AS BRUXAS DE RUI VITÓRIA
«O Benfica saiu da Taça. Enquanto espectador de futebol, vi dos melhores 45 minutos, na primeira parte, dos encarnados nesta temporada. Num jogo com duas equipas que não beberam dos cânones da estratégia cínica da escola italiana, pelo contrário, entregaram-se ao combate com ambição, com a baliza sempre na mira, dando um grande espectáculo.
Também é certo que o Rio Ave é das equipas mais apaixonantes que passeia pelos nossos relvados. Já o ano passado, com Luís Castro, não o esqueçamos, tinha inúmeras notas artísticas, mas, este ano, António Silva Campos, acertou na "mouche" com um tiro quase no escuro, pois ainda não havia evidências de Miguel Cardoso a liderar um projecto. Sabia-se da sua enorme experiência e competência mas ainda não conhecíamos a sua ideia de jogo.
Logo, a queda do Benfica não pode só ser explicada por erros próprios, pois temos de fazer uma vénia à qualidade e categoria do Rio Ave. Cássio dá enorme tranquilidade a um quarteto defensivo liderado por um Marcelo que já merecia outros ares. Pélé e Tarantini são um bloco fortíssimo que sabe pisar aqueles terrenos onde tudo acontece, João Novais está em grande forma, Ruben Ribeiro é um artista e Xico Geraldes, que precisa de ganhar dimensão física para ser genial, tem classe, pés de veludo e faz a diferença no último passe. Como aríete, um autêntico guerreiro, Hélder Guedes que não vira a cara à luta. No banco, Miguel Cardoso, um mestre samurai que tem como código de honra o futebol ambicioso, bonito e positivo.
Rui Vitória que tinha visto lenços brancos contra o Basileia, voltou a ser apupado. Está num momento complicado. Claro que não é só ele que tem culpas no cartório. Qualquer benfiquista mais fanático consegue ver que houve erros na construção do plantel e as saídas de Ederson, Nélson Semedo, Lindelof e Mitroglou não foram devidamente compensadas. As saídas evidentes já em Janeiro de Douglas e Gabigol são o símbolo do disparate feito. E quando o motor da última época está gripado, a qualidade de jogo é sofrível. A versão desta temporada de Pizzi está como uma cópia oriunda de Lilliput.
Depois, há diversos equívocos, mudanças de sistemas, alternância de jogadores em múltiplas posições que retiram solidez a quem precisa de equilíbrio. Do 4-4-2 para o 4-4-3 já com a época a decorrer; entradas abruptas de Svilar, sem se dar mais moral a Bruno Varela, e Diogo Gonçalves que depois já não voltaram a calçar; demora em ver o talento de Krovinovic; Rafa e Zivkovic, dois enormes talentos e investimentos, de quem não se retira o melhor potencial; e ainda subsistem as contínuas lesões musculares. Não sei se o famoso bruxo Nhaga ainda colabora com a Luz, sei é que Rui Vitória não pode vir dizer que «não acreditamos em bruxas, mas às vezes parece que existem». O sobrenatural não explica tudo, ele que olhe para os próprios erros.»
Já não era sem tempo que os sportinguistas fossem brindados no jornal Record com a dissecação, mesmo que superficial e nunca exaustiva, dos males de outros! Habituados que todos nós fomos durante demasiado tempo, a ter de suportar leituras pouco abonatórias sobre o "nosso amor", ainda que muito timidamente, vamos começando hoje a ter o privilégio de nos serem colocados em frente dos olhos textos de jornalistas afectos a qualquer dos nossos rivais, eivados de comentários que, como por artes mágicas, passaram de feroz, sectária e insidiosamente depreciativos, a pacíficos e presumida ou falaciosamente sinceros encómios.
Em curioso contraponto e na senda de tais privilégios, parece que decididamente os jornalistas que naquela casa - poucos mas de muito valor e classe! - se arrogam ao direito de proclamarem livremente os seus leoninos afectos, terão finalmente ganho a coragem necessária para dissecar em profundidade e em verdade, os padecimentos que ultimamente têm vindo a abalar seriamente as tão celebradas e panfletárias promessas de eterna saúde do nosso vizinho de rua, que jamais o será de processos limpos e sérios!...
Extinto no turíbulo lampiânico todo manancial inesgotável de incenso, cujo fumo nauseabundo, nos últimos anos, nos foi ostensiva e provocatoriamente atirado para as ventas por toda uma "entourage esacarlate", para honra e glória de efémeros transeuntes e frequentadores da Porta 18, desde jogadores, a treinadores e até a gestores, bruxos e comentadores, bastaram umas boas dúzias de "gigabites" de emails vindos do lado de lá do chão onde assentamos os pés, para passarmos a ouvir do outro lado da rua, em vez do cacarejar galináceo, irritante e saturante, o som lúgrebe e doloroso dos uivos dos chacais e das hienas: os craques passaram a flops, os comentadores a alcoviteiros linguarudos, os gestores a meras cópias de "alves dos reis" e sobre treinadores, muitos serão os que hoje darão a mão à palmatória, quando Jorge Jesus recusou que o tratassem de "colega" de um "pinto de aviário qualquer" que alguém mais esperto que inteligente, havia colocado no seu lugar.
Como muito e bem Rui Calafate deixa subentendido nesta sua crónica, o jogo de ontem em Vila do Conde, disse...
Treinador de futebol nunca será qualquer que o afirme ou se arrogue!...
Leoninamente,
Até à próxima
Em curioso contraponto e na senda de tais privilégios, parece que decididamente os jornalistas que naquela casa - poucos mas de muito valor e classe! - se arrogam ao direito de proclamarem livremente os seus leoninos afectos, terão finalmente ganho a coragem necessária para dissecar em profundidade e em verdade, os padecimentos que ultimamente têm vindo a abalar seriamente as tão celebradas e panfletárias promessas de eterna saúde do nosso vizinho de rua, que jamais o será de processos limpos e sérios!...
Extinto no turíbulo lampiânico todo manancial inesgotável de incenso, cujo fumo nauseabundo, nos últimos anos, nos foi ostensiva e provocatoriamente atirado para as ventas por toda uma "entourage esacarlate", para honra e glória de efémeros transeuntes e frequentadores da Porta 18, desde jogadores, a treinadores e até a gestores, bruxos e comentadores, bastaram umas boas dúzias de "gigabites" de emails vindos do lado de lá do chão onde assentamos os pés, para passarmos a ouvir do outro lado da rua, em vez do cacarejar galináceo, irritante e saturante, o som lúgrebe e doloroso dos uivos dos chacais e das hienas: os craques passaram a flops, os comentadores a alcoviteiros linguarudos, os gestores a meras cópias de "alves dos reis" e sobre treinadores, muitos serão os que hoje darão a mão à palmatória, quando Jorge Jesus recusou que o tratassem de "colega" de um "pinto de aviário qualquer" que alguém mais esperto que inteligente, havia colocado no seu lugar.
Como muito e bem Rui Calafate deixa subentendido nesta sua crónica, o jogo de ontem em Vila do Conde, disse...
Treinador de futebol nunca será qualquer que o afirme ou se arrogue!...
Leoninamente,
Até à próxima
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