sexta-feira, 31 de maio de 2019

Bem andaria o nosso futebol, apenas com crimes de plágio!...

Notícias ao Minuto


Keizer 'destruiu' um leão nacional? Os números que confirmam a teoria

Participação portuguesa do Sporting na época actual foi a pior da década. E há outros números que merecem ser vistos.



«Sporting Clube de Portugal é o nome que rodeia o emblema do leão dourado, com sede no Estádio de Alvalade, no Campo Grande, em Lisboa, mas a última década conta a história de um Sporting Clube 'Além-Fronteiras'.

A história de um clube que, nesta época, viu apenas sete jogadores portugueses serem utilizados, durante 90 ou mais minutos, num universo de 29 atletas. José Peseiro, despedido no início da época, e Marcel Keizer, privilegiaram assim a mão de obra estrangeira (22 jogadores).

Não há pior registo do que este nas últimas 11 temporadas. E precisamos de viajar ao intervalo das épocas 2011/12- 2013/14 para ver um leão rugir pouco em português de Portugal, dentro dos relvados. 

Em 2011/2012, apenas nove lusos jogaram 90 ou mais minutos, com Domingos Paciência e Sá Pinto ao leme de uma equipa que atravessou graves problemas, numa altura em que a direcção do clube estava entregue a Godinho Lopes.

O ano seguinte transportou-nos para a terceira pior época de sempre dos leões na última década, em que a sétima posição culminou com a presença de quatro treinadores no banco: Sá Pinto, Franky Vercauteren, Jesualdo Ferreira e Oceano. Neste ano foram utilizados 11 portugueses, e pior ainda no ano seguinte.

Com Leonardo Jardim ao leme de uma equipa que não actuou nas competições europeias, o treinador madeirense utilizou apenas oito jogadores lusos, entre os 21 que integravam o plantel verde e branco. 

E onde mora o leão lusitano?

A utilização de jogadores portugueses já superou a de atletas estrangeiros, mas para tal teremos de viajar até à época 2010/11, em que a balança sorriu ao prato lusitano, à semelhança das duas temporadas anteriores.

Nesses três anos - entre 2008 e 2011 - o Sporting utilizou entre 13 e 16 portugueses, ou seja, a presença lusa em campo superou sempre os 54%, alcançando na época 2010/11 o seu melhor registo da década: 64% de mão de obra lusa nos relvados.

Contas feitas, e fazendo o somatório das últimas 11 temporadas o leão apostou na utilização de 133 jogadores portugueses, num universo de 308 atletas, o que corresponde, em média, a uma partição lusa de 43,18%.»



(Ricardo Santos Fernandes, in DesportoaoMinuto, em 31/05/19 08:00)


Mais importante do que tentar descobrir aonde pretenderá chegar Ricardo Santos Fernandes, para mim um anónimo jornalista que não passará disso mesmo, com o seu 'galope' desenfreado de 'potrozinho selvagem', será aceder ao seu convite e olhar para os números por ele trabalhados. Pouco me importará saber se a sua 'louca' correria terá resultado de alguma inesperada e porventura pouco estranha aguilhoada, ou se o estado de degradação do freio que lhe arrepanhou as ventas estará na origem da  descoordenação dos seus impulsos. Factos são factos e, se a sua gravidade começa a rondar os limites do razoável, mais atenção ainda lhe deveremos prestar.

Pouco mais de uma década terá bastado para baixar a 'produção' da nossa Academia aos limites do insustentável. E se Frederico Varandas, conhecedor como poucos do descalabro que vinha grassando em Alcochete, parece apostado em reverter a desgraçada situação, quer-me parecer que esse desígnio, sem outros condimentos excepcionalmente mais proactivos, demorará uma tamanha eternidade a trazer dividendos, que melhor seria começar a carregar desde já na pimenta, no cravo, na canela, seja lá no que for, para que no curtíssimo prazo, surjam os resultados que já deveríamos estar ontem a experimentar...

E deixemo-nos de pruridos bacôcos! Se outros há uma dúzia de anos, para darem o salto que os catapultou para a bela realidade que hoje vivem, não hesitaram em utilizar o nosso trampolim, pois que tenhamos agora a coragem de os imitar...

Bem andaria o nosso futebol, apenas com crimes de plágio!...

Leoninamente,
Até à próxima

1 comentário:

  1. Esta questão de jogadores portugueses e da Academia é para mim pertinente. Para além da qualidade ou falta dela, os treinadores e a falta de dinheiro serão os fatores mais importantes na aposta, no produto nacional. Pessoalmente, custa-me ver nas equipas portuguesas e em especial nas mais importantes, apenas e quase só estrangeiros e alguns de qualidade duvidosa. Patrício só foi e é Patrício, porque Paulo Bento não vacilou e ganhou a aposta. Quantos jogadores não se terão perdido, por falta de coragem de treinadores medrosos? Cada vez mais me afasto de futebol profissional, por estas e outras causas, e só o Sporting me faz ainda olhar para esse lado de uma modalidade que "virou" negócio e quase só negócio.

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