JESUS E O SPORTING DO FUTURO IMEDIATO
«Com o inesperado regresso de Freddy Montero, o Sporting acaba de preencher um dos poucos lugares que na visão, não declarada, mas não exactamente escondida, de Jorge Jesus estava em falta. Desde que perdeu Teo Gutiérrez – que tinha tanto de bom jogador como de tonto – que o treinador, homem de ideias fixas, procurava um segundo avançado. Claro que Montero, que já andou pelo Sporting e que Jesus deixou sair não foi a primeira escolha mas, não havendo dinheiro para Vietto, feitas bem as contas e observado o mercado é um reforço que pode ser útil. Bruno de Carvalho também só terá dado o seu visto sabendo que esta lista de entradas tem associada uma outra de saídas com razoáveis negócios para o clube. O entendimento entre o presidente e o treinador existe, o desejo de ganhar – entre campeonato, taças e Liga Europa – é enorme e a sintonia supera eventuais ruídos e tiros menos acertados.
Valha a verdade que este plantel do Sporting é robusto em quantidade e qualidade e está desenhado à medida dos conceitos do treinador.
Os reforços de Inverno dão a Jorge Jesus mais opções e permitem-lhe uma rotação que até agora tem tido os seus riscos, como se tem visto. Se é certo que Misic e Wendel estarão noutro plano (e não estou assim tão certo quanto ao talentoso brasileiro ...), Rúben Ribeiro, Montero e previsivelmente Marcelo e Raphinha estão habilitados a entrar na equipa e a fazer parte da tal rotação que permite estar em pleno nos grandes jogos.
Conhecendo Jesus e a forma como geriu no passado, não é arriscado dizer que a Liga Europa será menos importante do que o campeonato, apesar do pedido público do presidente, e será na competição europeia que haverá uma maior tentação para dar espaço a jogadores menos utilizados. Mas mesmo esse cenário é relativo. Se o Sporting ultrapassar o Astana e tiver pela frente, por exemplo, o Atlético Madrid ou o Nápoles, terá obrigatoriamente que jogar com a melhor equipa. A mesma lógica prevalece nas taças. Contra o Porto, na meia-final da Taça da Liga e da Taça de Portugal, terão que jogar os melhores. Ora, isto talvez queira dizer que haverá um grupo de 15/16 jogadores, de qualidade equiparada e nalguns casos de perfil semelhante, que têm que estar prontos para jogar a qualquer momento. Nessas contas Rúben Ribeiro e Montero juntam-se a Podence, Battaglia, Bruno César e outros.
Este trabalho que no Sporting está mais exposto parece estar a ser feito, com menos volume e menos estrondo – mas talvez não menos eficácia – pelo Porto como indiciam os dois reforços vindos do Portimonense. E o Benfica? Estando só numa competição não precisa de ninguém para a primeira equipa? Claro que a carga de jogos é muito menor, há um onze de bom nível estabilizado, dois ou três suplentes que podem dar garantias, mas as insuficiências apontadas no início da época estão lá todas. Talvez fosse bom atenuar ao menos uma parte no mercado de Inverno. Sempre é um inédito penta que está em causa...»
Importante e significativo o contributo de Nuno Santos para a reflexão colectiva a que, desde a abertura do mercado de Inverno, a grande nação sportinguista terá metido ombros, hoje mais carregada do que nunca de uma inabalável esperança, alicerçada não apenas nos resultados até agora conseguidos, mas no rigor dos critérios a que tem vindo a assistir por parte dos responsáveis leoninos, tanto em relação a reforços, quanto na imperiosa e necessária concretização de uma extensa lista de dispensas que há muito se impunham e que todos os indicadores apontam para que o venham a ser.
Nuno Santos admite nas entrelinhas desta sua crónica e creio que não estará só em todo o universo leonino, que no imediato, a Rúben Ribeiro e a Montero, se juntarão a breve trecho, previsivelmente, Marcelo e Raphinha. Estou em crer que tal acabará, inevitavelmente, por acontecer, se os responsáveis leoninos continuarem a desejar abraçar a rota de sucesso pelo qual a mais fantástica massa associativa do mundo tanto reclama e tanto merece.
Seriam as cerejas no topo do bolo...
Porque filhoses de água, nem a minha avó!...
Leoninamente,
Até à próxima
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