terça-feira, 15 de novembro de 2011

"Zapping" e um hino de amor !!!...

Agora às segundas feiras, a partir das 22.00 horas, encontrei um novo entretenimento: testar a fiabilidade do meu comando Meo da televisão! É um ver se te avias, entre "O dia seguinte" e o "Prolongamento", que é como quem diz, entre os canais 5 e 7.
Começo sempre no 5, com o discurso de abertura do moderador, honrado e isento - quando se esquece da missão que lhe é incumbida!... - benfa, para ficar com uma ideia do alinhamento da paródia. Depois vou-me divertindo entre a sacanice do andrade, a velhacaria do lampião e a linguagem redonda e quase vazia do leão, que está em cada dia a perder as qualidades que fizeram dele um dos mais argutos "paineleiros" cá do burgo. Não sei se serão influências da amizade com Queiroz, o que sei é que lhe copia cada vez mais o linguajar redondo, vazio, extenso e repetitivo e também não sei se na barra dos tribunais, onde impunha respeito e infundia medo pela argúcia com que defendia os seus clientes, haverá juíz com paciência para lhe deixar levar até ao fim os discursos.
Passada a primeira meia hora, umas vezes fastidiosa, outras nojenta, outras ainda quase perversa, quando o moderador revela sinais de não estar nos seus melhores dias, para escolher motes e temas capazes de provocar derrame de "sangue" entre os contendores, ou então quando me começa a enfastiar o despudorado convite aos espectadores desatentos, para entrarem na festa das sondagens telefónicas, com perguntas estúpidas, desinteressantes e de confrangedora pobreza, que limpam todos os incautos arrebanhados, de 74 cêntimos em cada tentativa de melhorar os resultados da sua eventual posição, dou um saltinho e, em "prolongamento" da festa, vou até ao 7.
Aqui, entre um andrade pançudo e mal educado e o "lampeónico" ar clerical e pseudo intelectual de um presumido detentor da verdade absoluta, assisto invariavelmente ao esbracejar confrangedor de um leão que decididamente, não terá culpa nenhuma de lhe terem trocado a savana, onde seria intocável e rei, pelas avenidas perigosas e armadilhadas de uma metrópole a que jamais se habituará.
Ontem tive uma desagradável surpresa: o presumido "padreco" lampião e o andrade pançudo e descortês, quais "transformers" de revista, trocaram de papéis e eu(nós) pude(mos) assistir a uma cena de peixeirada autêntica, protagonizada pelo "vigário" vermelho, na defesa, empertigada, de uma qualquer donzela "duquesa" da sua imaculada e santa sacristia, enquanto, seraficamente, o tripeiro andrade, gorducho e bronco, foi alinhavando um discurso polido, hipócrita e ostensivamente maniqueísta. No meio, um leão destroçado por mais um duplo atropelamento, quando julgou ver na passadeira, o vau de um qualquer pacífico riacho da sua savana.
Novo "zapping" e novo encontro com temas nobres: o malte escocês de Eusébio, confrontado com o o proclamado elitismo e racismo dos apaniguados de um clube de que não gosta e o pretenso galinheiro que os vermelhos estarão a construir no aviário para receber leões!... Sinceramente, sem pachorra, atrevi-me a outro "zapping". Mas voltei a ver as carótidas do "padreco" vermelho a quererem romper a pela da garganta do proprietário, o sorriso petulante do anafado andrade e o destroçado e perdido leão, à deriva pelas avenidas novas e velhas e com geito de se encaminhar para Sete Rios, onde lhe pareceu ouvir, levemente, quase em sussurro, um rugido de um primo. Mal sabe ele que, se não regressar rapidamente à savana, ainda acaba por perder a liberdade e o respeito, daquele de que julgou ouvir o rugido e de todos os outros primos, irmãos e reis leões.
Era quase meia noite e em vez de novo "zapping", que me traria os resultados das respostas parvas e onerosas, às perguntas estúpidas para amortizar dívidas e despautérios, preferi carregar no "off" e ir ouvir os "100 anos do Sporting", cantados pela Nádia Anais. Ouvi uma, duas, três vezes e fui-me deitar descansado, calmo, sereno, confiante e comovido. Nada algum dia poderá destruir, o que sente um sportinguista quando ouve este hino de amor!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

3 comentários:

  1. Caro Álamo
    Mais uma vez tenho que lhe dar os parabéns pelo texto que me habituei a ler diariamente. Gostei da forma irónica e sarcástica como analisou os programas desportivos.
    Um abraço vizinho.
    PC

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  2. Caro PC,
    Gentileza sua amigo!
    Nem imagina o esforço que fiz para, em vez da ironia e sarcasmo que me atribui, não pedir o cáustico e arrasador martelo de Louçã e fazer em cacos toda aquela fingida porcelana. Mas, como diria o outro, "noblesse oblige". Lembra-se dos tempos do lápis azul?!... Pois, ainda que desaparecidos os lápis, a técnica ainda serve para proteger os inocentes de males maiores. O mundo cão rodeia-nos...
    Com a pedra no sapato, fiquei com o abraço, que apreciei e retribuo, mas que me intrigou pela vizinhança. O mundo será mesmo pequeno!...
    Outro abraço

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  3. Querido amigo Álamo,

    Gabo-te a pachorra de ainda conseguires ouvir esses programas por mais de 5 minutos. Euzinha, leoa assanhada, não consigo ver nem ouvir os nossos quanto mais andrades & Cia. Lda.

    É mesmo caso para dizer... lasgarto, lagarto, lagarto!

    Quanto ao hino bota amor nisso.

    Abraços Leoninos

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