O SPORTING E O FUTURO
«Mil linhas e outras tantas palavras depois da vitória de Bruno de Carvalho, sobra ainda alguma coisa para dizer? Desde logo o presidente reeleito tem uma grande responsabilidade. Uma maioria esmagadora dos muitos votantes que foram a Alvalade, ou que se expressaram por correspondência, sufragou o seu trabalho, a sua forma de actuação e as propostas que apresentou. Há uma semana referi-me aqui ao populismo, esse termo tão em voga, que associa a Bruno de Carvalho (um Trump do futebol, disse um jornal inglês) a manobras menos recomendáveis.
Populista, não creio, popular com toda a certeza. É preciso reconhecer, com inteira justiça, que Bruno ganhou porque convenceu o povo sportinguista, porque abriu o clube äs pessoas, porque o devolveu aos sócios depois de, durante anos, este ter sido usurpado, por uma elite que – como noutras áreas da nossa sociedade – pensou primeiro nela e depois na instituição que servia. Com honrosas excepçoes essa gente nao serviu o Sporting, serviu-se do Sporting e levou o clube para um patamar próximo da ruína.
Também deve ser sublinhado que, nestas eleições, como tem de ser, mas nem sempre é, houve um debate democrático. Mais: não toda a imprensa, mas muita, fez da corrida eleitoral uma luta a dois, parecia que ambos tinham a vitória à vista . Para termos um termo de comparação era como se, nas eleições legislativas, PS ou PSD tivessem tido a mesma visibilidade que um partido pequeno. Nunca acontece em nome dos critérios editoriais. No Sporting aconteceu, para dizermos o mínimo.
Bruno de Carvalho fez o trabalho que se conhece no estilo que nem sempre se recomenda. Por exemplo, eu também não vejo mal nenhum no uso da expressão que celebrizou o tio-avô do vencedor da noite, mas já me faz mais impressão se, como no mandato que agora termina, o presidente do Sporting levar o tempo, não a denunciar coisas sérias, que têm que ser denunciadas, mas a desperdiçar energias com polémicas estéreis e provocações que só contribuem para lhe tirar o foco do que realmente interessa. Será ele capaz de entender isto ou quase 90% dos votos dão-lhe toda a razão?
No próximo quadriénio, sem desprezar as modalidades, sobretudo sem negligenciar as contas, o Sporting tem que colocar todas as fichas no futebol. Organizar o que não está organizado, definir um modelo de gestão, recrutar os melhores profissionais, melhorar a equipa num equilbrio entre os jogadores provenientes da formação e jogadores feitos. Afinar a comunicação, hoje muito melhor, mas ainda difusa. O Sporting tem em Jorge Jesus o melhor treinador a trabalhar em Portugal. Estes meses até ao fim da época serão entre o difícil e o penoso. Não vem daí mal ao mundo. Em Maio ou Junho, Bruno tem que apresentar um novo Sporting. Mais do que uma nova equipa, uma nova organização. Essa é a verdadeira mudança.»
(Nuno Santos, Ângulo Inverso, in Record)«Mil linhas e outras tantas palavras depois da vitória de Bruno de Carvalho, sobra ainda alguma coisa para dizer? Desde logo o presidente reeleito tem uma grande responsabilidade. Uma maioria esmagadora dos muitos votantes que foram a Alvalade, ou que se expressaram por correspondência, sufragou o seu trabalho, a sua forma de actuação e as propostas que apresentou. Há uma semana referi-me aqui ao populismo, esse termo tão em voga, que associa a Bruno de Carvalho (um Trump do futebol, disse um jornal inglês) a manobras menos recomendáveis.
Populista, não creio, popular com toda a certeza. É preciso reconhecer, com inteira justiça, que Bruno ganhou porque convenceu o povo sportinguista, porque abriu o clube äs pessoas, porque o devolveu aos sócios depois de, durante anos, este ter sido usurpado, por uma elite que – como noutras áreas da nossa sociedade – pensou primeiro nela e depois na instituição que servia. Com honrosas excepçoes essa gente nao serviu o Sporting, serviu-se do Sporting e levou o clube para um patamar próximo da ruína.
