"O voto contra a corrente"
«O meu sentido de voto será
fruto da reflexão sobre o que é o Sporting e o que ele representa.
O Sporting para além de um
clube é um conceito. É abstrato e dinâmico, porque ele não é mais do que a soma
dos nossos valores individuais, dos nossos princípios. Assim sendo, o Sporting
representa-nos, projeta-nos e nós identificamo-nos com ele. Não é estático e
não está escrito em pedra. Porque a soma de todos nós é também mutável. E é nas
nossas manifestações e decisões que o Sporting se define, é através da escolha
da liderança que melhor nos representa, que nós escolhemos que valores e
princípios que o Sporting se deve reger.
Neste momento marcante da nossa
história nunca foi tão crítico dizer afinal o que é o Sporting. Não foi só um
caso de terrorismo ou de um crime. É muito mais do que isso – é a definição do
estilo, de liderança, de posicionamento junto da sociedade no geral e com a
nação Sportinguista, do futuro.
A evolução tem-se sentido há
algum tempo e definiu-se de forma marcante nos últimos tempos. O que tem
aconteceu é demasiado importante para que o Sporting fique calado, temos de lhe
dar voz. E porquê? Porque agora que temos mais clareza do caminho que estamos a
seguir sabemos para onde nos leva. Então está na hora de definirmos em conjunto
se queremos ou não continuar este caminho. Está na hora de definirmos, todos,
em conjunto, o que é então o Sporting.
Para mim não é importante
apoiar a, b ou c até porque não os conheço. Para mim o importante é saber se os
valores que eu sempre assumi eram os desta grande organização – a excelência
desportiva, esperança para os jovens, elevação no debate, trabalho ético,
respeito pelos demais, contribuição para a sociedade através do desporto –
ainda são os do Sporting.
Para mim a glória não é olhar
para trás e ver a vitória a todo custo, é olhar para trás e dizer que tudo
fizemos, com esforço, dedicação, devoção… Com ética, respeito e elevação (e no
fim ganhar).
Eu olho para o estado atual e
não conheço este Sporting. Não me revejo neste estilo, nas ações constantes
feitas por outros sportinguistas. Eu quero e preciso que o Sporting fale, que
me deixe contribuir para que ele fale. Nós não somos adeptos do Sporting, não.
Nós fazemos parte do Sporting! Ele está em todos nós, nós fazemo-lo a ele, é
embrionário!
Os timings são difíceis e há
muita incerteza, todas as opções são más. A continuidade? Do quê? Do que nos
trouxe aqui? Mudança? Tanta incerteza nos atores transitórios que nas suas
manifestações públicas não nos deram garantias nenhumas que iriam tratar com
competência os desafios enormes que encontramos (rescisões, reestruturação
financeira, preparação da época). Incerteza em quem poderá liderar o clube no
futuro, ninguém quer o regresso ao passado.
Mas se pensarmos onde nós
sócios poderemos ter mais controlo, é no cenário de eleições, controlamos quem
deixamos entrar, quem liderará este grande clube. E temos de acreditar que em 3
milhões de pessoas haverá alguém competente. Também penso que já tivemos provas
suficientes que os sócios não têm o que querem com a actual liderança. Houve
controlo no estilo? Houve abandono do Facebook? Houve respeito pelos demais?
Está na hora de deixarmos o
Sporting falar e isso só se consegue como? Com eleições. Eu quero ouvir o
Sporting falar, quero ouvir o que vocês têm para dizer. Está na hora de
eleições!»
Deixo aqui dois fortes abraços a dois sportinguistas de quem me orgulharei sempre de ter por companheiros, nesta hora difícil para o nosso Sporting.
Ao Cherba, porque é preciso ter tudo no sítio para ousar publicar um texto com tamanha grandeza.
Ao MRC, porque sem tudo no sítio ninguém seria capaz de escrever este texto.
Com sportinguistas destes o Sporting é eterno!...
Leoninamente,
Até à próxima
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