A ‘BOMBA’ DO BENFICA E O ATENTADO À FPF
«O presidente da FPF foi à ‘Gala do Benfica’ e sentou-se ao lado de Luís Filipe Vieira. Há quem tenha achado que essa foi a melhor ‘resposta’ que Fernando Gomes poderia dar ao comunicado do Benfica.
Fica bem ao presidente da FPF mostrar que não mistura alhos com bugalhos. Foi convidado e, institucionalmente, mal seria se não estivesse presente. Contudo, algo está errado no meio dos silêncios. Não se pode ignorar a dimensão do que foi dito/escrito. Nem em nome de boas relações pessoais. Nem Luís Filipe Vieira (LFV) pode achar que o comunicado não é da sua responsabilidade nem Fernando Gomes pode achar que ataques ao edifício da Disciplina (e/ou da Arbitragem) do futebol português não têm nada a ver com a FPF.
Já quando foi o contencioso Benfica/Jorge Jesus, o presidente LFV deu a entender que esse era um problema do departamento jurídico. Presidir não é consentir ‘guerras’ entre departamentos; presidir é assumir as responsabilidades em todas as circunstâncias.
É preciso, pois, interpretar o comunicado que o Benfica tornou público sobre o "estado de total anarquia" que tomou conta do futebol português. Não se pode dissociar a tomada de posição do Benfica de outras tomadas de posição protagonizadas por Sporting e Porto, este agora muito mais ‘comunicativo’ e interventivo, desde que impôs algumas alterações no seu departamento de comunicação e desde que começou a ganhar terreno, esta época, ao Benfica, no campeonato.
Em vésperas do Benfica-Porto (!...), o comunicado do Benfica insere-se num clima de ‘paranóia’ que tomou conta do futebol português, desde o momento em que passou a ser claro que fazer barulho na praça pública, com questões quase sempre relacionadas com Arbitragem ou Disciplina, faz parte de uma certa ‘normalidade’. Este é o ponto. Nada disto é ‘normal’. E a organização geral do futebol em Portugal não dá respostas eficazes para acabar com esta anormalidade.
Como diz o povo, "não é fácil ser prior desta freguesia". O prior é o presidente da FPF (Fernando Gomes), que tem a responsabilidade de zelar pelo bom funcionamento das instituições e dos órgãos ou organismos que tutela, directa ou indirectamente. Não pode reagir ou responder a tudo, mas há momentos em que não se pode ficar, confortavelmente, em silêncio, assistindo à consolidação do regime de anormalidade, sobretudo quando é um clube com a dimensão e a representatividade do Benfica a afirmar, preto no branco, a existência de um "estado de total anarquia" no futebol em Portugal, exigindo que a FPF e a Liga "assumam de uma forma clara e transparente as suas obrigações".
O Benfica deixa muito clara a sua posição, justificando com isso a ausência de um acontecimento tão emblemático como é o das ‘Quinas de Ouro’: há coação e anarquia no futebol nacional. Na óptica encarnada, a FPF e a Liga não estão a assumir e a cumprir com as suas obrigações. E esta parte é relevante porque o Benfica apoiou claramente Fernando Gomes e ‘esta Federação’ no acto eleitoral. Atira-se uma ‘bomba’ para o átrio da FPF e finge-se que não há ‘atentado’?!…
Para além dessa discussão, importante, se há ou não uma justiça desportiva igual para todos, subjaz a tudo isto outra realidade não menos relevante: a postura da FPF e dos seus responsáveis. Perante um ataque deste tipo, nem uma palavra?! O assunto não tem importância? A FPF faz de conta que nada aconteceu?
O presidente da FPF teve o Porto à perna na I edição das ‘Quinas de Ouro’ e teve, agora, o Benfica na segunda edição. Com ataques fortíssimos aos órgãos jurisdicionais da FPF e da Liga. E não vale a pena fazer constar que esses ataques não têm nada a ver com o presidente da FPF, porque têm. Ele é o guardião máximo da integridade da FPF como um todo — e responsabilizou-se, na última ‘campanha eleitoral’, com o aumento da eficácia e da qualidade da intervenção da Arbitragem e da Disciplina. Esconder-se e não dar a cara, evitando responder ao Benfica, como o fez há mais de um ano em relação ao Porto, mostra bem que o presidente da FPF está mais voltado para fora do que para dentro. Quem tem a obrigação de proteger os sectores da Arbitragem e da Disciplina?
Passaram pelo Estoril Infantino e Ceferin, presidentes da FIFA e da UEFA, Collina e David Elleray, figuras importantes da Arbitragem, que não viram os responsáveis máximos de Benfica. Porto e Sporting, os principais embaixadores do futebol português no espaço internacional, e talvez não tivessem dado conta que a FPF é acusada de… promover a anarquia. Menos mau.»
