terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Equipa B, entre o viveiro e a realidade competitiva!...

"De viveiro da Academia, a máquina de rotações"

Mais para servir de alicerce interpretativo, na busca da compreensão da dinâmica que vem sendo imprimida ao patamar secundário do escalão profissional do futebol do Sporting Clube de Portugal, trago aqui e agora o excelente trabalho gráfico hoje publicado no jornal Record, da autoria do jornalista Bruno Fernandes, que o acompanha com um curioso texto, que recomendo. a quem a ele puder ter acesso.

Segundo o articulista, o "paradigma estará algo diferente" nos novos tempos em Alcochete: "EQUIPA B JÁ FOI ÚLTIMA PORTA ANTES DO SONHO. HOJE, É MAIS PALCO PARA QUEM NÃO JOGA NA EQUIPA PRINCIPAL"!... Eu permitir-me-ia corrigir o seu pensamento, acrescentando o advérbio ainda, à frase do seu sub-título, assim:

A Equipa B, será hoje mais palco para quem ainda não joga na Equipa Principal, mas que nessa direcção vai ensaiando passos seguros e planeados.

E donde terá resultado a alteração de paradigma que Bruno Fernandes refere?! A meu ver, da constatação de dois factos incontornáveis, por parte da nova "superestrutura do futebol leonino", decorrente dos resultados das últimas eleições de Março de 2013, que a terão "empurrado" para caminhos completamente diferentes, daqueles que anteriormente vinham sendo percorridos.

Em primeiro lugar, porque estando universalmente aceite o princípio de que nenhuma das melhores escolas de formação do mundo consegue garantir as necessidades das equipas principais dos clubes promotores, o "viveiro da Academia Sporting" nunca será a excepção que confirma a regra.

Em segundo lugar e decorrendo do primeiro facto, a sustentabilidade económica do Sporting Clube de Portugal, tendo em conta a realidade do país em termos económicos e do mercado do futebol que lhe é inerente, desaconselha ou proíbe mesmo em absoluto, quaisquer das políticas de aquisições de atletas que vinham sendo prática corrente em Alvalade - embora continue a sê-lo no Porto e no Benfica, mas será o lado que menos nos afectará! -,  e que acabaram por conduzir o Clube à beira do precipício, de que parece ter sido salvo "in-extremis"!

Nestas condições, apenas um caminho se apresenta como viável para o Sporting: complementar as lacunas da sua formação, com a aquisição no mercado interno e externo, de atletas jovens e promissores a baixo custo e tentar conseguir no derradeiro degrau formativo, a equipa B, a triagem qualitativa suficiente para garantir as exigências competitivas impostas à equipa principal. 

Ironicamente, apesar de o Sporting, percorrendo exactamente esse caminho, ter gasto apenas cerca de 15 milhões de euros em contratações no último mercado de Verão - Porto e Benfica terão ultrapassado cada um valores próximos ou mesmo superiores aos 35 milhões! -, a medida ter-se-à revelado desajustada, face à relação entre os valores investidos e a demora ou insucesso na afirmação, da grande maioria das contratações.

A janela de mercado ontem encerrada, não poderá servir, pela sua especificidade, de barometro indicador sobre a correcção dos caminhos percorridos na janela de Verão. Mas face ao indisfarçável inêxito desta, será de admitir no futuro, uma decidida, realista e eficaz tentativa de alteração da trajectória, no sentido de poupar etapas que sempre hão-de colidir com a ambição e a impaciência naturais dos adeptos sportinguistas.

Leoninamente,
Até à próxima

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