quinta-feira, 17 de junho de 2021

Elementar, caros sportinguistas!...


#VarandasIN

«A época de 2020/21 é, muito provavelmente, uma das melhores da história do Sporting Clube de Portugal e, seguramente, a melhor das últimas cinco décadas. Além da quebra de um jejum de 19 anos no Futebol Sénior Masculino, conquistámos o título de Campeões Nacionais de Basquetebol 39 anos depois da última vez, e enriquecemos o nosso acervo museológico com dezenas de outros títulos, nacionais e europeus, nas mais diversas modalidades apesar da contenção de investimento que foi necessária. Podemos dizer que esta foi uma época de superação quase absoluta do nosso ecletismo, em que o Esforço, a Dedicação e a Devoção nos conduziram à tão merecida e desejada Glória. E em que vimos reafirmado o estatuto de maior potência desportiva nacional e em que continuámos a consolidar o desígnio do nosso fundador de sermos tão grandes como os maiores da Europa.

É disto que vivem os clubes desportivos, de resultados, de títulos, de conquistas. É este o seu core business, como se diz no mundo empresarial. Não ignoro os pedidos de demissão de uma Direcção/Administração cujos resultados desportivos – esses são os primeiros a contar para os adeptos e não outros – são os que conhecemos e com os quais vibramos. Toda esta insanidade é (in)compreensível, como já uma vez escrevi, pela nossa tendência histórica para a autofagia. Quando estamos bem, não descansamos enquanto não arranjamos forma de ficar pior.

A época está incompleta até porque ainda há campeonatos para disputar, mas podemos (e devemos) entregar já os créditos a quem os merece pelos feitos alcançados. Desde logo aos atletas, aos treinadores – destaco, sem desprimor para os outros, o Rúben Amorim, o Nuno Dias (melhor do mundo), o Luís Magalhães e o Paulo Freitas – e respectivas equipas técnicas. São eles os nossos ídolos, é por eles que torcemos, vibramos e sofremos em cada estádio, em cada pavilhão, em cada pista ou em qualquer outro lugar onde haja uma Verde e Branca a competir. É-lhes devido um agradecimento pelas alegrias inesquecíveis que nos têm proporcionado. Depois, aos Sócios e Adeptos que foram capazes de se reinventar num ano particularmente bizarro em que só tivemos estádios e pavilhões vazios, mas que, apesar disso, não faltaram com o apoio às nossas equipas. E, por fim, à Direcção do Clube e à Administração da SAD. Nenhuma destas conquistas é obra do acaso. É fruto de muito trabalho, e exige foco e capacidade de correr riscos. Nas modalidades, por exemplo, é impossível não destacar o papel do Miguel Afonso e a importância de Frederico Varandas e Francisco Salgado Zenha. Foram eles que, em conjunto com os treinadores e directores, construíram plantéis e criaram a coesão e as condições necessárias para que os resultados acontecessem. E no Futebol tem que se dar mérito ao Presidente e a Hugo Viana. Do quase até à vitória há um longo caminho. E foi Varandas quem cometeu a "loucura" de contratar Rúben Amorim, e que, aprendendo com os erros e evoluindo, teve a ousadia de apostar numa equipa com muitos jogadores da formação e em atletas que interessavam aos rivais, mas que, desta vez, conseguimos que fossem nossos em vez de serem de outros. Foram eles que definiram um plano para esta época – do qual não se desviaram um milímetro – que nos conduziu ao ansiado título de Campeões Nacionais, e que, no momento da conquista, souberam sair da frente para dar o palco a quem o merece.

Está tudo feito? Foi tudo bem feito? Nada disso. A memória é importante, não apenas para sermos gratos com quem merece, mas também para não repetirmos pecados.

Frederico Varandas tem ainda pela frente várias tarefas difíceis. Desde logo continuar a cumprir o lema que o levou à Presidência. Varandas disse que a única forma de "unir" o Sporting seria com vitórias. E tinha razão. No dia 11 de Maio de 2021, e nos vários dias em que temos celebrado títulos, essa "união" tem sido visível. Cabe agora aos Sócios, a todos os Sócios, corresponderem. Que estejamos todos à altura e que tenhamos todos o discernimento de perceber que é imperativo continuar a apoiar, como sempre, as nossas equipas no Estádio e no Pavilhão. A Direcção já deu um primeiro passo mostrando que está disponível para dialogar com os "GOA". Mas o esforço de união tem de partir, também, de cada um de nós, de cada Sócio. Os Sportinguistas que hoje têm no treinador e na equipa de futebol figuras agregadoras, têm de continuar a fazer prova de que este é um Clube de todos e para todos aqueles que o respeitam e amam verdadeiramente. Ou seja, há que unir os que quiserem ser unidos, já que, em relação aos outros não há remédio que lhes valha. Depois há que manter este espírito de conquista que faz parte do nosso ADN, continuando a aposta em plantéis competitivos e potencialmente ganhadores e percebendo que é, em primeira instância, pelos bons resultados desportivos que virá o sucesso financeiro. E, por fim, há que continuar na linha de promoção da marca Sporting, de proximidade diária com os adeptos, e de comunicação/marketing positivo – mérito inteiro do André Bernardo –, área em que hoje estamos ao nível do melhor que se faz no universo desportivo global.

Sendo eu do Sporting Clube de Portugal, sendo o Sportinguismo o único "ismo" que aceito ou admito, defendo a estabilidade dos mandatos e o reconhecimento do mérito a quem o tem. E, sobretudo, a uma Direcção que apresenta estes resultados, a única coisa que posso dizer é Varandas In!»

Elementar, caros sportinguistas!...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. Caro Álamo:
    Belíssima reflexão de um bom jornalista que, infelizmente, se deixou entedar no discurso truculento do anterior presidente. Como se vê, agora de volta à sua antiga serenidade, efectua reflexões muito asisadas.
    Assim alguns radicais que ainda restam reflectissem também. Mas nisso já não creio.
    Grande Abraço
    José Looes

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  2. Parabenizo e corroboro, a balizada e assertiva opinião de Nuno Saraiva.
    O reconhecimento ao mérito e gratidão pelo muito e excelente trabalho desenvolvido, mais que justo, é o dever de qualquer Sportinguista que se assuma.
    Estes O.S. têm desenvolvido um trabalho extraordinário a todos os níveis.
    Muito há ainda por fazer, recuperar, investir, modernizar, consolidar e criar mais-valor, mas tal só é possível, impreterivelmente, com as necessárias condições de estabilidade, credibilidade, coragem e confiança.
    E os actuais O.S. reúnem e dispõem destas características: competências, gabarito e prestígio.
    Muito obrigado aos membros da Direção, da MAG e do CFD, a quem desejo Saúde e Felicidades para darem continuidade e expressão na grandeza da obra.

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