(Rui Santos, Pressão Alta, in Record)«O presidente da FPF foi à ‘Gala do Benfica’ e sentou-se ao lado de Luís Filipe Vieira. Há quem tenha achado que essa foi a melhor ‘resposta’ que Fernando Gomes poderia dar ao comunicado do Benfica.
Fica bem ao presidente da FPF mostrar que não mistura alhos com bugalhos. Foi convidado e, institucionalmente, mal seria se não estivesse presente. Contudo, algo está errado no meio dos silêncios. Não se pode ignorar a dimensão do que foi dito/escrito. Nem em nome de boas relações pessoais. Nem Luís Filipe Vieira (LFV) pode achar que o comunicado não é da sua responsabilidade nem Fernando Gomes pode achar que ataques ao edifício da Disciplina (e/ou da Arbitragem) do futebol português não têm nada a ver com a FPF.
Já quando foi o contencioso Benfica/Jorge Jesus, o presidente LFV deu a entender que esse era um problema do departamento jurídico. Presidir não é consentir ‘guerras’ entre departamentos; presidir é assumir as responsabilidades em todas as circunstâncias.
É preciso, pois, interpretar o comunicado que o Benfica tornou público sobre o "estado de total anarquia" que tomou conta do futebol português. Não se pode dissociar a tomada de posição do Benfica de outras tomadas de posição protagonizadas por Sporting e Porto, este agora muito mais ‘comunicativo’ e interventivo, desde que impôs algumas alterações no seu departamento de comunicação e desde que começou a ganhar terreno, esta época, ao Benfica, no campeonato.
Em vésperas do Benfica-Porto (!...), o comunicado do Benfica insere-se num clima de ‘paranóia’ que tomou conta do futebol português, desde o momento em que passou a ser claro que fazer barulho na praça pública, com questões quase sempre relacionadas com Arbitragem ou Disciplina, faz parte de uma certa ‘normalidade’. Este é o ponto. Nada disto é ‘normal’. E a organização geral do futebol em Portugal não dá respostas eficazes para acabar com esta anormalidade.
Como diz o povo, "não é fácil ser prior desta freguesia". O prior é o presidente da FPF (Fernando Gomes), que tem a responsabilidade de zelar pelo bom funcionamento das instituições e dos órgãos ou organismos que tutela, directa ou indirectamente. Não pode reagir ou responder a tudo, mas há momentos em que não se pode ficar, confortavelmente, em silêncio, assistindo à consolidação do regime de anormalidade, sobretudo quando é um clube com a dimensão e a representatividade do Benfica a afirmar, preto no branco, a existência de um "estado de total anarquia" no futebol em Portugal, exigindo que a FPF e a Liga "assumam de uma forma clara e transparente as suas obrigações".
O Benfica deixa muito clara a sua posição, justificando com isso a ausência de um acontecimento tão emblemático como é o das ‘Quinas de Ouro’: há coação e anarquia no futebol nacional. Na óptica encarnada, a FPF e a Liga não estão a assumir e a cumprir com as suas obrigações. E esta parte é relevante porque o Benfica apoiou claramente Fernando Gomes e ‘esta Federação’ no acto eleitoral. Atira-se uma ‘bomba’ para o átrio da FPF e finge-se que não há ‘atentado’?!…
Para além dessa discussão, importante, se há ou não uma justiça desportiva igual para todos, subjaz a tudo isto outra realidade não menos relevante: a postura da FPF e dos seus responsáveis. Perante um ataque deste tipo, nem uma palavra?! O assunto não tem importância? A FPF faz de conta que nada aconteceu?
O presidente da FPF teve o Porto à perna na I edição das ‘Quinas de Ouro’ e teve, agora, o Benfica na segunda edição. Com ataques fortíssimos aos órgãos jurisdicionais da FPF e da Liga. E não vale a pena fazer constar que esses ataques não têm nada a ver com o presidente da FPF, porque têm. Ele é o guardião máximo da integridade da FPF como um todo — e responsabilizou-se, na última ‘campanha eleitoral’, com o aumento da eficácia e da qualidade da intervenção da Arbitragem e da Disciplina. Esconder-se e não dar a cara, evitando responder ao Benfica, como o fez há mais de um ano em relação ao Porto, mostra bem que o presidente da FPF está mais voltado para fora do que para dentro. Quem tem a obrigação de proteger os sectores da Arbitragem e da Disciplina?
