«O Sporting prepara-se para fechar um ciclo de cinco jogos em Janeiro que só foi agora manchado pela eliminação da Taça da Liga diante do Sp. Braga (0-1) uma partida que os leões dominaram em todos os dados estatísticos e da qual só se podem queixar dos erros de finalização e da falta de sorte uma vez que os postes da baliza de Matheus devolveram a bola em quatro ocasiões. Superada esta fase, Rúben Amorim já prepara a próxima e, como avisou na antevisão da deslocação a Vizela o pior ainda está para vir.
"Temos ali um início de Fevereiro ainda pior do que Janeiro", alertou o treinador leonino que, de 29 de Janeiro a 29 de Fevereiro, corre o forte risco de ser obrigado a disputar nove desafios oficiais. Para este cenário se concretizar os leões só precisam de eliminar a U. Leiria da Taça de Portugal...Caso a lógica impere, o clube de Alvalade será obrigado a jogar de três em três dias. Basta olhar para o quadro acima publicado para mostrar que o responsável técnico leonino já se começa a preparar para um autêntico prémio de montanha de 1ª categoria, se desejarmos fazer uma analogia com o ciclismo.
Liderança e duas provas a eliminar
Na Liga, os leões partem na liderança com um ponto de vantagem sobre o Benfica - que vai ter um ciclo idêntico - e mais cinco que o FC Porto. É certo que a vantagem é curta mas, ao contrário do que sucedeu na época passada, agora são os rivais que terão de correr atrás do prejuízo. O principal problema acabam por ser mesmo as deslocações pois nos cinco desafios relativos ao campeonato três são fora de Alvalade e implicam deslocações mais longas: Famalicão (347 Km), Moreira de Cónegos (360 Km) e Vila do Conde (340 km). Dada a situação, é provável que os responsáveis leoninos voltem a viajar de avião até ao Porto, uma solução já utilizada no jogo em Chaves relativo à 17ª jornada. Sublinhe-se que o encontro com o Moreirense, no Minho, será disputado no intervalo do playoff da Liga Europa e, na 1ª mão, os leões terão de deslocar-se a Berna, na Suíça.
É certo que as prioridades estão bem definidas na estrutura do futebol profissional e, se a conquista do título é o grande objetivo, os responsáveis leoninos também apontam ao triunfo na Taça de Portugal. Já na Liga Europa é chegar o mais longe possível. Na prova rainha, até à data,o sorteio tem sorrido ao Sporting que chegou aos quartos-de-final eliminando equipas de escalões inferiores (Olivais e Moscavide, Dumiense e Tondela), e agora tem pela frente a U. Leiria da 2.ª Liga. Se mostrarem o seu favoritismo em campo, os leões garantem assim o nono jogo no espaço de um mês, e aí correm o risco de medir forças com o Benfica na 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Recorde-se que os encarnados têm pela frente o Vizela.
Já na prova europeia a meta é eliminar a formação helvética para chegar aos oitavos-de-final e, posteriormente, esperar por um sorteio favorável para tentar seguir para as fases mais avançadas. Em Alvalade, a presença na final de Dublin nunca foi apontada como um objectivo, mas se o caminho acabar por levar os leões à Irlanda...
Pedro Bouças avisa para os perigos de lesões e fadiga mental
Rúben Amorim terá em Fevereiro praticamente um calendário "à brasileira", uma realidade que encerra vários riscos, principalmente para os jogadores. Pedro Bouças integrou a equipa técnica de Jesualdo Ferreira no Santos em 2020, e deixa já o alerta ao técnico leonino. "Para o treinador é muito complicado uma vez que não se tem tempo para melhorar a equipa pois ou se joga ou se está em viagem. Nestes períodos é impossível consolidar os aspectos tácticos e, mesmo a nível físico, é preciso delinear estratégias. Por exemplo, os atletas que não jogam, no final das partidas, têm de fazer corridas e alguns exercícios no campo pois o treino seguinte é de recuperação e um dia depois estão já a viajar. Já tenho visto também este trabalho na Europa, e é uma forma de impedir esses atletas de perderem a condição física", revela o técnico, a Record,onde admite que o cenário na América do Sul ainda é pior: "No Brasil, por exemplo, todas as viagens são de longa duração enquanto aqui as deslocações são mais curtas e isso ajuda muito. Lá é quase impossível tirar o melhor dos jogadores".
Este cenário está longe de ser o ideal mas a situação dificilmente vai mudar pois a indústria do futebol exige jogos diários. "Os treinadores não têm voto na matéria, somos contratados para fazer um trabalho e temos de executá-lo, mas a situação está a agravar-se", acrescenta Pedro Bouças que alerta mesmo para a saúde dos atletas: "Numa determinada altura vai ser preciso parar para pensar pois os estudos indicam que há cada vez mais lesões. Se uma equipa joga três vezes por semana é impossível ter folgas, só temos tempo para jogar, recuperar e viajar. O cansaço psicológico também aumenta e o jogador deixa de ter vida. É certo que a profissão é bem remunerada mas a este ritmo é impossível".»
Por João Soares Ribeiro
Tudo aponta para que Fevereiro venha a ser uma uma verdadeira "quadratura do círculo" para o Sporting!...
Preparem-se!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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