FAZ TUDO BEM E CADA VEZ FAZ MELHOR
«A sua contratação gerou mais dúvidas do que esperança, mais estranheza do que satisfação. No grande laboratório de perversão em que o futebol se transformou, no qual todos têm opinião, mesmo sobre o que desconhecem profundamente, Bruno Fernandes começou por ser negócio com pouco sentido (muito caro e sem provas dadas), que não passava de um capricho e só dava resposta à febre de renovação permanente de Jorge Jesus. Como acontece por norma, JJ tinha razão: sabia que ia perder Adrien, não tinha certeza da afirmação dos possíveis parceiros de Bas Dost, isto para lá de acreditar que estava ali diamante para lapidar – e lançou mãos à obra na construção de uma valiosa peça da ourivesaria mundial. O resultado está à vista: o capitão saiu para Leicester; Alan Ruiz e Podence não se afirmaram e BF está a cumprir a sua parte no plano, isto é, subindo degraus para um limite ainda desconhecido.
Quando joga mais recuado, vê o jogo como se estivesse no primeiro balcão, alargando o panorama para organizar, distribuir e aumentar o perigo na zona de definição; quando actua mais à frente, explode com soluções magistrais, em espaços mais curtos, aumentado o veneno do processo que potencia a fera goleadora que habita em Bas Dost. Nas duas situações é um jogador precioso, que tem incorporado motor infalível de sedução – revela ambição permanente, tem orgulho no que faz e assenta em qualidade muito acima da média. Mais do que habilidoso em pormenores, BF é monstruoso no trabalho corrente e um caso sério quando é chamado a revelar técnica individual sublime, responsável por sucessivos milagres na hora e meia. É um duplo craque (por nascimento e trabalho), de que qualquer treinador nunca abdica, por ser imprescindível a atacar (intimida por talento), a defender (comprometido e solidário), quando ganha (o êxito não o imbeciliza) e quando perde (a derrota nunca o fragiliza).
É um condutor que alimenta o senso comum mas também desestabiliza a rotina; é zeloso das regras nas zonas neutras mas desbrava caminhos de acesso ao golo; é perfeito a executar o óbvio mas mágico a inventar preciosidades onde o espaço só existe para meia dúzia de iluminados; segue a geometria das linhas rectas mas não abdica das pinceladas dispersas de génio. Raros são os jogadores que conjugam lógica e criatividade com tamanha eficácia, expressando arte (relação com a bola), eficácia (temível instinto goleador) e generosidade (cumpre os requisitos mínimos no jogo defensivo, apesar de algumas debilidades). À sumptuosa técnica individual acrescenta o requinte da visão escandalosa sobre todo o terreno; domina as exigências da velocidade em qualquer zona do campo e, por ter remate fortíssimo, assenta em noção de distância muito peculiar: o longe só faz sentido atrás da linha do meio campo – e mesmo aí, nunca fiar.
BF joga de memória sem abdicar do instinto; é a extensão do treinador em campo mas não aceita ser ferramenta sem cérebro; é escrupuloso com o guião mas tem imaginação para inventar toques divinos capazes de transformar atmosferas densas e irrespiráveis num céu deslumbrante e inspirador. Em oito meses confirmou o talento maravilhoso que o recomendou no início da época e, mais importante, está a conduzi-lo à perfeição; abordou as dificuldades com confiança quase insolente no seu potencial e transformou-se num dos melhores médios portugueses; é pedra basilar do Sporting de Jorge Jesus e, feita a perspectiva ao percurso até hoje, tem tudo para vir a ser referência à escala europeia. Em Itália apontaram-no como herdeiro de Rui Costa, exagero tradicional de quem não encontra meio-termo entre oito e oitenta. A alusão, só por si, enaltece as qualidades superiores de um enorme jogador que prossegue com segurança o trajecto para o topo. É impressionante vê-lo jogar tanto e tão bem. É absolutamente notável que o faça cada vez melhor...»
«A sua contratação gerou mais dúvidas do que esperança, mais estranheza do que satisfação. No grande laboratório de perversão em que o futebol se transformou, no qual todos têm opinião, mesmo sobre o que desconhecem profundamente, Bruno Fernandes começou por ser negócio com pouco sentido (muito caro e sem provas dadas), que não passava de um capricho e só dava resposta à febre de renovação permanente de Jorge Jesus. Como acontece por norma, JJ tinha razão: sabia que ia perder Adrien, não tinha certeza da afirmação dos possíveis parceiros de Bas Dost, isto para lá de acreditar que estava ali diamante para lapidar – e lançou mãos à obra na construção de uma valiosa peça da ourivesaria mundial. O resultado está à vista: o capitão saiu para Leicester; Alan Ruiz e Podence não se afirmaram e BF está a cumprir a sua parte no plano, isto é, subindo degraus para um limite ainda desconhecido.
