ANTERO E O FCP
«A saída de Antero Henrique do Porto teve as causas que todos os leitores deste jornal já conhecem. O delfim do presidente não esteve para aturar mais o filho do presidente e nessa disputa perdeu quem saiu: Antero. O que os leitores deste jornal desconhecem não são pois as causas. São as consequências. Não sabem eles nem sabe ninguém. O céu não está limpo.
Nunca vi Antero Henrique mais gordo na vida, nem tenho propriamente opinião formada sobre ele. Mas tenho opinião sobre Alexandre Pinto da Costa e a sua linhagem de poder e essa opinião não é boa. Não exactamente sobre ele, que nunca vi mais magro, mas sobre o que ele tem feito e sobre o que ele representa. Um homem sem cargos de gestão (portanto sem responsabilidade formal) que tem uma influência decisiva num clube, no seu futebol e nos seus negócios, e que é espantosamente maior do que poderíamos supor – ou deveríamos admitir. Não é normal (nem salutar) que alguém sem cargo mande o que ele manda. Nem que se desconheçam esses negócios, razões e comissões. Eis uma linha de poder que só pode mandar por assistência ou anuência do presidente, que não indiferentemente é seu pai.
Alexandre Pinto da Costa, a sua outra metade que é Pedro Pinho, e a relação umbilical de ambos a Nélio Lucas, da Doyen, tem uma intervenção nos negócios do Porto que só prevalece porque Jorge Nuno Pinto da Costa quer ou deixa. Olhando para o desastre das últimas épocas desportivas do Porto, é admissível supor o desastre que as próximas épocas financeiras podem ser.
Não sei se Antero era a solução, mas parece claro que a solução actual, de um poder familiar à moda antiga (na má acepção da palavra), não conduz a barcaça com os remos certos. Oxalá esteja enganado. E não é por ser portista, que não sou. É por querer que o futebol português seja forte com equipas fortes. E é por ser admirador do trabalho incrível que Jorge Nuno Pinto da Costa fez nos primeiros 25 dos últimos 30 anos.»
(Pedro Santos Guerreiro, Abrir o jogo, in Record)«A saída de Antero Henrique do Porto teve as causas que todos os leitores deste jornal já conhecem. O delfim do presidente não esteve para aturar mais o filho do presidente e nessa disputa perdeu quem saiu: Antero. O que os leitores deste jornal desconhecem não são pois as causas. São as consequências. Não sabem eles nem sabe ninguém. O céu não está limpo.
Nunca vi Antero Henrique mais gordo na vida, nem tenho propriamente opinião formada sobre ele. Mas tenho opinião sobre Alexandre Pinto da Costa e a sua linhagem de poder e essa opinião não é boa. Não exactamente sobre ele, que nunca vi mais magro, mas sobre o que ele tem feito e sobre o que ele representa. Um homem sem cargos de gestão (portanto sem responsabilidade formal) que tem uma influência decisiva num clube, no seu futebol e nos seus negócios, e que é espantosamente maior do que poderíamos supor – ou deveríamos admitir. Não é normal (nem salutar) que alguém sem cargo mande o que ele manda. Nem que se desconheçam esses negócios, razões e comissões. Eis uma linha de poder que só pode mandar por assistência ou anuência do presidente, que não indiferentemente é seu pai.
Alexandre Pinto da Costa, a sua outra metade que é Pedro Pinho, e a relação umbilical de ambos a Nélio Lucas, da Doyen, tem uma intervenção nos negócios do Porto que só prevalece porque Jorge Nuno Pinto da Costa quer ou deixa. Olhando para o desastre das últimas épocas desportivas do Porto, é admissível supor o desastre que as próximas épocas financeiras podem ser.
Não sei se Antero era a solução, mas parece claro que a solução actual, de um poder familiar à moda antiga (na má acepção da palavra), não conduz a barcaça com os remos certos. Oxalá esteja enganado. E não é por ser portista, que não sou. É por querer que o futebol português seja forte com equipas fortes. E é por ser admirador do trabalho incrível que Jorge Nuno Pinto da Costa fez nos primeiros 25 dos últimos 30 anos.»
