«Uma máquina de golos que se aproxima como... um furacão! Para muitos desconhecido, mas um alvo para quem segue a formação em Portugal, Gabriel Silva tem vindo a dar que falar nas últimas duas épocas e coloca-se no patamar de avançados mais promissores da Academia do Sporting. Nem Amorim o deixa escapar, com o jogador de 15 anos já no radar do treinador. “Só há um avançado de área? Por isso é que há um Chermiti ou um Gabriel Silva, que esta época subiu aos juvenis e já fez um golo. É o nosso projecto.” Foi assim que, ainda em Agosto, Amorim colocou na ribalta um jovem algarvio que, como tantos outros, sonha com a estreia de leão ao peito em Alvalade, mas de pés bem assentes no chão.
O cartão de visita – 48 golos e 16 assistências nos 32 jogos da caminhada rumo ao título de iniciados em 2021/22; e 3 golos em 6 jogos esta época pelos juvenis – deixa água na boca, com atributos evidenciados desde tenra idade. “Assim que via uma bola, esquecia tudo o resto. Foi sempre o brinquedo. Começou a jogar no Imortal com quase 4 anos e contra mais velhos. Aos 5 anos fez um Mundialito em Vila Real de Santo António, estavam lá uns olheiros do Sporting e acharam que era um jogador interessante”, explica a Record Cláudio, pai do talento que chegou a estar na órbita do rival... Benfica.
‘Senhor Formação’ como trunfo
Em destaque desde jovem e com uma capacidade de “colocar a bola com precisão”, Gabriel despertou a cobiça de vários clubes, mas a decisão pendeu para o Sporting, com o dedo de Aurélio Pereira. “Chegou a fazer um jogo pelo Benfica, mas acharam que era novo e não ficou sob observação. Depois o Sporting aparece e tudo muda. O senhor Aurélio veio de propósito ao Algarve para assinar com o ‘Gabi’ o primeiro contrato. Convenceu a família, era um passo importante”, admite Claúdio, lembrando os “tempos iniciais difíceis” em Lisboa.
Um cenário vivido também de perto por Luís Dias, ex-coordenador do Polo EUL, o qual recebia ‘Gabi’ directamente do Algarve para os torneios ao fim-de-semana. “Estava referenciado, fez uma actividade no Sporting e gostou muito. Tem essa capacidade de futebol de rua, futebol de praia. Sempre foi um miúdo de trato fácil, viajava sem problema e comunicava bem. Recebia-o no autocarro para os jogos – pois à semana treinava no Guia. Depois na Academia, a partir dos 13 anos, cresceu e aprendeu muito noutro contexto”, garante.
Pote e Bruno são referências
À imagem de outros tantos miúdos nascidos no século XXI, Gabriel cresceu a admirar Ronaldo e Messi, mas sempre de olho nas referências leoninas. “Gosta do Pote e antes admirava o Bruno Fernandes. Depois há o Lewandowski”, anota o pai do avançado que vê o filho “num bom caminho”. “Há que ter calma. Tem o sonho de chegar à equipa principal. Mas diz sempre ‘o melhor ainda está por vir’. Está focado e sabe que isto ainda não é nada.” Resta esperar pelos próximos capítulos.
Representado por Mendes desde os 12
O rendimento de Gabriel Silva ao serviço do Sporting despertou a atenção de vários clubes e já antes havia levado à cobiça de diferentes empresários que procuraram garantir a sua representação. No final de contas acabou por ser Jorge Mendes a merecer a confiança para agenciar o jovem ‘Gabi’, uma ligação que teve início quando o avançado ainda era infantil. “O Gabriel já é representado pela Gestifute desde os 12 anos. Houve essa possibilidade e ficamos contentes com a forma como tudo se tem desenrolado”, garante o pai, Cláudio, sobre um jovem talento que em breve poderá até vir a assinar contrato profissional com o Sporting. Em Abril de 2021, ainda com 14 anos, Gabriel assinou contrato de formação e, a partir de Abril do próximo ano, altura em que já terá 16 anos, ficará elegível para rubricar contrato profissional com os verdes e brancos. De resto, aos 15 anos, o camisola 9 também já rubricou um contrato de patrocínio com uma conceituada marca desportiva norte-americana...
Luís Dias: "Grande instinto pelo golo"
Um dos elementos que conhece bem a evolução de Gabriel Silva acaba por ser Luís Dias, ex-coordenador técnico no Polo EUL do Sporting e que não fica espantado pelo rendimento do jovem avançado. "Surpresa não é! Ainda no futebol 7, o Gabriel já se destacava em miúdo pela relação com bola. Teve sempre um grande instinto pelo golo, que o distinguia um bocadinho dos colegas. Depois do ano de pandemia, que o prejudicou, afirmou-se na posição ‘9’ nos iniciados e, agora, encontra soluções num escalão acima, os juvenis. Mesmo que possa estar pouco tempo em jogo, é letal e muito elegante na zona da área", descreve.
Apesar do impacto que ‘Gabi’ tem tido na Academia, Luís Dias pede cautela sobre um miúdo que "olha logo para a baliza". "Não podemos tentar fazer uma estrela aos 16 ou 17 anos. O Essugo estreou-se e já não joga com regularidade; Joelson foi emprestado e voltou... Temos de ter cuidado na forma como fazemos crescer um jogador com estas características. Ainda falta muito ao ‘Gabi’ para ser um jogador consistente, mas tem qualidade na área que o distingue", frisa, sem esquecer a "maturidade" e "discurso mais adulto" do avançado de 15 anos.
CURIOSIDADES
MURO DA PERFEIÇÃO. Desde novo, Gabriel Silva tentou aprimorar a capacidade finalizadora e em casa fazia questão de improvisar qualquer situação. No quintal na casa de Guia, em Albufeira, desenhou uma baliza no muro graças a adesivos, melhorando os remates. As escadas também serviam como ressaltos para cruzamentos, com a porta de casa... na função de baliza.
FIEL ÀS BOLAS DE... TÉNIS. Várias foram as viagens de autocarro entre Algarve e Lisboa realizadas por Gabriel. Na chegada ao Estádio Universitário, o jovem tentava encontrar algo para o alegrar... neste caso bolas de ténis. "Entre a chegada e o almoço havia um tempinho livre e a primeira preocupação do Gabriel era correr até aos campos de ténis e relvados no Estádio Universitário à procura de bolas de ténis. Já sabia como era e ia procurar. A preocupação era só essa e ficava a jogar 1x1 ou 2x2 na rua com os amigos", lembra Luís Dias.
TRIBUTO AOS AVÓS. Em forma de homenagem, e sem esquecer as memórias vividas no passado, o avançado de 15 anos inscreveu na parte de dentro das suas chuteiras o nome dos avós, após estes terem falecido.
CELEBRAÇÕES. O tributo aos avós não se cinge às botas, estendendo-se igualmente à forma de festejar os golos. Com os dedos indicadores apontados para o céu e o resto das mãos a cobrir a boca, ‘Gabi’ comemora de forma a tapar o sorriso em honra aos falecidos familiares.
DORSAL. Tendo Lewandowski como referência, tem utilizado a camisola 9 nos leões.»
Por Filipe Balreira
O "furacão da Guia" já está no radar de Amorim e no caminho certo para os nossos aplausos!...
Apenas uma questão de tempo!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Mendes ... Pobres de nós.... Que não se perca
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