Sobram bilhetes
«Depois de quase um ano e meio sem público nos estádios talvez alguns esperassem uma corrida desenfreada à compra de bilhetes nas primeiras jornadas da nossa liga. Não aconteceu, apesar da limitação de 33% na lotação dos estádios imposta pelas normas da DGS.
Os primeiros 18 jogos da Liga, correspondentes às duas jornadas iniciais da prova, tiveram apenas cerca de 70 mil espectadores nas bancadas, menos 38 mil do que poderiam ter, face ao limite máximo de um terço da lotação em cada estádio. Nenhum dos 18 recintos conseguiu atingir o terço da lotação agora permitido face à pandemia de Covid-19, sendo o Dragão, através do FC Porto-Belenenses SAD, o que teve percentagem mais elevada: 30,84%, segundo dados da Liga Portugal.
Sabemos naturalmente que a necessidade de apresentar um certificado digital Covid-19 que comprove vacinação completa, teste negativo nas 48 horas anteriores, verificação de cura, obrigatoriedade de cadeiras de distanciamento entre adeptos, utilização de máscaras ou o polémico cartão de adepto serão alguns dos fatores que influenciam negativamente a ida dos adeptos aos estádios.
A pandemia criou, entre outros, um enorme problema na indústria do desporto. Delapidou há mais de um ano as avultadas receitas de bilheteira de toda a indústria. Deveria ser este o momento de iniciar esta recuperação, aproveitando a fome de bola dos adeptos.
Além das questões de saúde pública, existe ainda outro desafio enorme para a indústria do desporto que passou o último ano e meio a desenvolver esforços para manter os adeptos agarrados aos seus sofás. Como os vamos tirar de lá agora? Claro que, os mais entusiastas vão rapidamente desempoeirar os cachecóis e invadir as bancadas. O problema não é esse. São todos os outros adeptos, menos envolvidos, que se desabituaram totalmente da experiência de ver desporto ao vivo. Perderam a rotina. Deixaram de gastar dinheiro em bilhetes. Vai ser preciso muita energia, estratégia e criatividade para o desporto recuperar os seus clientes.
Vejo por isso com preocupação os números das assistências das primeiras jornadas da Liga de futebol, ainda mais, quando já vemos os estádios cheios em vários países europeus. Em Portugal temos tido nos últimos anos uma realidade a 3 níveis no que diz respeito a assistências nos estádios. Um primeiro grupo, composto por Benfica, Sporting e FC Porto com médias superiores a 40.000 espectadores por jogo, logo seguidos de Braga e Guimarães com assistências à volta dos 15.000 espectadores por jogo e um terceiro grupo, composto pelas restantes equipas com assistências médias muito baixas.
Está na hora da atracção dos espectadores aos estádios passar a ser uma prioridade para os nossos clubes.»
Um enorme e difícil problema parece estar neste momento colocado a todos os clubes, inclusivamente aos chamados grandes! Por todas as multiplas razões expostas nesta análise de Daniel Sá mas, estou em crer, porque para uma grande parte dos adeptos do futebol ainda não estarão criadas as condições de segurança e desburocratização necessárias e suficientes para que o hábito do sofá entretanto criado, possa ser vencido pelo amor ao futebol e aos respectivos clubes.
Centrando a nossa preocupação no Sporting, sabe-se que no recente dérbi de Alvalade com o BSAD, terão estado pouco mais de 13 mil adeptos presentes em Alvalade, quando o limite permitido seria de cerca 17 mil. Algo estará a falhar e, de todo, a causa desta surpreendente situação não poderá ser imputada à equipa liderada por Rúben Amorim que, ostentando o símbolo de campeã em título, estará a produzir nesta nova temporada espectáculos e resultados de nível ainda mais convincente e superior àquele que conseguiu exibir ao longo de toda a época passada. Provado estará então que, justificadamente, os apertados processos de selecção para a venda de bilhetes, salvo melhor opinião, parecem não ter mais razão de ser, quando entre os privilegiados não é alcançada a afluência permitida pelas autoridades. Pese embora a inatacável decisão dos dirigentes leoninos e enquanto continuarem a ficar bilhetes por vender, a venda terá de ser livre, pelo menos nos dois últimos dias antes dos jogos, de modo a que tão caricata e descoroçoante situação não se volte a repetir. As limitações só farão sentido se e quando a procura for superior à oferta!...
O Sporting nunca poderá ficar a perder!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Alguma coisa deverá mudar…
ResponderEliminarAfinal…se nos transportes públicos se vai passar a viajar sem condicionalismos… ( se bem, que em muitos transportes isso nunca deixou de acontecer…)…
Porque há tantas restrições na ocupação dos lugares nos campos de futebol…?
É preciso não esquecer que tivemos uma bancada vazia gracas ao cartao de adepto!!
ResponderEliminarE esses bilhetes n podem ser vendidos noutras zonas do estadio...