Porcos, feios e maus!!!...

Violência no futebol

«Não poder levar a nossa família a um jogo de futebol mais emotivo em Portugal sem o justo receio de ter problemas sérios é, simultaneamente, uma das maiores decepções e limitações que existe na organização do espectáculo do Desporto-Rei.

Durante muitos anos, raramente assumi o risco de levar algum dos meus dois filhos a um "derby" ou a um "clássico" mais rasgadinho, pelo medo que tinha de os expor a riscos desnecessários, apesar dos seus insistentes pedidos… quase nunca acedidos.

Isto a propósito do que se passou nas bancadas do Estádio Municipal de Braga no passado sábado com o cidadão Jason Walter (JW) e sua família.

Para despiste de potencial conflito de interesses informo que conheço o Jason, pessoa que considero um amigo desde os finais dos anos 90, quando os nossos destinos se cruzaram profissionalmente.

JW é, além de tudo, um excelente mecenas e patrocinador desportivo com a sua marca "Auditiv".

Basta estar atento a algumas das imagens que os meios de comunicação desportivos nos trazem do automobilismo, basquetebol (masculino e feminino) e futebol em vários clubes de diversas regiões do país (continente e ilhas).

É daqueles empresários que o desporto português precisa, pois ele tenta simultaneamente oferecer e aproveitar o que de melhor existe para relacionar marcas e desporto.

Para Azar dos Távoras, os energúmenos que o agrediram e ameaçaram a sua família, decorrente do seu filho de 7 anos de idade comemorar um golo de forma genuína e espontânea, desconheciam que era tão só um dos patrocinadores do próprio SC Braga!!

Ou seja, seria sempre mau de mais o comportamento destes hooligans envolvidos no assalto ao camarote.

Contudo, tudo isto foi ainda agravado pelo facto de estarem agredir alguém que apoia e financia o SC Braga, que deseja estar presente de forma proactiva, envolvente e dinamizadora da actividade desportiva da SAD, do Clube e da cidade.

É por estas e por outras que boas, excelentes e altamente capitalizadas marcas ainda não pretendem estar presentes no futebol português e/ou junto dos principais clubes/marcas portugueses… O risco de estar associado a estes momentos menos felizes e conseguidos é, infelizmente, altamente provável.

Só que para este estado de coisas também muito contribui o exemplo que vem de cima, pois o problema por vezes começa nas próprias lideranças, seja nos Presidentes e/ou nos Directores de Comunicação, useiros e vezeiros não só na beligerância verbal, quando não física, sempre que lhes dá jeito, como no uso destas "guarda-pretorianas" das claques.

Muito trabalho, têm ainda a Federação e Liga pela frente promovendo uma cultura de são desportivismo, para a qual deve contar com o apoio de uma Comunicação Social responsável por forma a criar onda de reprovação pública contínua e estrutural destes comportamentos, complementado pelo trabalho efectivo das forças segurança e judiciais na prossecução cível e criminal dos autores destes comportamentos.

Para que, assim, um dia possamos levar as nossas famílias aos estádios sem medo.»

(Luís Miguel Henrique, O Advogado do Diabo, in Record, hoje às 19:51)

Porcos, feios e maus!!!...

Leoninamente,

Até à próxima