A GANÂNCIA
«O Benfica anunciou esta semana que os jogadores que foram chamados para os Jogos Olímpicos do Rio ficarão por cá. Nem um dos seis convocados pode ser dispensado por duas semanas. Porque isso iria perturbar o jogo da Supertaça e o início do campeonato. Se posso compreender o argumento da Supertaça (que é posterior a dois jogos da fase de grupos, mas em que me parece improvável que o Benfica precise dos seis jogadores), é mais difícil aceitar o argumento do campeonato nacional. Não pertencem a maioria dos restantes jogadores a equipas que também participam no campeonato nacional? Só que também os outros começam a repensar a dispensa e corremos o risco de ficar sem Selecção nos Jogos Olímpicos.
Os clubes têm o estatuto de utilidade pública. Isso permite-lhes importantes vantagens fiscais que os próprios tentam esticar o mais que podem, para que sejam extensíveis às empresas dos seus grupos e a actividades estritamente comerciais. Estamos a falar de milhões perdidos pelo Estado. Há um ano houve mesmo uma polémica com o Benfica e com o Sporting, depois da Assembleia Municipal de Lisboa ter posto na ordem o regabofe de isenções de taxas urbanísticas que se praticavam na capital. Mesmo assim, os clubes continuam a ter benefícios inacessíveis às empresas. Por causa da sua suposta utilidade pública. Se os clubes se comportam como empresas, se não sentem o dever de devolver à comunidade o que a comunidade lhes dá – contribuindo, por exemplo, para a representação internacional do País – acho que devemos repensar este estatuto. São empresas e como as empresas pagam e não bufam. Começa a ser cansativo tanta exigência com tão pouco retorno.»
(Daniel Oliveira, Verde na Bola, in Record)«O Benfica anunciou esta semana que os jogadores que foram chamados para os Jogos Olímpicos do Rio ficarão por cá. Nem um dos seis convocados pode ser dispensado por duas semanas. Porque isso iria perturbar o jogo da Supertaça e o início do campeonato. Se posso compreender o argumento da Supertaça (que é posterior a dois jogos da fase de grupos, mas em que me parece improvável que o Benfica precise dos seis jogadores), é mais difícil aceitar o argumento do campeonato nacional. Não pertencem a maioria dos restantes jogadores a equipas que também participam no campeonato nacional? Só que também os outros começam a repensar a dispensa e corremos o risco de ficar sem Selecção nos Jogos Olímpicos.
Os clubes têm o estatuto de utilidade pública. Isso permite-lhes importantes vantagens fiscais que os próprios tentam esticar o mais que podem, para que sejam extensíveis às empresas dos seus grupos e a actividades estritamente comerciais. Estamos a falar de milhões perdidos pelo Estado. Há um ano houve mesmo uma polémica com o Benfica e com o Sporting, depois da Assembleia Municipal de Lisboa ter posto na ordem o regabofe de isenções de taxas urbanísticas que se praticavam na capital. Mesmo assim, os clubes continuam a ter benefícios inacessíveis às empresas. Por causa da sua suposta utilidade pública. Se os clubes se comportam como empresas, se não sentem o dever de devolver à comunidade o que a comunidade lhes dá – contribuindo, por exemplo, para a representação internacional do País – acho que devemos repensar este estatuto. São empresas e como as empresas pagam e não bufam. Começa a ser cansativo tanta exigência com tão pouco retorno.»
Daniel Oliveira bem pode pregar e desenvolver toda a argumentação que entender, mas uma eventual perda dos benefícios de "utilidade pública" por parte dos clubes que dela usufruem, não passa de mera figura de retórica, uma tirada utópica e demagógica, sempre que em causa estiverem os privilégios dos DDTs! É assim em todas as causas da vida pública portuguesa, desde a política, à magistratura, à saúde, à educação ou ao desporto: "a justiça é uma serpente, só morde o pé descalço"! E o Benfica, desde a ditadura salazarista até á actualidade, que sempre andou e continua bem calçado!...
Nesta condição, com o devido respeito para com a opinião de Daniel Oliveira, com a qual obviamente, por imperativos de consciência e formação, muito dificilmente não concordarei, mas isto não vai lá com palavras, por muito justas, escolhidas e bem pronunciadas, em tempo e modo, que possam ser.
A única linguagem passivel de ser entendida por todos - mesmo pelos DDTs! - , será talvez uma das mais importantes das 282, que quase 18 séculos antes do nascimento de Cristo, o rei Hamurabi mandou registar e que chegaram até nós como o "código" que conhecemos com o seu nome: "olho por olho, dente por dente"!...
Depois das tristes cenas protagonizadas pela Federação de Andebol de Portugal, o que é que estão à espera que aconteça no pântano?!...
Face à posição do Benfica, a resposta a oficiar pelo Sporting junto da FPF, só poderá ser uma, doa a quem doer. E se essa posição for a bola de neve que poderá vir a provocar a avalanche, tanto melhor...
Mesmo que as vacas tussam ou ganhem asas!...
Leoninamente,
Até à próxima
Mesmo que as vacas tussam ou ganhem asas!...
Leoninamente,
Até à próxima
Vou deixar o DO com as "suas razões"...
ResponderEliminarMas também "alinho nessa" ( das vacas "contipadas")...:
Ou há moralidade...ou comem todos...!
Já agora o que faltava...
Era que para além "do colinho"...ainda pudessem descansar os seus jogadores, enquanto aos outros ...os veriam "suar as estopinhas" e ficar ainda com a possibilidade de o azar ser maior e "receberem" jogadores lesionados (e ainda por cima...fazerem-se de "distraídos"...)...
Eu ainda não esqueci o episódio do William de Carvalho...!!
SL
Hoje concordo plenamente com o sr Daniel.
ResponderEliminar(se calhar porque isto não tem directamente a ver com futebol)