Pela enésima vez, perante o jovem artesão se apresenta o terrífico resultado de ver sobre a sua mesa de trabalho tamanho monte de cacos do que ainda dias antes constituía magnífica talha de porcelana, depois de cuidadosa, criteriosa e paciente tarefa de reconstrução, a que o incidente anterior o obrigara.
E estamos nisto! Pouca importará averiguar as razões que atiram a talha, cuidadosa e delicadamente colocada sobre a mesa, para o chão e a fazem de novo em pedaços. Se o golpe de vento vindo da janela que alguém descuidadamente entreabre sem cuidar de lhe adivinhar as consequências. Se o negligente encosto do cotovelo, em apertada, perigosa e demasiado próxima deambulação junto ao expositor. Se o estúpido e cego tropeçar de pés de chumbo nos seus apoios. Certo é que a bela talha cai ao chão e de imediato todos olham suplicantes para o jovem oleiro, como o salvador, o único capaz de nos devolver a beleza do artefacto.
Já não estará em causa apenas a sua oriental paciência de juntar os cacos e reconstituir o "puzzle" cerâmico, nem as bisnagas de cola que terá de gastar para lhe recuperar a forma. Estamos a falar das tintas a que terá de recorrer e da arte com que terá de usar os pincéis, para disfarçar os distúrbios que as sucessivas fracturas originam na pintura. E também da criteriosa e quase laboratorial utilização da mufla que lhe há-de, pretensamente, recuperar o esplendor. É que ninguém duvide desta inultrapassável verdade: nenhum trabalho de recuperação, por melhor e mais bem feito que seja, devolverá à talha, as características e os atributos que antes exibia! Sendo também de considerar, por demasiado relevante, o decréscimo da motivação artística do artífice, perante cada novo percalço.
Moral da história e verdade incontornável: um elefante não pode frequentar uma loja de porcelanas!...
Álamo,
Leoninamente
Caro Álamo.
ResponderEliminarPela minha parte, nunca desculpei ao elefante a conversa de m. das nádegas que considero não estar ao nível de um presidente do Sporting Clube de Portugal.
Dito isto, já sou menos crítico quanto ao tema Jefferson. Todos os grandes passam por situações de assédio aos seus jogadores. O que os clubes deven fazer quando acham que as propostas são insuficientes? Deixá-los sair sem dar luta?
Sem saber se existiram propostas concretas, quais as condições dessas propostas e o que teria sido dito (ou não dito ao jogador) é difícil fazer um juízo, mas neste caso, e contra o que é habitual em mim, estou do lado do Presidente BdC.