segunda-feira, 4 de junho de 2018

Quem tem medo de Virgínia Woolf?!...


MENSAGEM A QUEM AINDA AMPARA BDC

«Confirma-se que é muito mais fácil convencer Tony Carreira de que o plágio é uma contrafacção ilegítima do que persuadir Bruno de Carvalho (BdC) a largar o cadeirão de Alvalade – algemar-se-à a ele, se for preciso. Desde logo porque BdC nunca irá perceber que o poder já degenerou em tirania quando deixa de respeitar as regras mais elementares da democracia e dirige a sua mira apenas para o bem pessoal de quem o exerce. Já se sabe que, tal como na política, no futebol é sempre difícil distinguir os homens capazes dos homens capazes de tudo. Mas, mesmo assim, é cada vez mais misterioso que uma parte importante dos sorumbáticos apoiantes que teimam em manter-se do lado de BdC não tenham ainda fisgado que até a bateria do meu telemóvel dura mais tempo do que que os verbosos comprometimentos do presidente do Sporting. E ainda mais indecifrável é que esses resistentes não vejam que estão a dar suporte a algo tão peçonhento e autodestrutivo. Como é possível que não percebem sequer que BdC está tão obcecado e precisa tanto de se manter na presidência que, se for preciso, não hesitará em levar com ele o Sporting para o fundo do poço? Para BdC, o Sporting é um mundo em que os príncipes e as princesas podem, a qualquer momento, ser transformados em sapos ou abóboras, ou vice-versa. E, para ele, o trabalho de equipa é apenas a garantia de que, se algo der para o torto, tem sempre alguém a quem atribuir as culpas.

Recorrendo apenas à memória, recordo-me de um presidente do Sporting que conseguiu, em cerca de quatro meses, arrasar animicamente uma equipa competitiva e ambiciosa. E que conseguiu minar e zangar-se com o treinador, cenário que repete pela terceira vez desde que foi eleito. E que dizer das suas mensagens desvairadas no Facebook e das entrevistas alucinadas, que pareceram ser escritas e dadas cirurgicamente nos momentos mais inoportunos (designadamente na véspera de jogos importantes)? Alguém tem dúvidas de que desestabilizaram o balneário e concorreram para acirrar ainda mais os ânimos junto de alguns membros da claque e de outros adeptos mais suscetíveis, como se viu no episódio em que Patrício teve de fugir da baliza para não ser atingido pelas tochas? BdC conseguiu ainda ser desmentido pela Procuradoria Geral da República e por uma associação de polícias (quando procurava convencer-nos de que já havia relatórios daquelas duas entidades a inocentá-lo da autoria moral da vergonhosa e não menos criminosa invasão a Alcochete). Viu ainda o Sporting envolvido na "Cashball", investigação policial relativa à possível viciação de resultados no andebol e no futebol (e não apenas uma notícia do Correio da Manhã, como BdC nos tenta vender). Em resultado disso, aquele que era visto como braço direito do presidente foi constituído arguido, continuando por explicar os milhares de euros encontrados no seu armário que indiciam a possibilidade da existência de um "saco azul" para actividades, digamos, "extracurriculares". Num estalar de dedos, evaporou-se a superioridade moral que, nesta área, o Sporting sempre pôde ostentar. Seguiram-se as demissões de dirigentes em catadupa nos diversos órgãos, só restando hoje aquele círculo restrito do conselho directivo, que tem o condão de ser bem remunerado e ficará para a história como corresponsável pelo maior ataque alguma vez feito à honra do Sporting. Porque não pode haver outra leitura para uma direcção e uma administração que parecem ter rasgado os estatutos do clube e não respeitam o presidente da AG nem os mais de quatro mil sócios que exigem votar a destituição da direcção – sendo que, na SAD, o maior accionista individual pede a destituição de uma administração acusada de violação dos seus deveres, de desviar dinheiro para o clube e de desvalorização dos activos. Finalmente (e após mais um episódio em que ficou evidente por que razão para um artificioso vale sempre mais uma carta na manga do que um baralho inteiro sobre a mesa), dois futebolistas rescindiram os seus contratos, um deles Rui Patrício, que levava 17 anos em Alvalade e já fez mais pelo Sporting do que o presidente e todos os seus capatazes alguma vez farão. E há a possibilidade de outros tomarem a mesma atitude, o que pode ameaçar de insolvência uma SAD que ainda não conseguiu garantir o empréstimo obrigacionista de que parece depender até a gestão corrente – o que desmente boa parte dos elogios a uma gestão financeira que já antecipou muitos milhões de receitas televisivas futuras.

Quem continua a fechar os olhos a tudo isto não está apenas a dar suporte a um BdC que parece nutrir-se da bagunça e anarquia que ele próprio foi criando. Está a sustentar um presidente que se confunde com um kamikaze e a alinhar numa trágico-comédia demasiado perigosa.

