terça-feira, 1 de agosto de 2023

Primeiro estranha-se. Depois entranha-se!!!...


Um sportinguista improvável

«Vitorino Antunes chegou ao Sporting, naturalmente sem conhecer o clube. Um campeonato e uma taça da liga mais tarde, sai sportinguista e explica que ficou conquistado pelo espírito de família e solidariedade que encontrou.

Mais adianta que é fácil ser adepto do Benfica, do Porto ou do Real Madrid, do que do Sporting, porque os primeiros ganham mais vezes, mas que os sportinguistas são diferenciados.

Não posso estar mais de acordo.

Em primeiro lugar é difícil ser do Sporting, massacrados que somos diariamente pela máquina propagandística do Benfica, que no defeso chega a ser sufocante (vide novela João Félix) e pela postura permanentemente agressivo-intimidatória do Porto.

Já disse várias vezes que o Sporting não domina a comunicação social, não dá cartas no Conselho de Disciplina ou de Arbitragem, não distribui apaniguados nos centros de decisão do futebol, não racha comissões, não conspira hegemonias, não colecciona inquéritos judiciais.

O Sporting procura ser um clube de valores, em que a vitória é obviamente o objectivo principal, mas obtida num quadro de fair play e respeito. Eu sei que, infelizmente, nem sempre tem sido assim no passado recente, mas este Sporting reencontrou-se com a sua matriz identitária.

Por isso somos diferenciados.

Dirão que, nos tempos que correm, esta postura romântica não leva a lado nenhum, vide a escassez de títulos. Sendo que ganhar continua a ser o nosso mote, mas sempre ganhar limpo e não a todo o custo, mesmo que isso implique ganhar menos.

Sinais como a perspectiva de a alteração de governance da arbitragem, as novas exigências de idoneidade e transparência na legislação das sociedades desportivas, a divulgação dos diálogos com o VAR, a existência de uma comissão de ética na Liga, são animadores no sentido de combater aquilo que costumo chamar as trevas sombrias do nosso futebol.




Fico contente que o Vitorino Antunes tenha tido a lucidez de perceber esta vivência e saudar a sua coragem em a assumir.

Benvindo à causa do sportinguismo!»




Primeiro estranha-se. Depois entranha-se!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. Este texto fez-me lembrar a frase dos fundadores do jornal a BOLA:
    Para que um clube tenha êxito, tem de ter três coisas:
    1- Um boa imprensa;
    2 - controlar a arbitragem
    3 -ter uma equipa razoável.
    Frase mais que axiomática, cuja prática, temos sofrido há mais de 50 anos, como se sabe.
    Para quando esta viragem?
    SL.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eliminadas, "à cause de...", as duas primeiras premissas, a "viragem" apenas poderá ter lugar quando o Sporting tiver, com a regularidade que há décadas não tem tido, uma equipa num patamar acima de "equipa razoável"!...
      Amorim quase o conseguiu há duas épocas, usando a preceito o factor surpresa, mas a saída prematura de Matheus Nunes impediu-o de prosseguir o seu "plano": foram, não um, mas dois passos atrás!...
      Dá ideia de que assistimos agora a alguma ténue e ainda insipiente reparação dos erros de então, mas a chegada de Gyokeres será curta para que atinjamos tal desiderato, a menos que a saída de mais um jogador nuclear - Ugarte! - seja compensada com mais uma "truta" de valor semelhante ou até superior! Será Varandas capaz de entender essa "absoluta" necessidade?! As "ultrapassagens" no mercado a que vimos assistido nos casos de André Trindade e Hjulmand não serão bom augúrio, mas...
      Aguardemos pela sua "coragem"! ..
      SL

      Eliminar