quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Andarão todos com as barbas de molho por causa do "bicho"!...



BDC: A ESTRATÉGIA DO PODER

«Bruno de Carvalho não ganhou apenas a assembleia geral em toda a linha. Ao contrário do que tem sido repetidamente dito e escrito, o presidente do Sporting ganhou também uma batalha na comunicação. Ora, a comunicação é uma guerra – e uma guerra sem fim, para mais neste tempo – , mas o que Bruno de Carvalho conseguiu foi colocar o Sporting mais próximo ou ao nível dos rivais. Sim, fê-lo recorrendo a uma linguagem excessiva usando a máxima de que para atingir certos fins os meios são irrelevantes. 

Não se iludam: Não o fez inebriado pelo resultado esmagador que obteve. Quando falou era claro que desprezava a opinião publicada, as instituições tantas vezes redondas (porque silenciosas noutros casos) e que não ignorava, sequer, a reacção dos ‘comentadores do Sporting’, porque tem obrigação de saber que estes são na maioria dos casos homens livres. E os que não são estão dependentes da visibilidade e do dinheiro que conseguem nos meios onde estão. Aliás, não por acaso ou como forma de recuo, presidente e comentadores, após o encontro de terça feira, "concordam que é fundamental defender o clube, perante uma comunicação social que, genericamente, tem desrespeitado de forma sistemática a instituição e o bom nome dos seus dirigentes". Salvo melhor opinião tudo foi intencional. 

Na sua estratégia de poder total (como têm Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira), é muito importante que os média – em geral hostis ao Sporting e ao seu presidente – passem a ver o clube de outra maneira. Com outro respeito. Não confundir com respeitinho. BdC sabe bem que, após uma violenta onda inicial de indignação e algumas vestes rasgadas, incluindo de notáveis e notáveis de pacotilha, houve um sobressalto nas redacções. No processo e consolidação do Sporting esse passo é importante. Foi feito de forma pouco ortodoxa? Não podia ter sido feito de nenhuma outra no universo onde se insere e no país onde estamos. Convém colocar o tema em perspectiva. 

Mas, faço notar, esta é apenas uma peça do processo. Nenhuma instituição, desportiva ou de outro sector, pode viver de costas voltadas para os média e todos os conflitos dos últimos anos acabaram sempre com cedências, de parte a parte, e com a comunicação social a sair por cima. É bom que alguém lembre esses factos ao presidente do Sporting. 

Hoje este ainda é um tema no topo da agenda, outros aparecerão nos próximos dias. Para o Sporting o que é fundamental é que esta época desportiva tenha sucesso. A Taça da Liga foi uma boa conquista, mas valerá de pouco se a equipa falhar a vitória no campeonato ou na Taça, mesmo que lute até ao fim. 

Os resultados do futebol ao fim de cinco anos serão a prova, não de vida, mas de aceitação (ou temor) da comunidade em geral para com Bruno de Carvalho. Só os vencedores é que ficam na história.

FC Porto: o turbo-líder. A demonstração de força e poder que o FC Porto teve no Estoril é a prova que todos querem ser campeões, mas os dragões parecem que querem um pouco mais. Foi um vendaval de 45 minutos contra um adversário que trazia credenciais e um golo de avanço. O resultado não resolve a Liga, com certeza, mas coloca o FC Porto numa clara vantagem. Será preciso muito trabalho e alguma sorte para depor um líder com a motivação em alta. O crédito é global. Sérgio Conceição tem a grande quota de responsabilidade. Fez dum grupo de descamisados uma equipa cheia de qualidades, ambição e espírito de combate. Observemos dois jogadores que nos últimos meses tinham sido marginais na equipa e que comprovam a tese da força coletiva: Soares fez mais mais dois golos e Casillas fez o que tinha que fazer – mostrou sempre compromisso com o clube e regressa numa fase da época em que a sua experiência é decisiva.

Gelson. A possibilidade de Gelson Martins ter uma lesão que, não o impedindo de jogar, limitasse muito a sua acção em campo, pairou como um fantasma sob a cabeça de Jorge Jesus e dos adeptos do Sporting. Sem Podence nem Iuri Medeiros, cedido num contexto que mudou – Gelson é o único elemento do ataque do Sporting capaz de introduzir velocidade no jogo e, com esse fator, de gerar desequilíbrios. Um jogador chave, talvez o mais importante a par de Bas Dost, nesta fase da época.

Rafa. Depois de uma época nas trevas, o internacional Rafa surge em bom plano num momento em que as soluções no Benfica começavam a ser escassas. O mais bizarro é que não há aqui nada de novo. O talento e os recursos de Rafa são conhecidos, a sua irregularidade também e parece hoje claro que, podendo ser um jogador vital para o Benfica chegar ao título, será sempre um jogador com mais futuro fora do que dentro do clube. Dele se dirá um dia que passou ao lado de uma grande carreira.»

Interessante, muito interessante mesmo, a tese que Nuno Santos hoje apresenta na sua rubrica "Ângulo Inverso"! Pena que nem ele próprio deixe de ter muitas reservas sobre o êxito do "golpe estratégico" que, em teoria, admite ter estado nas cogitações de Bruno de Carvalho. De outro modo não reconheceria como importante que "alguém lembre ao presidente do Sporting, que conflitos desta natureza nos últimos anos acabaram sempre com cedências de parte a parte, e com a comunicação social a sair por cima"!...

De qualquer modo, "penso eu de que", algo estará a passar-se nas redacções dos desportivos, que me leva a pensar que o "soco no estômago" terá mesmo acabado por causar muiiiiiiiito incómodo, particularmente naqueles jornalistas "avençados e encartilhados" que nós todos conhecemos. E não só, na exacta medida em que, da parte de todos os restantes, que até nem serão tantos como isso, dá para notar uma certa "pausa sabática" para curar azias, reflectir sobre o que virá a seguir e, à cautela, quer-me parecer que...

Andarão todos com as barbas de molho, por causa do "bicho"!...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. Já acabou o jogo do Estoril? Ninguém fala dos 37 dias até o porto marcar?

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  2. Também não conheço o Nuno Santos (conhecendo melhor o Record) de outra parte que não seja o Leoninamente. Ousaria, se o conhecesse, dar-lhe um conselho. Se tem receio de dizer totalmente o que pensa pelo facto de utilizar o seu nome verdadeiro que faça como eu (e mais uns milhares): invente un acrónimo tão inverosímil quanto o meu e abra-se completamente! Claro que eu nada recebo (nem aceitaria) mas se é só pelo dinheiro que se divirta a comentar os jogos no aspecto desportivo já que são poucos os que o ousam fazer!

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