terça-feira, 26 de junho de 2018

Uma séria reflexão dos sportinguistas a isso dispostos!...





«Disse, quando toda esta saga do Sporting começou, que o meu voto (em três eleições) e apoio público (nas últimas) a Bruno de Carvalho obrigavam-me, perante os últimos quatro meses de loucura, a empenhar-me na solução. De forma mais óbvia do que é habitual na minha postura pública mais discreta em assuntos clubísticos. Levei a sério esta promessa em todo o processo que levou à destituição do ex-presidente. Levarei a sério no processo de escolha do seu sucessor. Depois das eleições, espero voltar à condição de sócio e adepto anónimo, com a minha gamebox, as minhas idas ao estádio e na participação cívica na vida do clube, quando sou chamado a participar em Assembleias Gerais. É tudo o que desejo, que o espaço público que tenho é para falar de outros temas.

Participar na escolha do novo presidente implica assumir riscos e empenhar o meu nome em alternativas. Não chega derrubar um ditador, é preciso erguer o poder democrático que o substitui, esperando que a actual Comissão de Gestão tenha o bom-senso de só tomar as decisões indispensáveis até Setembro. Foi por isso que aceitei fazer parte da Comissão de Honra de Frederico Varandas, assumindo, ao lado de pessoas bem mais relevantes no Sporting (como Daniel Sampaio, Eduardo Barroso, Daniel Carriço ou Slimani), um apoio mais empenhado e definitivo a um candidato. São dez as razões que me levam a apoiar, desde já, Frederico Varandas:

1 - É um sportinguista com história de dedicação ao clube, não representando interesses que lhe sejam estranhos;

2 - Conhece bem o Sporting Clube de Portugal, sobretudo o departamento de futebol, que neste momento nos oferece mais preocupações;

3 - Defende de forma clara e inequívoca que o clube mantenha a maioria do capital social na SAD, condição para eu apoiar ou votar em qualquer candidato;

4 - Não quer regressar a um passado que os sócios várias vezes recusaram, afastando assim o perigo de, no meio da enorme desilusão que o ex-presidente representou para milhares de sócios nos últimos meses, se reverter a mudança a que assistimos em 2013;

5 - Está empenhado no que foi o essencial das propostas programáticas do primeiro mandato de Bruno de Carvalho: maior participação dos sócios, estádio cheio, aposta nas modalidades, saneamento financeiro do clube;

6 - Tem o perfil emocional e cívico adequado para unir os sportinguistas e devolver o bom nome ao Sporting.

7 - Tem a sobriedade firme que o Sporting precisa para reatar relações de normalidade com outras instituições desportivas, o Estado e a comunicação social, assumindo que as guerras que se compram são as que se têm de comprar e apenas devem ser travadas, de forma pragmática, na medida em que correspondam aos interesses do Sporting;

8 - Tem a experiência de relação com os jogadores de futebol sénior necessária para recuperar o que foi destruído nos últimos meses e é, caso venha a ser necessário, o mais bem colocado para lidar com o dossier das rescisões;

9 - Teve a coragem de avançar quando nada era certo e não se perdeu nas habituais teias de negociações entre grupos que tantas vezes asfixiam o clube;

10 - É o candidato com melhores condições para agregar apoios e votos que não abram portas nem a uma improvável vitória de Bruno de Carvalho (só possível com uma grande dispersão de candidaturas), nem a um regresso ao passado que perigasse o controlo da SAD pelos sócios.

Nas últimas semanas tive o prazer de conhecer Frederico Varandas e de ter muitas conversas com ele sobre o momento que o Sporting atravessa. A generosidade, a determinação e o bom-senso, assim como um sincero amor pelo clube, são as características mais óbvias que lhe reconheço. Não sei, porque nunca sabemos, se conseguirá cumprir sem mácula o enorme desafio que tem pela frente. Mas sei, isso tenho a certeza, que fará tudo para estar à altura desta missão, se lhe for confiada.»