Antes de me debruçar sobre o profundo significado desta explosiva e demolidora crónica de Pedro Santos Guerreiro, permitam-me que o apresente aos poucos que imagino ainda não possuam uma ideia suficientemente bem formada sobre este excelente e muito peculiar jornalista, servindo-me de uma sumária nota descritiva (LINK) que poderão encontrar no próprio Expresso de que é director desde 6 de Março de 2016:
Pedro Santos Guerreiro
Director
«Está no Expresso desde 2014, depois de 16 anos no Negócios, que fundou. Começou aos 13 anos numa rádio pirata em Viseu, foi para Lisboa aos 18, entrou no Semanário aos 22. Gestão no ISG, MBA na Nova. Detesta cínicos, tem queda para pessoas com mau feitio. Benfiquista. Escreve segundo regras de conduta que para si mesmo criou, e que nunca pôs num papel para se obrigar a repeti-las mentalmente. Mas já foi processado por rimar. Vive apaixonado, às vezes mais pela vida que pelo mundo, outras vezes mais pelo mundo que pela vida. E pelo jornalismo.»
Ora quando um jornalista conceituado e respeitado da estirpe de PSG, escreve e faz publicar num jornal desportivo estranho àquele que dirige e que será tão só e muito provavelmente, a mais alta referência da imprensa escrita em Portugal, uma crónica desta natureza, sem preconceitos ou tibiezas, não o fazendo de ânimo leve, indicia muito claramente que o grau de conhecimento sustentado de modo incontornável da matéria tratada, nunca poderá caber nas escassas entrelinhas do seu texto, muito particularmente quando não desconhece o poder que afronta.
Nesta condição, atrever-me-ei a supor, sem necessidade de grandes reflexões, estarmos todos perante uma aguçada lâmina de gelo que mais não representará do que a inusitada ponta do eternamente suspeito e estranhamente nunca condenado, "iceberg das Antas"!...
O que tu foste fazer, Antero!...
Leoninamente,
Até à próxima
Pedro Santos Guerreiro
Director
«Está no Expresso desde 2014, depois de 16 anos no Negócios, que fundou. Começou aos 13 anos numa rádio pirata em Viseu, foi para Lisboa aos 18, entrou no Semanário aos 22. Gestão no ISG, MBA na Nova. Detesta cínicos, tem queda para pessoas com mau feitio. Benfiquista. Escreve segundo regras de conduta que para si mesmo criou, e que nunca pôs num papel para se obrigar a repeti-las mentalmente. Mas já foi processado por rimar. Vive apaixonado, às vezes mais pela vida que pelo mundo, outras vezes mais pelo mundo que pela vida. E pelo jornalismo.»
Ora quando um jornalista conceituado e respeitado da estirpe de PSG, escreve e faz publicar num jornal desportivo estranho àquele que dirige e que será tão só e muito provavelmente, a mais alta referência da imprensa escrita em Portugal, uma crónica desta natureza, sem preconceitos ou tibiezas, não o fazendo de ânimo leve, indicia muito claramente que o grau de conhecimento sustentado de modo incontornável da matéria tratada, nunca poderá caber nas escassas entrelinhas do seu texto, muito particularmente quando não desconhece o poder que afronta.
Nesta condição, atrever-me-ei a supor, sem necessidade de grandes reflexões, estarmos todos perante uma aguçada lâmina de gelo que mais não representará do que a inusitada ponta do eternamente suspeito e estranhamente nunca condenado, "iceberg das Antas"!...
O que tu foste fazer, Antero!...
Leoninamente,
Até à próxima
Prezado Álamo,
ResponderEliminarNão contesto uma letra do que PSG escreveu, mas, permitia-me, como Sportinguista, introduziria umas aspas nas palavras trabalho incrível...
SL