Porque não basta contratar Jorge Jesus!...

"A despromoção de Marco Ferreira é um escândalo que já devia ter accionado o alerta na FPF. Mas pelos vistos...não.

Não se consegue entender como é que um árbitro inserido no restrito grupo dos profissionais, que revalidou as insígnias de internacional em Janeiro e foi nomeado para a final da Taça de Portugal surge em posição de descida.

Muito mais compreensível é este facto visto à luz de um acontecimento denunciado pelo juiz de campo madeirense, quando percebeu que o seu observador, o antigo árbitro José Rufino, acertava a nota a atribuir através da ajuda, via telemóvel, de um amigo que estava a ver o jogo na televisão.

Marco Ferreira, que ouviu a conversa que decorreu na sala contígua, confrontou de imediato o observador com a situação e denunciou-a.

Um dia antes da divulgação das classificações, uma fuga de informação, ao que tudo indica com origem na secção de classificações do CA da FPF, passou para os jornais a hipótese de despromoção de Marco Ferreira, colocando-o como alvo de um processo disciplinar que não existe. Um facto que ultrapassou a hierarquia.

Como se sabe, Vítor Pereira passou uma época inteira sem conhecer como iam as classificações dos árbitros. Só assim se entende que tenha nomeado um árbitro em risco de descer para a final da Taça de Portugal. Pode o presidente do CA da FPF argumentar que a lei o impede de chegar a essa informação, o que é, no mínimo, um perfeito absurdo, pois quem nomeia os árbitros tem de saber como estes estão a evoluir. 

O presidente do CA da FPF precisa de abandonar o seu pedestal, caso contrário corre o risco de cair do mesmo...

O caos está instalado no CA da FPF. Não é propriamente uma novidade num CA bipartido, com um presidente eleito por um voto de diferença, graças a um delegado que a caminho de Lisboa teve uma súbita indisposição.

Espera-se de Fernando Gomes que possa pôr alguma ordem nesta casa a arder, sob o risco de termos mais um início de época à grega na arbitragem portuguesa."

(Eugénio Queirós, Bola na Área, in Record, hoje às 13:29)

Como eu gosto de ler nas entre-linhas aquilo que, mais ou menos explícito, por lá deixam os autores de tantos textos. Eu tenho a noção da "santa ingenuidade" que por vezes devo exibir, perante aqueles que dominam os "bas-fonds" deste putrefacto pântano em que se atolou o futebol português, como por exemplo, Eugénio Queirós! Mas...

Confesso que não conhecia a mecânica usada pelos observadores dos árbitros como o antigo árbitro José Rufino. Agora tudo se passou a apresentar límpido e cristalino para mim. Mea culpa!...

Confesso também que desconhecia em absoluto o modo da vitória "limpinha, limpinha", de Vitor Pereira no CA da FPF nas últimas eleições. E terei de confessar ainda, as minhas fortes suspeitas sobre se "a súbita indisposição" que vitimou o "pobre coitado" do delegado a caminho das urnas. Se foi natural, coisa que pode acontecer a qualquer, se foi resultado de uma qualquer "tocaia à brasileira" montada pelos "guardas do pântano"! Cada um que pense o que quiser! Eu por mim, penso, logo existo, mas não digo! Mea culpa!...

Agora, já com a bandoleira oferecida por Eugénio Queirós a cruzar-me as costas e a barriga e com a "kalashnikov" disfarçada na manga, declaro-me preparado para assistir à mais inverossímil operação de branqueamento a que eventualmente tenhamos assistido por parte da estrutura federativa e muito particularmente do seu CA! Porque Marco Ferreira não pode ser deixado cair! Porque arrastaria na sua queda muita gente, a começar por Vitor Pereira e Fernando Gomes! Porque o homem saberá bem mais do que aquilo que disse...

Espero que Bruno de Carvalho mande para lugar mais próprio e que não ousarei aqui explicitar, as estéreis "guerras de alecrim e manjerona" que vai sustentando internamente e que só o fazem desperdiçar tempo e energias e se dedique com redobrada atenção ao que se vai passando no pântano...

Porque não basta contratar Jorge Jesus!...

Leoninamente,

Até à próxima