"Quando ouvi a cidade de noite batendo as panelas"
«Bruno de Carvalho merece um juízo justo, despoluído do linchamento comunicacional a que foi sujeito nos últimos dois meses. Suficientemente justo, para se lhe reconhecer que a revogação do seu mandato não deve ser ditada, nem pelos sistemáticos insucessos desportivos da equipa de futebol 11, nem pelos históricos resultados das modalidades amadoras.
Inequivocamente justo, para que não se lhe atribuam culpas pelo bárbaro ataque que foi perpetrado contra a equipa de futebol e objectivamente justo, para lhe atribuir totais responsabilidades na deserção de quase metade da equipa e na destruição estúpida do trabalho de 5 anos, criando uma guerra pública irresponsável contra os jogadores, que abriu a porta ao oportunismo e ao desrespeito pelo Sporting Clube de Portugal.
Completamente justo, para lhe atribuir exclusivas responsabilidades pela crise institucional em que o clube mergulhou, não tendo promovido a necessária clarificação e pacificação com a realização urgente de eleições. Claramente justo, para não omitir que, aberrantemente, patrocinou a criação de estruturas contrárias aos Estatutos do Sporting Clube de Portugal, como a Comissão Transitória da senhora Judas, que por sua vez queria ilegalmente realizar uma Assembleia Geral apressada e inopinada, para promover alterações estatutárias espúrias.
Totalmente justo, para não haver dúvidas que o presidente do Conselho Directivo colocou Sportinguistas contra Sportinguistas, Sócios contra os Sócios, promovendo uma brutal fractura entre os adeptos, suportada na ideia peregrina que de um lado temos 6 Sportinguistas de uma santidade imaculada e do outro, uma corja de oportunistas, golpistas e conspiradores, que vai da quase totalidade dos membros dos órgãos sociais que integraram as suas listas aos jogadores, abrangendo todos aqueles que dele discordam.
Inapelavelmente justo, para reconhecer que nos enganámos na sua capacidade em constituir uma equipa directiva séria e competente, porque afinal, nas suas palavras, fez-se rodear de “ratos” e de “cobardes”. Genuinamente justo, para reconhecer que quem convidou o Comendador Jaime Marta Soares a integrar a Candidatura Sporting no Rumo Certo - Bruno de Carvalho, como Presidente da Mesa da Assembleia Geral, foi Bruno de Carvalho, não fomos nós.
O juízo justo de quem criou esta guerra fratricida, que nos envergonha e nos divide, que nos enfraquece e desprestigia, e da qual também Bruno de Carvalho é vitima ao pulverizar o reconhecimento que os Sportinguistas lhe tinham, cabe somente a cada um dos sócios. De preferência, mostrando desta vez, na forma e no resultado, que aquilo de “sermos diferentes” é mesmo verdade e que Bas Dost tinha razão, quando não confundiu a delinquência com os verdadeiros adeptos do Sporting.
Minha cabeça talvez faça as pazes assim.»
(Sérgio Barroso, in A Insustentável Leveza de Liedson)
Apenas um juízo justo!...
Leoninamente,
Até à próxima
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