Passaram pelo Estoril Infantino e Ceferin, presidentes da FIFA e da UEFA, Collina e David Elleray, figuras importantes da Arbitragem, que não viram os responsáveis máximos de Benfica. Porto e Sporting, os principais embaixadores do futebol português no espaço internacional, e talvez não tivessem dado conta que a FPF é acusada de… promover a anarquia. Menos mau.»
Está visto, revisto e mais do que provado à evidência, que entre as vastas centenas de jornalistas cá do burgo, apenas um assume corajosamente nas mãos e disseca com a frontalidade que se lhe conhece, as "batatas quentes" que o "futebolzinho tuga" vai produzindo com inaudita e extrema regularidade: Rui Santos!
Entre o silêncio cúmplice e subserviente da quase totalidade dos escribas e a intrigante posição que ainda não fui capaz de descodificar de, entre outros, Joel Neto que ontem mesmo, na sua crónica "Temos mártires" publicada no jornal O Jogo, afirmou, e passo a citar,
«Ontem, critiquei aqui a tomada de posição do Benfica sobre a gala Quinas de Ouro. Hoje, tenho de criticar o processo que a FPF lhe instaurou em resultado dela.
Entre o silêncio cúmplice e subserviente da quase totalidade dos escribas e a intrigante posição que ainda não fui capaz de descodificar de, entre outros, Joel Neto que ontem mesmo, na sua crónica "Temos mártires" publicada no jornal O Jogo, afirmou, e passo a citar,
«Ontem, critiquei aqui a tomada de posição do Benfica sobre a gala Quinas de Ouro. Hoje, tenho de criticar o processo que a FPF lhe instaurou em resultado dela.
Releio as palavras encarnadas e não vejo nada ali que escape aos limites da liberdade de expressão. Tanto quanto me parece, tratou-se de um protesto demagógico, mas dentro da lei.
Ademais, e na intenção de assinalar autoridade, o que a FPF faz é oferecer ao Benfica capital de martirização. Belo contributo. Como se já não houvesse ruído suficiente em torno da disputa do título.»,
apenas, salvo melhor opinião, me parece ser Rui Santos o único que, até agora, foi capaz de chamar "os bois pelos nomes":
Atira-se uma ‘bomba’ para o átrio da FPF e finge-se que não há ‘atentado’?!…
Ademais, e na intenção de assinalar autoridade, o que a FPF faz é oferecer ao Benfica capital de martirização. Belo contributo. Como se já não houvesse ruído suficiente em torno da disputa do título.»,
apenas, salvo melhor opinião, me parece ser Rui Santos o único que, até agora, foi capaz de chamar "os bois pelos nomes":
Atira-se uma ‘bomba’ para o átrio da FPF e finge-se que não há ‘atentado’?!…
Aqui do meu canto, depois de muito matutar em toda esta "surda e nojenta guerra" a que somos obrigados a assistir, sou levado a concluir que existirá por parte do Benfica uma inesperada, injusta, tremenda e terrível ingratidão!...
Nunca deveria ser com a DESCORTESIA deste "atentado à bomba", que o Benfica deveria corresponder, depois da...
Inenarrável CORTESIA do abafamento do "caso dos vouchers"!...
Leoninamente,
Até à próxima
Os "DDT's"...
ResponderEliminar"Acordaram mal dispostos..."...
E os "Pilatos"...imediatamente "lavaram as mãos..."...
É preciso "não ofender" essa gente...
Vamos lá ver quem sairá "mais beneficiado"...
Se os "os lamps...se os andrades..."...
Ahhh...
Vergonha...?
"era verde"...e "eles comeram..."
SL
Parece-me é que os altos dirigentes do SLB requerem um maior apoio e aconchego da arbitragem e da disciplina.
ResponderEliminarÉ engraçado, mas lamentável, verificar que após atirarem o Sporting para a margem, a arbitragem na sua generalidade tem tido um desempenho positivo e é isso que o SLB não quer, porque necessita de "colinho" e do "andor", hoje mais que nunca.
De qualquer modo, tenho esperança e só esperança que o Sporting ainda consiga ver a "luz ao fundo do túnel, ainda neste campeonato.
Caro Álamo:
ResponderEliminarConfesso que me irrita continuarmos a insistir em comentários a esta situação.
Acho que aquele senhor de ar seminarista que preside à FPF, e o gigolo barato que preside à Liga, apesar de insultados aparecem todos sorrisinhos e elogios nas festas do clube da farmácia Franco. Como tal, só perceberão à antiga portuguesa. Como os Sportinguistas são gente educada, quer dizer que não aprenderão nunca!
Portanto, e como comentários só os farão felizes, dediquemo-nos a falar de outras modalidades.
Um abraço
José Lopes