Também deve ser sublinhado que, nestas eleições, como tem de ser, mas nem sempre é, houve um debate democrático. Mais: não toda a imprensa, mas muita, fez da corrida eleitoral uma luta a dois, parecia que ambos tinham a vitória à vista . Para termos um termo de comparação era como se, nas eleições legislativas, PS ou PSD tivessem tido a mesma visibilidade que um partido pequeno. Nunca acontece em nome dos critérios editoriais. No Sporting aconteceu, para dizermos o mínimo.
Bruno de Carvalho fez o trabalho que se conhece no estilo que nem sempre se recomenda. Por exemplo, eu também não vejo mal nenhum no uso da expressão que celebrizou o tio-avô do vencedor da noite, mas já me faz mais impressão se, como no mandato que agora termina, o presidente do Sporting levar o tempo, não a denunciar coisas sérias, que têm que ser denunciadas, mas a desperdiçar energias com polémicas estéreis e provocações que só contribuem para lhe tirar o foco do que realmente interessa. Será ele capaz de entender isto ou quase 90% dos votos dão-lhe toda a razão?
No próximo quadriénio, sem desprezar as modalidades, sobretudo sem negligenciar as contas, o Sporting tem que colocar todas as fichas no futebol. Organizar o que não está organizado, definir um modelo de gestão, recrutar os melhores profissionais, melhorar a equipa num equilbrio entre os jogadores provenientes da formação e jogadores feitos. Afinar a comunicação, hoje muito melhor, mas ainda difusa. O Sporting tem em Jorge Jesus o melhor treinador a trabalhar em Portugal. Estes meses até ao fim da época serão entre o difícil e o penoso. Não vem daí mal ao mundo. Em Maio ou Junho, Bruno tem que apresentar um novo Sporting. Mais do que uma nova equipa, uma nova organização. Essa é a verdadeira mudança.»
Não é de um jornalista qualquer, das muitas centenas que por aí pululam, a grande maioria a merecerem ser mandados simplesmente à bardamerda, que aqui trago nesta crónica "Ângulo Inverso" acabada de publicar há poucos minutos. É de Nuno Santos e não preciso de dizer mais nada!...
Permiti-me colocar a negrito, perdão a verdito, as mensagens mais fortes de NS, que subscrevo inteira e liminarmente, na linha do que ultimamente por aqui tenho debitado, quiçá com a mesma leonina intenção. É que lá para Maio ou Junho, "mais do que uma nova equipa, Bruno tem de apresentar uma nova organização"!...
Então, e agora mais imperiosamente que nunca...
Permiti-me colocar a negrito, perdão a verdito, as mensagens mais fortes de NS, que subscrevo inteira e liminarmente, na linha do que ultimamente por aqui tenho debitado, quiçá com a mesma leonina intenção. É que lá para Maio ou Junho, "mais do que uma nova equipa, Bruno tem de apresentar uma nova organização"!...
Então, e agora mais imperiosamente que nunca...
"Que cessem as palavras e falem as obras"!...
Leoninamente,
Até à próxima
Siga...p'ra bingo...!
ResponderEliminarSL
É (quase) tudo verdade... "chapeaux"... Mas (pronto..., lá vem ele) a grande obra só será, também, possível quando e se, colegas e companheiros de profissão de BS, bem como outros e outras figuras públicas e notórias, perderem os pruridos da sua génese clubística e fizerem algo público e notório em prol do clube...
ResponderEliminarBom... já não peço tanto... mas pelo menos que não atrapalhem... Bruno Santos já trabalhou (e atrapalhou...) em quantos orgãos de comunicação social...??? Quantos anos...??? Com que responsabilidades...??? Alguma vez o Sporting foi protegido por via disso...??? Ou pelo menos não prejudicado...???
Pois... . É dizer o que os outros têm de fazer é fácil... Isso até eu consigo...!!!
Não querendo usurpar conteúdo lexical alheio... "Que cessem as palavras e falem as obras"!... Acho que também é muito bem aplicado ao(s) jornalis(tas)
p.s. Parece que a Cofina vai DESPEDIR... Arrasar mesmo...!!! Bom... se a escolha for feita pela qualidade profissional acho que não terão quórum para abrir as portas amanhã... A seguir atentamente...!!!
SAUDAÇÕES LEONINAS
Bruno.... Santos...!!!???
ResponderEliminarWTF...!!!
SAUDAÇÕES LEONINAS