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Gyökeres com números nunca vistos: avançado do Sporting arrasa na estreia

Sueco já tem mais golos e assistências na primeira época completa em Portugal do que Falcão, Bas Dost, Jardel, Jonas, Jackson Martínez ou Cardozo

«Chegar, ver e vencer. A frase é tão curta que chega a parecer tão fácil dizer como fazer. Mas, na verdade, como todos sabemos, não é bem assim, e só uma minoria o consegue. Falemos, pois, de Viktor Gyökeres.

O sueco do Sporting ainda tem de vencer colectivamente, e convém nunca esquecer que futebol não é... ténis, mas do ponto de vista individual, a dois meses do fim da época, já deixou uma marca que figurará para sempre na história do nosso campeonato.

Poderemos continuar a ter opiniões muito diferentes sobre a qualidade subjectiva de cada um dos jogadores que mencionamos neste trabalho mas há um facto que passou a ser indiscutível, depois do golo e da assistência do camisola 9 dos leões em Arouca: desde que há registos fiáveis, e podemos situar este intervalo a partir da era Jardel (1996/97), nunca um avançado estrangeiro teve tanto impacto imediato no futebol português como Gyökeres em 2023/24.

É esta a conclusão que se retira da pesquisa levada a cabo por Record e que apresentamos neste artigo, com base no desempenho do artilheiro, de 25 anos, nesta que é a sua primeira temporada em Portugal.

Com o duplo contributo para a vitória (3-0) em Arouca, ‘Vik’ atingiu os 33 golos e 12 assistências nos seus 37 jogos, um registo que equivale a uma participação directa em incríveis 45 golos! E, se o número isolado fala por si, a melhor maneira de compreender a sua real dimensão é compará-lo com outros grandes matadores que deixaram um rasto inapagável na Liga portuguesa: recuando até ao tempo de Jardel, e incluindo o brasileiro na análise, ninguém fez mais do que Gyökeres na soma de golos e assistências, na primeira época completa em Portugal, com a particularidade de o nórdico ter saltado para a frente desta lista no domingo.

O anterior líder era... Radamel Falcão, com 43 golos+assistências (34+9), na sua campanha de entrada no FC Porto, em 2009/10. Para trás de Gyökeres já tinham ficado, entre outros, Bas Dost, com 41 (36+5), em 2016/17, no Sporting; ou o referido Jardel, também com 41 (35+6), no FC Porto, em 1996/97. Jonas (36), Jackson Martínez (33), Beto Acosta (29), Mitroglou (28), Cardozo (28), McCarthy (27), Van Wolfswinkel (27), Darwin (25), Taremi (22), Liedson (21) ou Hulk (16) são outros avançados que, nas respectivas primeiras épocas em Portugal, ficaram aquém do patamar do galáctico Gyökeres.

Contas feitas, em 37 jogos, o ex-Coventry marcou e/ou assistiu em 27, tendo juntado ambas as modalidades em cinco ocasiões . Fez ainda um hat-trick de golos e outro de assistências.

Entre fitas kinesio e finais dolorosos

Não tem mais jogos, pois nesse patamar estão Pote, Nuno Santos e Matheus Reis (39), mas lidera claramente em minutos (3.012’), com uma diferença de tempo para Pote (2.863’) superior a um encontro e meio (149’). A resistência do sueco pode ser medida por alguns pormenores curiosos, como o facto de jogar com fitas kinesio (usadas para aliviar o desconforto muscular) há vários meses, ou ainda a coincidência de ter terminado duas partidas quase seguidas a... coxear: com o Farense e, no domingo, em Arouca. Pelo meio, foi suplente com a Atalanta mas tudo sem alarme, até porque Amorim já explicou que o avançado recupera depressa (e por vezes pode dar-se ao luxo de não correr... para trás).

‘Chirola’ Yazalde no Olimpo

A pesquisa que Record publica acima tem por base o que se pode chamar de era pós-Jardel, que chegou ao FC Porto em 1996/97. Mais para trás, e porque não existem dados fiáveis quanto a assistências, é praticamente impossível comparar números. Ora, para sermos totalmente justos, é preciso dizer que, por esse motivo, ficam fora desta análise alguns avançados estrangeiros excepcionais, nomeadamente do Sporting, a começar por um dos maiores de sempre, o argentino Yazalde. A história regista 13 golos na sua época de estreia (1971/72) e... 50 (!) em 1973/74, na sensacional campanha que lhe valeu a Bota de Ouro.»

Por Vítor Almeida Gonçalves

Um trabalho fantástico de Vitor Almeida Gonçalves, jornalista do Record, que aplaudo vivamente e deixo por aqui, com especial dedicação aos fiéis leitores de Leoninamente...

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Leoninamente,

Até à próxima