«A princípio é simples, anda-se sozinho,
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebem-se as certezas num copo de vinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no borborinho
bebem-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo e dá-se a volta ao mundo
diz-se do passado que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida:
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
E é então que amigos nos oferecem leito,
entra-se cansado e sai-se refeito
luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se e come-se e alguém nos diz bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja
pede-se o descanso por curto que seja,
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
E enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!
Entretanto o tempo fez cinza da brasa
outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa,
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida:
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida!»
"Alguém terá dito ao vento, que a saudade é como a fome: apenas deixa de fazer sentido ou permanece, consoante sobre a mesa seja facultado ou não, um novo alimento. E o vento depois encarrega-se, em plena comunhão com o tempo, de fazer o que lhe compete: introduzir luz e realismo nas nossas vidas.
Para o grande e orgulhoso universo leonino, para trás terão ficado já os tempos de uma justa ou falaciosa saudade, que só novos tempos hão-de, inexoravelmente, ajudar a julgar. Porque aplacada a fome, a vida continua...
E há sempre um primeiro dia, do resto da nossa vida!...
Leoninamente,
Até à próxima
Para o grande e orgulhoso universo leonino, para trás terão ficado já os tempos de uma justa ou falaciosa saudade, que só novos tempos hão-de, inexoravelmente, ajudar a julgar. Porque aplacada a fome, a vida continua...
E há sempre um primeiro dia, do resto da nossa vida!...
Leoninamente,
Até à próxima
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