BÉLGICA, NÓS
«O mais fácil teria sido cancelar o jogo. Optar pelo seguro, fazer o luto em casa, deixar as chuteiras na gaveta. Mas seria desistir. Seria deixar que os terroristas nos vencessem pelo medo. Seria reconhecer que conseguem mudar quem somos, o que fazemos, como pensamos.
Trazer o jogo para Leiria foi a forma inteligente de nos mantermos em campo. Jogar com a Bélgica na próxima semana é fazer 90 minutos de barulho depois de um minuto de silêncio. E o barulho será desportivo, claro, mas será também o barulho de quem se inquieta mas não se aquieta. Não ficar morto de medo também é ficar vivo no nosso quotidiano. Mesmo num jogo de futebol. E se o Presidente da República lá quis estar, quis bem. Pelo significado de um líder político estar próximo de quem representa uma nação ferida e por não ter medo de se desproteger num ajuntamento. Mal estaremos no dia em que passemos a jogar à porta fechada com medo de quem lá entre. Mesmo depois do que se passou em novembro do Estádio de França em Paris. Do que se passou e do que poderia ter-se passado: detido na semana passada, Salah Abdeslam, alegado líder dos ataques de Paris, confessou ter querido explodir-se dentro do estádio nessa fatídica noite.
Na terça feira Portugal vai querer ganhar. A Bélgica vai querer ganhar. Mas todos ganharemos se o jogo, mesmo cercado de forte segurança, correr sem incidentes dentro e fora do campo, como celebração explícita da liberdade de que por nossa vontade não abdicaremos. Nem à bomba.»
Trazer o jogo para Leiria foi a forma inteligente de nos mantermos em campo. Jogar com a Bélgica na próxima semana é fazer 90 minutos de barulho depois de um minuto de silêncio. E o barulho será desportivo, claro, mas será também o barulho de quem se inquieta mas não se aquieta. Não ficar morto de medo também é ficar vivo no nosso quotidiano. Mesmo num jogo de futebol. E se o Presidente da República lá quis estar, quis bem. Pelo significado de um líder político estar próximo de quem representa uma nação ferida e por não ter medo de se desproteger num ajuntamento. Mal estaremos no dia em que passemos a jogar à porta fechada com medo de quem lá entre. Mesmo depois do que se passou em novembro do Estádio de França em Paris. Do que se passou e do que poderia ter-se passado: detido na semana passada, Salah Abdeslam, alegado líder dos ataques de Paris, confessou ter querido explodir-se dentro do estádio nessa fatídica noite.
Na terça feira Portugal vai querer ganhar. A Bélgica vai querer ganhar. Mas todos ganharemos se o jogo, mesmo cercado de forte segurança, correr sem incidentes dentro e fora do campo, como celebração explícita da liberdade de que por nossa vontade não abdicaremos. Nem à bomba.»
A minha modesta homenagem a Pedro Santos Guerreiro
Leoninamente,
Até à próxima
Na verdade, nestas circunstancias..."o deixar-se vencer pelo medo é a vitória do terrorismo"...
ResponderEliminarTemos medo...?
É claro que temos medo (por alguma razão na sua sabedoria o povo dis que quem tem cu tem medo...), mas deixarmo-nos vencer por esse medo...é precisamente o que pretendem esses tresloucados "parecidos" com pessoas...
A minha solidaridade a todas as vítimas do terrorismo, essa brutalidade básica, e aos seus familiares e amigos...
Estou...estamos...estaremos com eles...Sempre...!
SL