O aliado duplamente útil

Mais do que deixarem-se intoxicar nas infindáveis sessões de esclarecimento de Bruno de Carvalho (que mais não são do que comícios propagandísticos à boa moda sul-americana e cuja logística é, quase de certeza, paga pelo próprio clube, no que parece ser um despautério enorme), os adeptos do Sporting deviam forçar-se por perceber, por exemplo, por que razão o FC Porto raramente critica o Sporting e o seu presidente Bruno de Carvalho. E esta percepção é ainda mais nítida quando se observa boa parte dos comentadores televisivos ligados aos portistas, que se destacam pela forma, mais ou menos evidente, como fazem a defesa do presidente leonino, como se lhes desse muito jeito a sua manutenção no poder. A explicação é muito simples: para o FC Porto, o Sporting é visto como um aliado duplamente útil. É o correligionário que ajuda nos ataques ao Benfica (que, de facto, não consegue justificar suficientemente as injuridicidades de que é acusado…), designadamente quando o FC Porto quer atirar a pedra e esconder a mão. E é também o prosélito que dificilmente incomodará desportivamente. Ou melhor, mesmo que pareça em condições de o fazer em determinados momentos e circunstâncias, há sempre a garantia de que Bruno de Carvalho pode mudar de discurso, mas nunca mudará de carácter e não resistirá a dar um tiro no próprio pé nos momentos mais determinantes. Ou seja, é uma aliança em que o FC Porto parece sair sempre a ganhar…»
(Bruno Prata, Ludopédio, in Record)

Naturalmente que nunca poderia ser Edward Albee o autor desta arrepiante, sinistra, quiçá mórbida comédia montada no circo de Alvalade! Mas em cada dia deste anestesiante  e infindável drama, mais e mais me questiono...

Quem tem medo de Virgínia Woolf?!...

Leoninamente,
Até à próxima

7 comentários:

  1. Para mim os comentarios desta gente só têm credibilidade se tiverem a coragem de fazer um igual para o narcotraficante do outro lado da estrada. A questão dos extracurriculares é simplesmente nojenta!

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  2. Pode não publicar os meus comentários, mas pelo menos que os leia: tente aprofundar um pouco mais os assuntos e perceber os factos e as motivações das pessoas.

    Este é provavelmente o texto mais cartilhado que já li nos últimos tempos. Está lá tudo: o suposto atropelo nos estatutos (curioso que não fala no atentado de JMS...), o apego ao poder de quem está mais que legitimado, o apego ao ‘tacho’ quando em comparação dirigentes médios dos rivais ganham bem mais, o dar credibilidade a notícias inventadas pelo gabinete do crime lampião, etc. Se fosse a comentar todo o disparate deste texto estava aqui até amanhã.

    Tenha a coragem de publicar o meu comentário e ofereça-se ao contraditório. Procure ver com olhos de ver.

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  3. Bruno Prata não é minimamente credível...lamentavelmente.

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  4. Perdi-lhe a conta!
    Eu que não busco informção em nenhum jornal desportivo português já li este texto muitas vezes, quantas não sei. No caso do Bruno Prata comentador residente no Grande Área que passa na RTPi creio que já li vários "remakes" para além dos programas a que assisti! Parece uma cartilha!
    Saiam textos mais originais porque a repetição arrisca-se a perder crédito!
    Não sei se é verdade ou não mas li que ele tem uma relação de proximidade com Jorge Mendes. Se alguém souber mais que o torne público pois daqui onde estou eu não posso ter visto o que quer que seja.

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  5. Boa noite Alamo,
    É já humanamente impossível contraargumentar de forma racional contra BC.
    O homem está doente e deveriam ser os mais íntimos a ajuda-lo a se afastar e tratar o problema mental, isto é serio.
    Resta saber se já não o tentaram e o paciente entrou na fase autista.
    Verdadeiramente supreendente é o número de sócios e adeptos que ainda o apoiam.
    Os argumentos são sempre os mesmos, libertou nos dos croquetes, fez o rocha e ilusoriamente tirou nos da falência. ATENCAO ÀS CONTAS DO CLUBE ( explica a resilencia da não demissão de CV).
    Sem BC infalivelmente cairiamos de novo na naftalina dos croquetes.
    Até aqui eu consigo acompanhar, já me cai o queixo quando invariavelmente vão assistindo à radicalização verbal contra quem democraticamente o deixou de apoiar, ao inacreditável desrespeito pelos estatutos do clube com criação de orgaos fantasmas e fantoches, ao evidente agarrar do tacho de BC e a mais um tesouro deprimente do abraçar dos hoquistas após ser campeão tendo à 1 mês ter rasgado de alto a baixo a equipa por sms após perder no porto.
    A tudo isto muita gente continua a assobiar para o lado!!!
    Hoje somos um clube totalmente bipolarizado a que só um caminho dará frutos, eleições.
    Até lá espero que o bom senso e sentido de responsabilidade impere e que isto não acabe em violência.
    Um abraço de um leão muito preocupado.

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  6. Então, e se nas eleições BdC voltar a vencer? Aceita? Ou quer novas eleições até ele perder?

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    1. A sua pergunta é retórica pois bem sabe a resposta.
      Aproveito para lhe colocar uma a si.
      Tem neste espaço adjetivado a coluna vertebral de muita gente.
      Pergunto, como adjetiva a do presidente com o episódio do hóquei em patins?

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