Quando joga mais recuado, vê o jogo como se estivesse no primeiro balcão, alargando o panorama para organizar, distribuir e aumentar o perigo na zona de definição; quando actua mais à frente, explode com soluções magistrais, em espaços mais curtos, aumentado o veneno do processo que potencia a fera goleadora que habita em Bas Dost. Nas duas situações é um jogador precioso, que tem incorporado motor infalível de sedução – revela ambição permanente, tem orgulho no que faz e assenta em qualidade muito acima da média. Mais do que habilidoso em pormenores, BF é monstruoso no trabalho corrente e um caso sério quando é chamado a revelar técnica individual sublime, responsável por sucessivos milagres na hora e meia. É um duplo craque (por nascimento e trabalho), de que qualquer treinador nunca abdica, por ser imprescindível a atacar (intimida por talento), a defender (comprometido e solidário), quando ganha (o êxito não o imbeciliza) e quando perde (a derrota nunca o fragiliza).
É um condutor que alimenta o senso comum mas também desestabiliza a rotina; é zeloso das regras nas zonas neutras mas desbrava caminhos de acesso ao golo; é perfeito a executar o óbvio mas mágico a inventar preciosidades onde o espaço só existe para meia dúzia de iluminados; segue a geometria das linhas rectas mas não abdica das pinceladas dispersas de génio. Raros são os jogadores que conjugam lógica e criatividade com tamanha eficácia, expressando arte (relação com a bola), eficácia (temível instinto goleador) e generosidade (cumpre os requisitos mínimos no jogo defensivo, apesar de algumas debilidades). À sumptuosa técnica individual acrescenta o requinte da visão escandalosa sobre todo o terreno; domina as exigências da velocidade em qualquer zona do campo e, por ter remate fortíssimo, assenta em noção de distância muito peculiar: o longe só faz sentido atrás da linha do meio campo – e mesmo aí, nunca fiar.
BF joga de memória sem abdicar do instinto; é a extensão do treinador em campo mas não aceita ser ferramenta sem cérebro; é escrupuloso com o guião mas tem imaginação para inventar toques divinos capazes de transformar atmosferas densas e irrespiráveis num céu deslumbrante e inspirador. Em oito meses confirmou o talento maravilhoso que o recomendou no início da época e, mais importante, está a conduzi-lo à perfeição; abordou as dificuldades com confiança quase insolente no seu potencial e transformou-se num dos melhores médios portugueses; é pedra basilar do Sporting de Jorge Jesus e, feita a perspectiva ao percurso até hoje, tem tudo para vir a ser referência à escala europeia. Em Itália apontaram-no como herdeiro de Rui Costa, exagero tradicional de quem não encontra meio-termo entre oito e oitenta. A alusão, só por si, enaltece as qualidades superiores de um enorme jogador que prossegue com segurança o trajecto para o topo. É impressionante vê-lo jogar tanto e tão bem. É absolutamente notável que o faça cada vez melhor...»
(Rui Dias, jornalista)
Das suspeitas às certezas, bastou-me apenas ouvir o corajoso depoimento de José Ribeiro em "Verde no Branco" na Sporting TV, para concluir, definitiva e irrevogavelmente, aquilo em que foi possível o jornal Record transformar-se, depois de anos e anos a julgar que, apesar de tudo, seria o menos anti-sportinguista dos desportivos portugueses, agindo pelo contrário, apenas e em conformidade com a "cartilha" instituída por Luís Filipe Vieira, segundo a supervisão do "tratante comissário goebbelsiano" Nuno Farinha.
Até que esse diário inverta a sua linha editorial e passe a ser decente e capaz de produzir jornalismo que se enquadre no perfil deontológico a que estão obrigados todos os que o fizerem, ou então até termos o privilégio de ver nascer um projecto capaz de emergir da lama do pântano em que actualmente todos vegetam, Leoninamente prosseguirá a sua linha editorial de filtragem, tentando separar o trigo do jóio em busca de bom jornalismo, mas optando clara, decidida e inequivocamente por deixar de tratar com respeito todo e qualquer que atente contra a dignidade de uma instituição centenária e orgulhosa dos princípios e valores que sempre defendeu, defende e defenderá!...
#+ Sporting - Carvão, ou nada!...
Leoninamente,
Até à próxima
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