OS CROATAS SÃO TUBARÕES E ESTÃO ESFOMEADOS
«Boa! Golo da Islândia e calhámos no lado dos mais fracos. Obrigado, amigos vikings. Os astros estão alinhados. Não há Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha ou França. Uff! Agora é eliminar a Croácia e limpar tudo até à final. Talvez nos apareça a Bélgica nas meias-finais, mas antes Hazard e seus amigos do que aqueles colossos a sério. Será mesmo assim? ‘Think twice’…
Portugal terá pela frente nos oitavos-de-final a equipa que melhor futebol praticou na fase de grupos do Euro'2016. Fernando Santos está certo: "A Croácia pertence ao grupo dos tubarões." Não brinquem com esta equipa. O que aí vem é fogo.
Os croatas têm apresentado um 4x2x3x1 bastante dinâmico, num meio-campo em que o rigor táctico de Badelj, que poderá trocar a Fiorentina de Paulo Sousa pelo AC Milan, dá a protecção necessária à criatividade de Modric (Real Madrid) e Rakitic (Barcelona). A convivência entre estes três homens faz com que haja de tudo na zona intermediária da Croácia. Segurança e arte. Polícias de corpo de intervenção e ladrões com a elegância de quem entra numa galeria, leva o quadro e não aparece nas câmaras de vigilância.
Dá gosto ver estes croatas. A bola é bem tratada. Um luxo! E todos estão em movimento. No estilo toca-desmarca-recebe, baralha e volta a dar. E depois vem o ataque. Velocidade, poder de fogo e eficácia. As alas são dinamitadas por dois homens do Inter: Perisic (talvez o jogador croata em melhor forma e uma das grandes figuras do Euro até ao momento) e Brozovic, que está na mira de Chelsea, Arsenal e Barcelona. Muitas vezes têm a ajuda do lateral-direito Srna (Shaktaar). O capitão é o líder da equipa e alguém que sobe com o à-vontade de um extremo, em cavalgadas todo-o-terreno. Apesar dos seus 34 anos, continua a revelar enorme disponibilidade física.
Para compor o ramalhete, a frente de ataque pode ser entregue a Mandzukic (Juventus), mais fixo dentro da área e letal entre os centrais, ou ao irrequieto Kalinic, também da Fiorentina, que até marcou um golo de calcanhar aos espanhóis. Seja qual for a opção de Ante Cacic (começou por reparar televisões antes de ser treinador profissional), a defesa de Portugal vai ter muito trabalho se não quiser ficar desfocada.
Os indicadores dados até agora não são animadores, especialmente depois do que se viu frente à Hungria em que o avançado Szalai conseguiu ganhar a frente dos centrais portugueses várias vezes – num desses lances ultrapassou Ricardo Carvalho e rematou ao poste quando estava 3-3. Os médios, juntamente com Nani, também não foram eficazes para travar os remates frontais dos quais resultaram dois golos da Hungria (Gera e Dzsudzsák).
Pontos fracos? Também tem, claro. A defesa é o sector mais frágil dos croatas. Na dupla de centrais, Corluka (Lokomotiv) é indiscutível. Jogou ao lado de Vida (Dínamo Kiev), frente a República Checa e Turquia, e do jovem de 20 anos, Jedvaj (Bayer Leverkusen), contra a Espanha. Corluka, mais evoluído tacticamente, consegue disfarçar a lentidão, mas Vida e Jedvaj têm várias deficiências no jogo posicional, algo que pode ser explorado pelo poder de antecipação de Cristiano Ronaldo (e logo agora que ele já tem a mira afinada).
As constantes subidas de Srna também deixam muito espaço nas costas e podem ser outro ponto aproveitado pelos portugueses, sobretudo se Fernando Santos apostar de início na sociedade Renato Sanches-João Mário (que tanto jogo criou pelo lado direito húngaro no segundo tempo) ou na imprevisibilidade de Quaresma.
Há mais semelhanças do que diferenças entre Portugal e Croácia: ambas as equipas atacam bem melhor do que defendem. A Selecção vai entrar na sua segunda "final" depois de um jogo em que até deu para ser feliz com um empate. Desta vez, porém, entramos na máxima dos Imortais: ‘There can be only one’. E a Croácia tem meios para sair viva desta luta. Apresenta a sua melhor equipa desde a geração de ouro de Suker (atual presidente da federação), Boban, Prosinecki, Jarni, Stimac, Stanic, Simic, Bilic, entre outros. Alcançaram o terceiro lugar no Mundial de 1998 e só foram eliminados pela França nas meias-finais devido a um dos jogos mais inspirados de Thuram, no plano ofensivo, que virou o jogo para 2-1 em duas investidas épicas.
Os herdeiros dessa formação histórica de 1998 querem agora voltar a dar motivos de orgulho aos seus compatriotas depois de quatro presenças em Europeus: quartos-de-final (1996 e 2008) e fase de grupos (2008 e 2012). Sim, a Croácia é um tubarão. Mas Portugal também.»
(Luís Aguilar, Off the Record, in Record)
Ora aqui está uma crónica interessante e desmistificadora! É bom que todos comecem a colocar as barbas de molho, nomeadamente o Fernando Santos, que estará naturalmente "proibido" de colocar em campo João Moutinho, André Gomes, Vieirinha e Eliseu, estará "proibido" de lançar Nani e Quaresma em simultâneo e, finalmente, não poderá recorrer a nenhum dos 23 que não dê pelo nome de Adrien Silva, se não quiser correr o risco de fazer do nosso meio campo um autêntico "passador". E se continuar a teimar em Danilo, traçará o destino ao nosso ataque...
E se Portugal também é um tubarão, veremos...
Leoninamente,
Até à próxima
E se Portugal também é um tubarão, veremos...
Leoninamente,
Até à próxima
Infelizmente para o futebol português... Portugal não irá ser o "tal tubarão" de que fala o amigo Álama...!
ResponderEliminarFS irá continuar a fazer apostas erradas...
O homem não consegue "descobrir" (temos que lhe oferecer um voucher da Multióptica) as virtualidades para a equipa lusa... da apresentação na linha média de Adrien, William e João Mário...
Ele "está preso" àquela ideia de que com Moutinho e André Gomes é que vai ser...
Ahhh e depois...talvez o Sanches para o lugar do João Mário...
Por isso, não teremos um Portugal "tubarão"...
Acredito mais num Portugal... "pescadinha com o rabo na boca"...!
SL
E neste país incolor quiseram fazer do melhor do mundo bode expiatório, que respondeu no jogo a seguir com uma exibição portentosa. Sobre a incompetência do selecionador ninguém profere uma palavra. Receio que com Moutinho e Gomes em campo e sem Adrien Silva a estabilizar o meio campo vamos ser goleados pela Croácia. Oxalá me engane.
ResponderEliminarPois é, Portugal é um tubarão- só que há os tubarões assassinos e há aqueles que vêm a banhos ali p'rá nossa costa algarvia...
ResponderEliminarF.Santos enredou-se, quanto a mim, numa teia de compadrios e interesses de que já não conseguirá fugir. Precisa da coragem que eu acho que nunca teve, precisa de perder aquele ar de quem vive em crise de fígado crónica e que o impede de colocar a jogar os que melhor sirvam o colectivo da selecção de Portugal e não o colectivo dos interesses de parasitas (da selecção).
Sei que sou um profano mas, neste momento, deixam-me muito mais angustiado as escolhas do sr Santos, do que a decisão dos british sobre a saída da UE.
(Ó Santos, diz ao Mendes o que o Cristiano terá dito a ti!)