O bailinho estragado
«A questão dos subsídios aos clubes de futebol profissional é assunto sempre delicado, tendo em conta as limitações em matéria de legislação da concorrência e a visibilidade que essa prática inevitavelmente comporta.
São conhecidas as formas de dar um jeito, à boa maneira portuguesa, a essas limitações, como seja a publicidade que as autarquias fazem nas camisolas das equipas da sua circunscrição, muitas vezes ajudas encapotadas.
Neste país de brandos costumes, ninguém se insurge, até porque nesta matéria, os telhados de vidro abundam.
Sempre fiquei, contudo, com a ideia de que os clubes da Madeira eram sobreapoiados, numa óptica até política, que procurava transmitir, via futebol, para o exterior, o sucesso económico da Região e nisso, o Alberto João era mestre. Como é óbvio, não estou a contestar a compensação pela periferia, nomeadamente em termos de deslocação.
A verdade é que o Funchal chegou a ter três clubes na primeira divisão, igualando Lisboa, todos com dinheiro orçamental e sponsoring de empresas da região (ficará ainda para contar o índice de voluntariedade dessas contribuições…).
Esse foi, porém, chão que deu uvas e, por força da crescente magreza orçamental, alguma saudável contenção e o colapso do Banif, o dinheiro encolheu e, com isso, a representação das equipas da Madeira.
Hoje o União desapareceu, o Nacional vegeta na Segunda Liga e o Marítimo luta desesperadamente para não descer da Primeira, o que faz pensar se a ideia de outrora de fundir os clubes, não teria sido o mais aconselhável.
Tenho pena se o Marítimo for despromovido, porque é um histórico centenário do futebol português, e nunca percebi porque não quiseram acompanhar o Sporting na luta pelo reconhecimento dos Campeonatos de Portugal, porque a sua saga de 1926 foi realmente épica.
A mão invisível do mercado, mesmo no futebol, acaba por prevalecer e não perdoa. A transparência, acima de tudo.
Falta apenas o mercado ajustar contas com o Benfica.»
Já esteve mais distante!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
"Falta apenas o mercado ajustar contas com o Benfica"
ResponderEliminarO "mercado" nunca ajustará contas com o benfic@. Aliás o benfic@ é o que é justamente por causa do "mercado". Este chôr Carlos é fraquinho até no wishful thinking.
Volto à carga, com outras palavras para não ferir susceptibilidades: misturar "mercado" com transparência implica enorme dose de ingenuidade, no mínimo. Quem opine na CI sabe-o bem.
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