuar com critério e qualidade.
De um plantel fechado, Rúben viu ser aberta uma brecha difícil de preencher dado o enquadramento de Matheus no Sporting e a necessidade de crescer, mas também estava consciente que este era um activo apetecível.
Desiludido após múltiplos apelos
Rúben Amorim não escondeu o seu desagrado – bem pelo contrário – a Frederico Varandas e Hugo Viana por ter perdido Matheus Nunes, um dos jogadores que considerou determinante numa óptica de se manter competitivo quando planeou 2022/23 com a estrutura. Apesar de saber que o mercado o podia levar e que o Sporting nunca poderia ignorar uma proposta que chegasse aos 50 milhões, o treinador apelou várias vezes ao presidente e ao director-desportivo dos leões para que fizessem um esforço com o objectivo de manter o médio. Palhinha saiu por 20 M€, foram feitos negócios extras, mas perante a tal cifra perto da cláusula do jogador (60 M€), a SAD vendeu.
Por Bruno Fernandes e Vítor Almeida Gonçalves
O Sporting vendeu, está vendido! Mais importante do que a saída de qualquer jogador, por mais valioso que possa ser, terá de ser sempre o equilíbrio financeiro de uma instituição com a História, os valores e os princípios do Sporting Clube de Portugal...
Agora é tempo de, com critério e qualidade prosseguir o caminho, oferecendo a Rúben Amorim os instrumentos de que necessita para continuar na senda dos êxitos alcançados.
O Sporting sempre em primeiro lugar!...
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário