quinta-feira, 25 de junho de 2020

Aquilo que deve ser dito!!!...


O fim de Bruno Lage

«Bruno Lage era um dos últimos homens que eu esperava que metesse lama numa ventoinha. Ao atacar jornalistas, com os alegados almoços e viagens que alguém pagou para se promover, perdeu a comunicação social que sempre o apoiou e, acima de tudo, evidenciou à saciedade a perda do seu controlo emocional, sinal associado a quem já sabe que os seus dias terminaram.

Os recados na imprensa, colocados pelo Benfica, exibindo que só esperavam que Bruno Lage saísse pelo próprio pé são esclarecedores de que o treinador já não contava para nada, sendo para SAD e adeptos o foco do vírus da derrota e não a sua vacina. É cruel para quem deu um espectacular título que nem os mais fanáticos aguardavam na temporada transacta, mas se alguém não sabia que o futebol é cruel anda desatento.

Vi alguns apontarem a crise a Fevereiro, aquando da derrota no Dragão, julgo que estão errados. A quebra do encantamento com Lage (aliás, parece que os feitiços, o namoro com adeptos e media, e o dom de lançar miúdos de inequívoco talento passaram para Ruben Amorim), começou no banho táctico que Sérgio Conceição lhe deu na Luz na primeira volta e seguiu-se com a desastrosa Champions onde em vez de montar uma equipa para ganhar parecia que brincava com Legos. Por seu turno, a Moby Dick do setubalense, o seu fantasma e assombração nunca aniquilados pelo presidente que, pelo contrário, mantinha vivo o seu nome, Jorge Jesus, ganhava tudo e deslumbrava num país onde é muito difícil para um estrangeiro conquistar torcida e crítica.

Não sei que luzes inspiram agora Vieira, mas o futebol do Benfica que tinha tudo para ser campeão, voltou aos tempos de Rui Vitória. Qualidade horrível, escolhas incompreensíveis (Zivkovic regressa e Samaris ostracizado), divórcio litigioso completo com os adeptos. O descontentamento é tal que nem uma oferta das Arábias arranjaram desta vez.

Há duas semanas aqui escrevi que Vieira era a nova Xerazade, que contou durante mil e uma noites histórias maravilhosas que lhe pouparam a morte. Por cada problema, e esta semana mais um empréstimo obrigacionista e antecipação de receitas com 34 milhões pagos à XXIII Capital que emperram a narrativa do clube blindado financeiramente, o presidente usa a sua máquina para o mascarar, mas no relvado é impossível, é mau demais. O grande Alexandre O’Neill quando era publicitário inventou a máxima: "há mar e mar, há ir e voltar". Naquele dia em que foram ver o mar, Vieira já devia ter sentido, se percebesse alguma coisa de futebol, que não valia a pena Bruno Lage voltar.»

Do outro lado da rua, com excepção do comum, respeitável e aqui sempre respeitado adepto, todos estarão a ter o que merecem e... Rui Calafate nunca será do género de recusar dizer...

Aquilo que deve ser dito!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

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