terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Questão física e outras questões...

 
Octávio Ribeiro não fará parte do restrito rol de jornalistas que muito aprecie. Já neste meu canto me insurgi contra muitas das suas opiniões e escritos. Mas também entendo que não merecerá o abominável rótulo de mau jornalista, comum à grande maioria dos escribas da nossa praça. Hoje, na rubrica "De olhos na bola", publicada no jornal Record, ele protagoniza uma abordagem que, salvaguardadas outras quaisquer intenções que só a ele dirão respeito e que pouco ou nada me incomodam ou  alguma vez poderão molestar, refuto de interessante e na qual encontro muitos pontos de contacto com a opinião que há muito perfilho.  Aqui vos deixo a sua crónica, no pressuposto que sempre defenderei, de que a reflexão sobre os pensamentos exteriores ao Sporting, só contribuirá, agora mais que nunca, para o enriquecimento de uma opinião sâ e alicerçada na diversidade, do imenso e apaixonado universo leonino. 
 
Questão física
terça-feira, 11 dezembro de 2012 | 00:45
Autor: Octávio Ribeiro/Director do Correio da Manhã
 
 
A grande diferença entre o Sporting e o Benfica, no jogo de ontem não foi a maior valia da equipa encarnada – que é inquestionável. Nem a estabilidade que existe na Luz e nunca visita Alvalade neste reinado de Godinho Lopes – dado relevante e incontornável. Não. O que definiu o jogo de ontem foi uma queda a pique dos jogadores do Sporting. Uma quebra física quase inaceitável, de tão nítida, em alta competição.
Mas desenganem-se os que pretendam ver neste abismo físico o resultado do esforço – aliás moderado – do jogo da passada sexta-feira. Desde o início da época o Sporting tem sido um passageiro frequente destes voos em queda abrupta nas segundas-partes. Só os jogadores e o staff sobrevivente saberão qual o clima em que se trabalhou nos primeiros meses desta época. O que se tem visto – e não foi só ontem – é que a equipa tem um orçamento de grande mas joga como um pequeno. Com o pavio físico a esgotar-se, a esgotar-se, até quase desaparecer depois da primeira hora de jogo.
Os níveis físicos do Sporting enquanto colectivo não se comparam sequer com as equipas bem trabalhadas da primeira metade da tabela da Liga nacional. É confrangedor ver como os jogadores perdem lucidez, capacidade de reacção, resposta técnica, à medida que o tempo passa. Parece que a vontade está lá, mas as pernas, pulmões e cérebro vão desaparecendo. Depois do cansaço joga-se em fogachos sem fôlego sequer para pronunciar o princípio colectivo.
O grande problema do Sporting, já o escrevi e não desejava repetir, está no topo da sua hierarquia. Um líder errático, que toma decisões e contradecisões enquanto os activos se esvaem e o passivo se torna cada vez mais ingovernável.
Mas, nesta conjuntura dramática, é precisa resposta: há alguém melhor do que Godinho Lopes para assumir o comando do clube? Aqui pode estar a continuação ou não de um Sporting ecléctico, mas grande entre os grandes no maior espectáculo do Mundo.
 
Nesta conjuntura dramática, haverá alguém melhor que Godinho Lopes para assumir o comando do Clube?!... Uma questão que em cada dia se coloca com maior acuidade aos sportinguistas. Sem vícios de sectarismos primários ou bacocos unanimismos, de que a grandeza do Clube não se compadece e bem dispensará, será fundamental que em todos nós nasça a consciencialização necessária e suficiente para que, no tempo adequado, todos possamos responder à chamada.
 
Leoninamente,
Até à próxima
 
 

5 comentários:

  1. Com um pouco de humor, podemos sempre dizer o lema do palhaço (agora deputado) Tiririca:
    "Pior que está não fica"
    :D

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    1. Caro Travenca,

      Quem nos dera que a crise do Sporting se pudesse resolver com humor. Certamente até nem haveria crise, já que todos estaremos habituados a lidar com a situação com algum humor, quantas vezes negro...
      Mas o pior que poderia acontecer a uma eventual nova liderança, seria apanhar ainda o "rabo do furacão". Deixemos o tempo curar alguns males que ainda possam andar no ar e lá para Março, talvez seja a altura ideal para alterações. Se bem que para acontecerem em Março, terão que ser tratadas algum tempo antes.
      Quer-me parecer que o calendário do único movimento visível até agora, pelo "timing" das diversas acções até agora desenvolvidas ou anunciadas, apontará nesse sentido...

      SL

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  2. Também concordo que terá havido uma quebra física nos jogadores do Sporting, na segunda parte, e que a equipa da Luz soube aproveitar, com a eficácia que o Sporting não teve. Eu gostei do jogo, acho que a equipa se debateu bem, pena foi que não tivéssemos feito o 2-0 e estaríamos certamente a falar aqui de outras coisas.

    Tenho sido muito crítico com a qualidade dos jogadores da equipa e penso que a maioria não tem classe para jogar no Sporting. Problema de Direcção? Problema nosso porque alguém fez estas contratações e têm se revelado um doloroso fracasso.

    E agora? Julgo que agora é despachar aqueles que não servem (nunca serviram) e ir buscar os miúdos à Equipa B. Também não percebi porque é que o Esgaio não jogou ontem...

    Carlos Pereira

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    1. Caro Carlos Pereira,

      Como o amigo, também espero que em Janeiro a folha salarial baixe consideravelmente, com a "exportação" de meia dúzia daqueles que todos conhecemos.
      Gosto também muito do Esgaio, mas a sua inclusão na equipa principal terá de ser muito bem gerida, para que ele apenas venha a explodir no tempo certo. Esta juventude nunca poderá ser atirada às feras, sem ter na devida conta o seu crescimento, tanto como atletas como como indivíduos, dada s sua tenra idade. Mas que acredito em Esgaio, Dier, Ilori, Tobias, João Mário, Bruma, Betinho, Chaby e tantos outros, ai como acredito! Mais, do que em todas essas "cabazadas" com que Duque e Freitas inundaram Alcochete.

      Saudações Leoninas.

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  3. Atenção:O Octávio Ribeiro, segundo julgo saber até é dos nossos.

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