Um contributo sério e sustentado tantas vezes afirmado no campo da luta e comentário político, de uma prestigiada figura pública que, sem se refugiar no comodismo do silêncio, tem a coragem de assumir o seu sportinguismo - anátema pouco recomendado na área a que tem dedicado o melhor da sua vida! - e revelar, sem preconceitos de qualquer ordem, o que pensa da primeira e única até agora, candidatura à presidência do Sporting Clube de Portugal.

E só eu sei o que significa falar de coragem, na exacta medida em que cada vez mais entendo ser precisa muita coragem para qualquer sportinguista se sujeitar ao pérfido escrutínio a que é sujeito, ainda hoje e porventura num futuro próximo, em termos de redes sociais e blogosfera, sempre que afirma a sua recusa às vicissitudes a que o seu Clube foi sujeito em passado recente.

De há muito admirador confesso da personalidade, pensamento e perfil de intervenção de Daniel Oliveira, por imperativo de consciência, entendi dever deixar por aqui a posição que ainda há poucas horas decidiu tornar pública na sua página da rede social habitual, sem outro qualquer intuito que não seja a de permitir...

Uma séria reflexão dos sportinguistas a isso dispostos!...

Leoninamente,
Até à próxima

6 comentários:

  1. Muitas dos compromissos e posições assumidas por F.Varandas serão também afirmados por outros candidatos.
    Varandas parte na frente e possui conhecimento da actual estrutura do Clube.
    A única coisa que exijo para além destas promessas feitas por Frederico Varandas (e dos restantes candidatos idem), é que na sua equipa não sejam incluídos benfiquistas ou pessoas que estiveram ou prestaram serviços ao Benfica.
    O ADN do Sporting não permite qualquer tipo de união com quem não partilha de muitos dos valores que prezamos no nosso Clube.
    SL

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  2. E por falar em bom-senso faço minhas as palavras de Daniel Oliveira em relação à Comissão de Gestão e Sousa Cintra. Limitem-se as decisões indispensáveis e não reverta o que está feito para andar a nora nas próximas semanas a procura de um treinador que esteja desempregado nesta altura e que tenha valor.
    Os sportinguistas não precisam de patrões e sim de gestores que não venham com sede de mandar.
    SL

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  3. Não deixando de estranhar tão rápido, assertivo e veemente apoio, é para mim um passo, com algum ou muito significado, para a certificação da candidatura supra-citada... (tal e qual nas figuras de Daniel Sampaio e de Eduardo Barroso) Ficam no entanto por afirmar as acções mais concretas, vulgo programa..., e acções/opiniões públicas acerca de eventuais decisões da CG no futuro próximo... ainda que estejamos, mais que aparentemente, perante uma ponte para um mesmo desiderato... um 'braço político' para um futuro comum... de comum-acordo... (a que não será alheia a declaração de 'não' interesses feita pela CG) o que democraticamente poderia ser discutível, mas em nome dos superiores interesses do SPORTING Clube de Portugal vou deixar como facto irrelevante...

    Nem sempre concordando, democraticamente, com tudo o que Daniel Oliveira diz... reconheço-lhe, sem qualquer tipo de esforço, o mesmo desejo que eu tenho para o 'nosso' clube...

    Mas cuidado com os unanimismos... (onde é que eu já ouvi isto...???)

    SAUDAÇÕES LEONINAS

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  4. Comecei por apoiar mas agora se for verdade que vem com Hugo Viana como director desportivo fico de pé atrás. Parece-me não estar bem ciente do que é preciso para um director desportivo. Tem que ser alguém um pouco tubarão para não ser comido de cebolada e Hugo Viana não me inspira confiança. Espero melhor. Quero ver o que traz Benedito.

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    1. O repto de reflexão que lancei no postal, nunca poderá nem deverá significar apoio. Desconheço os factos que o caro JRamos dá quase como adquiridos. E estarei sempre de pé atrás com a especulação dos media. Também espero para ver o que trarão outras candidaturas, seja a de Benedito ou outras, todas elas a merecerem a nossa reflexão. O apoio, no meu entendimento, deverá ser o último passo que nos cabe dar, como sportinguistas. Ainda é muito cedo, a procissão ainda nem do adro saiu...

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    2. Claro. Temos que esperar por todas as candidaturas para tomar uma decisão final mas, enfim, vamos pensando sobre o que vai aparecendo.

      SL

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