sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Como se faz para mudar de agente!...



A liberdade dos jogadores

«Causa-me muita estranheza que os jogadores, os verdadeiros artistas do futebol, os elementos principais do jogo, sejam hoje a parte fraca de um negócio que gera tantos milhões. E quando escrevo "parte fraca" não me refiro ao dinheiro que ganham. Mas à vontade que muitos (a maioria?) não têm direito a exprimir. O dinheiro pode comprar quase tudo, mas nunca a dignidade.

Apesar da FIFA ter acabado com a possibilidade de uma terceira parte (empresários ou fundos) possuir direitos económicos sobre os jogadores, a verdade é que a liberdade destes continua a ser retalhada por três, por vezes quatro, partes. Sempre dentro de um quadro de legalidade, porque aquilo que verdadeiramente interessa para as federações são os direitos desportivos. E a 'propriedade' económica divide-se pelas partes que forem necessárias, desde que exista bom entendimento entre todos. E quando o objectivo é o lucro escandaloso (comprar por 1 e vender por 50), não há como não haver acordo entre as partes envolvidas na ganância.

Em Portugal o fenómeno não era alarmante. Mas com o aumento da chegada de jogadores sul-americanos em número elevado, começamos a ter uma noção mais clara deste real problema. É que de há uns anos a esta parte, raro é o caso de um futebolista que consiga cruzar o Atlântico sem antes ver o seu passe repartido entre clube de origem, fundos e agentes, quando não também os próprios pais. Assim, na hora de fazer o grande negócio (a venda), as partes a contentar são tantas que o jogador não mais é que mercadoria nas mãos destas pessoas. Escolhe-se o futuro clube apenas pelo lado financeiro. Gere-se a carteira própria em vez da carreira do jogador.

O caso de Carrillo cabe bem neste quadro. Neste momento, conseguirá ele fazer valer a vontade própria para escolher onde vai jogar nas próximas épocas? Ou o agente e o proprietário de metade dos direitos económicos vão 'obrigá-lo' a ser transferido, por ser essa a única forma de encherem os bolsos? A escolha deveria ser do peruano do Sporting. Deveria ser ele a ficar com os 2 milhões do prémio que o clube lhe oferece. O agente dele concordará?...
(José Ribeiro, Contas Feitas, in Record)


Oh Rui Patrício, explica lá ao André Carrillo, muito direitinho e "tim-tim por tim-tim", depois de ter os dois milhões na sua conta e de assinar os papeis da renovação com  o Sporting...

Como se faz para mudar de agente!...

Leoninamente,
Até á próxima

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