Questão de confiança
«Apesar de aparentemente ainda não se ter apercebido disso, Rui Vitória terá muitas explicações a dar na próxima semana. Mas que sejam os benfiquistas a estraçalhar o treinador do Benfica. A humilhação foi tal que nem o guião já escrito antes do jogo (uma arbitragem que sentiu a pressão do ambiente causado por Bruno de Carvalho) pôde ser usada com o mínimo de credibilidade. Quem o tenha tentado não terá visto um jogo em que o Benfica, ao fim da primeira parte, não só não tinha criado uma única oportunidade de golo como parecia um grupo de idosos perdidos na Feira Popular. O que não impediu Rui Vitória, em negação, de resumir o jogo a três momentos "felizes" do Sporting. Não aprendeu com a arrogância que exibiu antes do jogo. Os 11 jogadores, como Rui Vitória chamou à equipa do Sporting, chegaram e sobraram para a coisa confusa que ele levou para campo.
É verdade que o Sporting sentiu o efeito de algumas mudanças na sua própria equipa, como o regresso de William Carvalho ou a alteração de posição de João Mário, para um lugar que outros diriam pertencer a Carrillo. Mas o mais importante foi a atitude. Não há nenhum jogador que não queira ganhar um dérbi. Mas para Jorge Jesus este jogo tinha, como se viu na conferência de imprensa, outra importância. E a sua autoconfiança, ainda mais perante uma equipa que ele próprio construiu, fez com que os jogadores fossem à Luz com um espírito diferente – inversamente proporcional à insegurança com que os jogadores do Benfica enfrentaram o seu antigo treinador. À segurança sportinguista também não é estranho o facto de a equipa ser quase três anos mais velha do que a do ano passado. O que lhe permite lidar com a pressão de uma forma totalmente diferente. A autoconfiança do treinador e a maturidade da equipa contaram em todo o jogo e até no curto momento em que o Benfica existiu (mais na bancada do que no relvado, para dizer a verdade).
O resultado deste novo espírito sportinguista, de que Jesus é um dos responsáveis, fez com que o Sporting, que desde 2006 não vencia na Luz – Rui Patrício nunca o tinha experimentado –, esmagasse. Bem avisava Ricardo Araújo Pereira que Luís Filipe Vieira se arrependeria de acreditar que era a sua estrutura que lhe dava vitórias. Neste jogo, juntou-se a fome (a miserável prestação benfiquista) com a vontade de comer (a mudança a que estamos a assistir no Sporting). Ainda é cedo, mas acho que não exagero nem me precipito se disser que tudo aponta para que este campeonato se vai afunilar no FC Porto e no Sporting.»
Sim, a confiança está objectiva e consistentemente em processo de instalação em Alvalade! E felizes de todos nós, sportinguistas, enquanto ela apenas viver em nós. Quanto mais tempo a sobranceira pesporrência habitar o espírito dos nossos adversários e rivais, melhor: mais vezes terão de meter a viola no saco!...
Para já, vão coleccionando derrotas!...
Leoninamente,
Até à próxima
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