"... Vieira julga não precisar de Jesus para manter a linha dos êxitos no futebol. Se o objectivo é inverter de facto o ciclo e ser de novo, como nos anos 60 e 70 (mesmo que noutra escala) a principal potência do futebol em Portugal o trabalho não está feito. Está a meio. Essa é a razão que torna, senão incompreensível, pelo menos de altíssimo risco a decisão de prescindir do treinador que fez o mais difícil por mais extraordinário que fosse e continue a ser o enquadramento. Vê-lo partir para o rival tem o impacto dramático próprio do futebol que se agudizará, ou não, ao longo da época e que se reflecte, para já, em momentos de delírio em Alvalade e noites mal dormidas na Luz. O resto é conversa..."
(Nuno Santos, Ângulo Inverso, in Record)
Nuno Santos parece-me ter inteira razão quando defende que a troca de treinadores na Segunda Circular, "se reflecte para já, em momentos de delírio em Alvalade e noites mal dormidas na Luz." E ao acrescentar que "o resto é conversa", terá pretendido significar que, tanto as juras do "santo sacrifício da vida pelo clube" proclamadas por Rui Vitória, quanto as eufóricas proclamações de "temos homem" pelo oficioso "A Bola", não passarão de conversa, mas de uma conversa muito especial para galvanizar crentes, "irmãos gémeos" das folhas do álamo, eternamente confortáveis, venha a brisa de onde vier e tenha a intensidade que tiver: a conversa da treta!...
E essa "conversa da treta" não resiste ao mais simples e ligeiro raciocínio: qual a razão ou razões que levaram LFV a tomar a decisão "senão incompreensível, pelo menos de altíssimo risco, de prescindir do treinador que fez o mais difícil"? E, em contraponto, o que terá estado por detrás da decisão quase heróica de Bruno de Carvalho de decidir trilhar o caminho exactamente oposto?!...
Dizem os velhos compêndios do futebol, que em equipa que está a ganhar não se mexe! Se LFV se viu na necessidade de mexer e "inverter o ciclo", apenas os adeptos benfiquistas não se aperceberão que o fez porque a isso foi obrigado pelas consequências de uma gestão ruinosa que tem conduzido em cada ano ao acumular de um insustentável passivo. Pesem embora tanto o trabalho da afadigada "central de propaganda goebbelsiana do arcanjo gabriel", quanto a lexívia produzida por uma CS afinada e orquestrada por "goebbels". E o resto é conversa da treta!...
Nas águas calmas dos antípodas navegarão Bruno de Carvalho e Carlos Vieira. Mesmo contra a corrente do jogo de uma CS suja e vendida, quiseram e souberam levar em dois anos a "água ao seu moinho" e, com este a funcionar em pleno e bem lubrificado, entenderam-se à altura do tremendo desafio de trilhar o caminho inverso do rival, aproveitando a oportunidade soberana por este desbaratada! E o resto é conversa da treta!...
Veremos o que o futuro nos dirá sobre "o delírio de uns e as noites mal dormidas de outros"!...
Leoninamente,
Até à próxima
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