quarta-feira, 19 de julho de 2017

A menos que a rapaziada se encha de brios e reserve o Marquês!...


UM ONZE POR TEMPORADA

«Nas últimas cinco épocas (já com esta incluída), o Sporting de Bruno de Carvalho fez chegar a Alvalade 56 jogadores para a equipa principal. Dá, em média, um ‘onze’ por temporada. Visto assim até pode parecer um exagero, mas a verdade é que esta é, mais unidade menos unidade, a média vigente entre os três grandes, no período em questão (com uma ou outra época a servir de excepção). 

O problema deste investimento está, no que respeita aos leões, na falta de aproveitamento desportivo, o que se comprova facilmente por este dado: dos 11 que chegaram em 2013/14 (Leonardo Jardim) não resta um no plantel; dos 13 ‘reforços’; de 2014/15 (Marco Silva) , está um a trabalhar com Jesus (Jonathan Silva); dos 11 de 2015/16 (Jesus), previsivelmente ficará um nesta temporada (Coates) e dos 12 que entraram há um ano devem restar quatro (Beto, Petrovic, Alan Ruiz e Bas Dost). Das 47 apostas, o mais certo é que apenas seis façam parte do plantel 2017/18.

Poderia existir outra razão a explicar a aquisição de tantos futebolistas: eram bons e foram, depois, transferidos por muitos milhões. Também não é verdade. Apenas Slimani, até ao momento, valeu dinheiro ‘a sério’, embora a venda de Paulo Oliveira seja aceitável.

Visto isto, e olhando a alguns ‘reforços’ leoninos para 17/18, pergunta-se: porquê cometer os mesmos erros? Os títulos ajudam a ‘camuflar’ tudo isto, bem sei. O Porto pentacampeão acumulou mãos cheias de más aquisições, tal como agora o (aspirante a penta) Benfica. Mas ganharam. E isso é... tudo.»
(José Ribeiro, Opinião, in Record)


Os números não mentem e José Ribeiro faz-nos o favor de os colocar cruamente em frente dos nossos olhos, só ele sabendo com que dificuldade o fará. Mas é assim a vida de um jornalista capaz de subordinar todos os seus afectos  e os valores e princípios que defende, à crueza da realidade. Lá no jornal onde faz por merecer o pão que ganha, contar-se-ão pelos dedos aqueles que lhe seguem o exemplo! Pelo contrário, aquilo mais parece uma feira de gado, com muita gente a pintar o pelo dos "burros lazarentos" que lhes infestam o estábulo, na ânsia de os despachar, quase sempre por 15 "mendilhões". E, não satisfeitos com a lança que conseguem colocar em África, recorrem amiúde à estatística para provar os benefícios da "banha de cobra" que vendem.

Tudo o que JR reuniu nesta crónica é a mais pura das verdades! E acredito que fará pensar muito seriamente Bruno de Carvalho. Mas lá vem a velha história de "apanhar um combóio em andamento": ou calculamos muito bem o tempo e o comprimento do salto, ou espalhamo-nos ao comprido na rua, se é que não nos arriscamos a partir uma perna! O mal talvez esteja na escolha do combóio em que quisémos viajar! Velhos tempos na minha juventude em que sempre arrisquei, sem falhar, colocar o pé no estribo do 28 que, sempre rápido, tinha apenas uma Estrela à espera dele! Hoje as estrelas são mais do que as mães!...

Apesar de tudo, mesmo dando de barato que a "novena" que até agora vimos desfilar na "passadeira do bacalhau" ainda se aproximará da média de 11 encontrada por JR, estou em crer que acabaremos por aproveitar "mais do que um" para a época de 2018/19. O que não me impede de adivinhar que voltaremos a ter de aceitar alguns gatos por lebres!...

A menos que a rapaziada se encha de brios e reserve o Marquês!...

Leoninamente,
Até à próxima

1 comentário:

  1. É tudo muito bonito mas como sempre (há sempre um mas...) fica alguma coisa por escrever.
    E quando assim é os números mentem! Ou pelo menos não dizem toda a verdade...
    O problema não está na quantidade de jogadores mas sim na qualidade e no investimento feito.
    Os orçamentos dos plantéis têm vindo a aumentar de época para época e hoje são superiores aos de Leonardo Jardim e Marco Silva. E Jorge Jesus na primeira época.
    Que apresentem os valores gastos nas mesmas 5 épocas nos 3 grandes e voltem a fazer a avaliação.
    Ninguém negará que Jardim, Marco Silva ou Jesus fariam mais se pudessem dispor de paletes de jogadores adquiridos por pequenas fortunas.
    Entretanto já se passaram 15 anos, dezenas de treinadores e centenas de jogadores e nada de sermos campeões. Não esperem milagres. Provoquem milagres.
    Em vez de criticar por dá cá aquela palha, apoiem nas derrotas e nas vitórias menos conseguidas. E no final tenho a certeza que estaremos a comemorar no Marquês.
    Se assim não for, sinto muito...

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